sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

POESIA- MAQUINAÇÃO - POR ZÉ LOPES

 


MAQUINAÇÃO 


Nem mesmo aquela imponente lua

Que se debruçou na escuridão do meu quintal

Fazendo assim luzir fragmentos de cristal

No chão onde dormia a tua sombra nua.


Fez do teu coração um ponto onde flutua

A frase de amor que escrevi na cal

Sucumbe de pavor na insensatez do sal

A conservar a dor em tua carne crua.


A tua arquitetura, por demais perfeita

A morte que criastes ronda e me espreita

A dor que me causastes é um mal sem cura.


Por fim, esse meu fim te deixa satisfeita

As flores desbotadas minha alma aceita

Ser elo de vingança em minha sepultura.


Zé Lopes 

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