COMEMORA-SE HOJE O DIA NACIONAL DO CHORO
DIA 23 DE ABRIL É O DIA NACIONAL DO CHORO EM HOMENAGEM AO NASCIMENTO DE
PIXINGUINHA, ÍCONE DA MÚSICA BRASILEIRA
Comemora-se hoje, dia 23 de abril, o Dia Nacional do Choro. Também
conhecido como Chorinho, trata-se de um gênero de música popular e instrumental
brasileira. Esta data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de
Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em
especial do choro.
O músico, compositor ou instrumentista, ligado ao choro é chamado chorão.
Característica freqüentemente apreciada no choro é o virtuosismo dos
instrumentistas, bem como a capacidade de improvisação dos executantes.
As rodas de choro são reuniões mais informais de chorões, muito diferentes de
apresentações e shows. Geralmente acontecem em bares ou na própria casa dos
músicos, em que todos se juntam para tocar choro. Não existe uma formação
específica e os músicos que vão chegando se juntam à roda.
Alguns dos chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e
Pixinguinha. Entre alguns dos choros mais famosos estão “Tico-Tico no Fubá”, de
Zequinha de Abreu; “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo; “Noites Cariocas”, de
Jacob do Bandolim; “Carinhoso” e “Lamento” de Pixinguinha; “Odeon”, de Ernesto
Nazareth.
O choro serviu de inspiração a diversos compositores eruditos brasileiros e
estrangeiros. Dentre as composições de Heitor Villa-Lobos, o ciclo dos Choros é
considerado um conjunto de obras importantes.
O compositor francês Darius Milhaud, que foi adido cultural da França no
Brasil, inseriu em sua peça “Scaramouche” algumas ideias de choro, inclusive
com um plágio de “Brejeiro”, de Nazareth.
Também a música erudita inspirou os chorões, como o flautista Altamiro
Carrilho, que gravou discos chamados Clássicos em Choro, nos quais toca música
clássica com sotaque de choro.
SOBRE O CHORO
O choro entra na cena musical brasileira em meados e finais do século XIX, e
nesse período se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e
Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana
e européia e era executado principalmente por funcionários públicos,
instrumentistas das bandas militares e operários têxteis.
Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes,
graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das
passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma
sensação de melancolia.
O século XX traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas,
arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha.
PIXINGUINHA
Alfredo da Rocha Vianna Júnior nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à
música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações
magistrais, como flautista e saxofonista.
“Carinhoso”, “Lamento”, “Rosa”, “1 x 0”, “Ainda Me Recordo”, “Proezas de
Solon”, “Naquele Tempo”, “Vou Vivendo”, “Abraçando Jacaré”, “Os Oito Batutas”,
“Sofres Porque Queres”, “Fala Baixinho”, “Ingênuo”, estão entre algumas de suas
principais composições.
O apelido Pixinguinha veio da união de ‘pizindim’ – menino bom – como sua avó o
chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante.
Mário de Andrade registrou a presença do mestre na cena carioca, criando em seu
livro “Macunaíma”, um personagem: “um negrão filho de Ogum, bexiguento e
fadista de profissão” (Andrade, 1988). A passagem se dá quando o “herói sem
nenhum caráter” freqüenta uma “macumba” em casa de tia Ciata. A caracterização
de Mário de Andrade ficou difundida com a biografia de Pixinguinha elaborada
por Marilia T. Barboza da Silva e Arthur L. de Oliveira Filho: “Filho de Ogum
Bexiguento”