Diante da infecção pelo SARS-CoV-2, coronavírus causador da Covid-19,
surgem muitas dúvidas e dilemas no cotidiano do radiologista, como: todos os
pacientes com síndrome gripal/suspeita de Covid-19 devem realizar algum exame
de imagem? Qual o melhor método de imagem? Os exames de imagem são
diagnósticos? Vamos durante o texto abordar os principais achados radiológicos
e responder as dúvidas que afligem médicos e pacientes, de um modo geral.
Tomografia
computadorizada no coronavírus
Segundo as diretrizes do Colégio
Americano de Radiologia (ACR) a tomografia computadorizada (TC) do tórax não é
exame de screening para a Covid-19 e deve ser realizada em situações
específicas, como pacientes com evolução mais grave e hospitalizados. Isso
porque os achados tomográficos podem ser similares a várias outras condições
como influenza, H1N1 e SARS.
Quanto aos achados tomográficos e
sua distribuição as lesões comumente são bilaterais, predominando nos lobos
inferiores, segmentos posteriores e na periferia dos pulmões. Um estudo recente
publicado na Radiographics (Radiology 2020; 295:210–217) analisou
51 pacientes e mostrou que 44 dos 51 pacientes (86%) apresentaram lesões em
ambos os pulmões e em 32 dos 51 pacientes (63%), as lesões envolveram quatro
dos cinco lobos pulmonares.
Além disso em 90% dos pacientes
as lesões predominaram nos lobos inferiores, em 89% nos segmentos posteriores e
91% dos pacientes as lesões ocorreram na periferia dos pulmões.
Os principais achados
tomográficos são em ordem decrescente: opacidades em vidro fosco, opacidades em
vidro fosco associado a espessamento dos septos interlobulares, caracterizando
o padrão de pavimentação em mosaico (“crazy paving”) e opacidades em vidro fosco
associado a consolidações. Outros achados como sinal do halo e sinal do halo
invertido foram descritos em alguns pacientes e devem ser considerados dentro
do contexto clínico adequado.
Podemos ainda caracterizar os
achados quanto a sua fase de evolução: precoce (0 a 2 dias), intermediaria (3 a
5 dias) e tardia (6 a 12 dias). Outro estudo relaciona achados pulmonares e
duração do período de infecção (Radiology. 2020 Feb 20:200463.). Eles
observaram que 56% dos pacientes na fase precoce da doença apresentavam TC de
tórax normal. Com o passar dos dias, tornaram-se mais frequentes achados como
consolidações, pavimentação em mosaico e sinal do halo. A bilateralidade das
lesões ocorreu em 28% dos pacientes na fase precoce, 76% na fase intermediária
e em 88% dos pacientes na fase tardia.
Conclusões
Achados como derrame pleural,
derrame pericárdico e linfonodomegalias são raros durante avaliação
tomográfica.
Diante disso, percebemos que é necessário que os radiologistas estejam familiarizados com os principais achados tomográficos para serem capazes de identificar achados consistentes com Covid-19 e deste modo, auxiliar no manejo diagnóstico e terapêutico dos pacientes.
Diante disso, percebemos que é necessário que os radiologistas estejam familiarizados com os principais achados tomográficos para serem capazes de identificar achados consistentes com Covid-19 e deste modo, auxiliar no manejo diagnóstico e terapêutico dos pacientes.
Por Dr. Otávio Pinho Filho
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