MAQUINAÇÃO
Nem mesmo aquela imponente lua
Que se debruçou na escuridão do meu quintal
Fazendo assim luzir fragmentos de cristal
No chão onde dormia a tua sombra nua.
Fez do teu coração um ponto onde flutua
A frase de amor que escrevi na cal
Sucumbe de pavor na insensatez do sal
A conservar a dor em tua carne crua.
A tua arquitetura, por demais perfeita
A morte que criastes ronda e me espreita
A dor que me causastes é um mal sem cura.
Por fim, esse meu fim te deixa satisfeita
As flores desbotadas minha alma aceita
Ser elo de vingança em minha sepultura.
Zé Lopes

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