quarta-feira, 21 de março de 2018

OPINIÃO - CADERNO ESTADO MAIOR - DEM NA BRIGA


Engana-se quem pensa ser fato consumado a aliança do partido Democratas com o PCdoB do governador Flávio Dino. Apesar das articulações de interesses do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (RJ), com o comunista maranhense, há outras peças vinculadas ao DEM que não veem com bons olhos essa aliança. E trabalham freneticamente contra isso.
E nesse meio de campo está ninguém menos do que o ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido). Filiado histórico ao DEM, desde quando a legenda se chamava PFL, Tavares tem relações de longa data com os principais dirigentes do partido, que não dão uma pataca furada pela candidatura de Rodrigo Maia ao Palácio do Planalto. E a possibilidade de entrada do presidente Michel Temer (MDB) na disputa pela reeleição anima ainda mais o xadrez político.
O DEM fica numa espécie de meio-caminho entre o MDB e o PSDB e tem quase nada ou nenhuma relação política, ideológica, programática ou doutrinária com o PCdoB. Os dois partidos são absolutamente distintos entre si, e só na cabeça oportunista de Flávio Dino há a possibilidade de unidade entre eles.
José Reinaldo se empenha em Brasília para encaminhar o projeto democrata, que pretende ter um palanque próprio no Maranhão, o que beneficiaria o próprio Rodrigo Maia, se este for mesmo candidato a presidente. E até julho, as coisas continuarão indefinidas.
Estado Maior

PASSAGEM DE FERRY MAIS CARA


O Governo deu um “presente de grego” a população maranhense, em especial aos baixadeiros. Ontem, terça-feira (20), a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) do Governo do Maranhão, anunciou o reajuste tarifário médio de 10,32% nas passagens de ferry boat.

O reajuste acontece às vésperas da Semana Santa, um período em que o fluxo de viagens nos terminais de Ponta da Espera e Cujupe aumentam consideravelmente, já que muitos aproveitam para aproveitar o feriadão na Baixada Maranhense.

Os novos valores serão os seguintes: passageiros – de R$ 11,00 para R$ 12,00; veículos pequenos de R$ 70,00 para R$ 77,00; veículos médios de R$ 80,00 para R$ 88,00; pick up de R$ 90,00 para R$100,00 e motocicletas não houve aumento.

O aumento passará a vigorar a partir das 0h, de amanhã,  quinta-feira (22).

terça-feira, 20 de março de 2018

SAMPAIO JOGA TUDO PELA COPA DO NORDESTE


O Sampaio enfrenta o Salgueiro, nesta terça-feira (20), às 19h, no Estádio Cornélio de Barros, em Salgueiro, no interior de Pernambuco pela Copa do Brasil.

Após a desclassificação precoce no Campeonato Maranhense na primeira fase e na Copa do Brasil, quando foi derrotado nos pênaltis pela Ponte Preta, o Sampaio tenta garantir a classificação na Copa do Nordeste com uma rodada de antecedência.

O time vem de uma derrota para o Ceará na Copa do Nordeste, nos acréscimos por 2 a 1.

O Sampaio se classifica com um simples empate diante do Salgueiro, desde que o CSA não vença o Ceará.

DEPUTADO ROBERTO COSTA É HOMENAGEADO PELA UEMA

O deputado estadual Roberto Costa (MDB) participou na última, quinta-feira (15), da reinauguração do casarão histórico, que sedia o Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), localizado na Rua do Sol, Centro. O parlamentar contribuiu para a reforma do prédio, que faz parte da história da Universidade e integra o conjunto arquitetônico do estado.
Durante a solenidade, o parlamentar foi homenageado pelo coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito, Paulo Roberto Ramos. O deputado Roberto Costa foi condecorado com um quadro seu exposto na composição da galeria do prédio, ao lado de outras autoridades políticas e jurídicas. São personalidades importantes que ajudaram na implementação do curso de mestrado em Direito da UFMA.
O deputado Roberto Costa, na época, da implantação do curso de Mestrado em Direito participou da assinatura do convênio para efetivação do programa de pós-graduação e dedicou uma emenda parlamentar para a compra de mobília do prédio histórico.
O coordenador Paulo Ramos agradeceu a contribuição do parlamentar. “Hoje, é um momento muito especial, pois estamos reinaugurando o prédio histórico da faculdade de Direito, onde vai funcionar o Mestrado em Direito. Não podemos de deixar de mencionar e agradecer, o deputado Roberto Costa, que teve uma participação muito importante. Ele disponibilizou uma emenda parlamentar para a aquisição dos móveis do mestrado, tanto que ele está presente na galeria do prédio”.
O deputado Roberto Costa agradeceu à homenagem. “Fico muito feliz de participar deste evento, pois sabemos da importância e do prestígio que há o curso de Direito da UfFMA. Sabemos que várias autoridades passaram pelo curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão, senadores, governadores, deputados federais. Com o programa de pós-graduação vai se perpetuar ainda mais, agora temos o mestrado e futuramente o doutorado. Não poderia deixar de parabenizar o coordenador Paulo Roberto, que teve um papel fundamental na implantação. Nós apoiamos e destinamos uma emenda parlamentar para a mobília do prédio, uma forma de ajudar na realização deste sonho”, destacou.
A inauguração contou com a presença da reitora Nair Portela, secretário Antônio Nunes, representando o governador Flávio Dino e de representantes do Iphan, como a presidente Kátia Bogéa, o diretor do Departamento de Projetos Especiais, Robson de Almeida, o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary, o advogado Diogo Lima. Houve apresentação musical dos alunos do curso de Música da UFMA.
A obra
Realizada com recursos do Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a restauração e requalificação do antigo Fórum Universitário Fernando Perdigão teve um investimento de aproximadamente R$ 3,3 milhões. Os recursos foram utilizados em dois imóveis, para adaptações e melhorias que vão permitir que abriguem a Pós-Graduação em Direito. A obra foi executada pela UFMA e faz parte do programa do Governo Federal “Agora, é Avançar”.
A reabertura do prédio representa um importante ganho para a comunidade maranhense. Com a revitalização, o célebre casarão do Centro Histórico de São Luís passa a ser um valoroso espaço educacional, que abriga uma biblioteca com aproximadamente 10 mil títulos e recebe anualmente novos alunos de mestrado. Além disso, o edifício conta com sala de convenções – onde ocorrem eventos solenes, congressos e conferências – e auditório com capacidade para 90 lugares. Toda essa estrutura passou pela intervenção e agora apresenta plenas condições de receber os estudantes e a comunidade maranhense.

PARALIZAÇÃO DE ADVERTENCIA


O Sindicato dos Rodoviários cumpriu o que foi prometido pelo presidente Isaías Castelo Branco, em entrevista exclusiva ao programa Panorama, na Rádio Mirante AM, na segunda-feira (19), e realizam uma paralisação de advertência na empresa Primor.

A revolta da categoria é pelo fato de que novamente os empresários do setor não estariam cumprindo o acordo coletivo. Os Rodoviários afirmam que desde a última sexta-feira (16), os trabalhadores Rodoviários, estão impossibilitados de utilizar o plano de saúde. O benefício é garantido à categoria, por meio de Convenção Coletiva de Trabalho, só que as empresas de ônibus que atuam na capital, estão deixando de repassar os valores devidos a operadora do plano de saúde.

A revolta da categoria ficou ainda maior pelo fato do valor repassado aos planos de saúde continuam sendo descontando no contracheque, mas o valor não estaria sendo repassado à operadora. Com isso, os trabalhadores são impedidos de usufruir dos serviços

Por conta dessa situação, os Rodoviários decidiram parar nesta terça-feira (20), os ônibus da empresa Primor. Entretanto, se a situação não for resolvida nas próximas horas, a tendência é ampliar o volume de ônibus paralisados.

“Hoje, é a Primor. Amanhã, vamos passar para outra empresa. Nós vamos parar empresa por empresa”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Isaías Castelo Branco.

segunda-feira, 19 de março de 2018

COSTA RODRIGUES SERÁ REINAUGURADO NA SEXTA FEIRA


Expectativa para a reinauguração na próxima sexta-feira (23) do ginásio Costa Rodrigues. A partida entre Sampaio e Catanduva, pela Liga de Basquete Feminino (LBF), às 20h vai marcar a festa de entrega do maior símbolo do esporte amador aos desportistas maranhenses.

O Costa Rodrigues foi totalmente demolido, embora não tivesse necessidade disso pelo então secretário de Desporto e Lazer, Weverton Rocha, no governo Jackson Lago, mas a obra não foi concluída. Mas nem duvido que na reinauguração, Weverton esteja lá no Costa Rodrigues, sorridente ao lado do governador Flávio Dino.


Jardim tentou entregar o ginásio às pressas em setembro do ano passado, mas foi demitido por Flávio Dino e não teve como concluir a reforma.

Agora, na gestão do secretário Hewerton Pereira, enfim, o Costa Rodrigues será devolvido aos deportistas maranhenses.

“È uma enorme satisfação para mim como gestor entregar uma grande obra tão importante para população e desportistas e como ex-atleta tenho o sentimento de dever cumprido ao conseguir reabrir os portões do ginásio para a prática esportiva”, disse.

Hewerton disse que o ginásio será reinaugurado com o que existe de melhor.

“O ginásio vai ser entregue totalmente mobiliado, com cadeiras nas arquibancadas, salas para as federações, auditório, alojamento para cerca de 80 atletas com ar condicionado, mas a maior novidade para os desportistas será o piso de última geração para a prática poliesportiva profissional. O poliuretano é o piso mais recomendado para quadra poliesportiva e adequado para receber inclusive jogos internacionais”, finalizou.

OPINIÃO - CADERNO ESTADO MAIOR - CANDIDATURA CONFIRMADA


O deputado estadual Eduardo Braide (PMN) confirmou que será candidato a governador nas eleições deste ano. E pelo que afirmou, sua candidatura será ligada ao deputado federal Zé Reinaldo Tavares (sem partido). Com Braide, agora existem seis pré-candidatos ao Palácio dos Leões.

Além do deputado do PMN, se colocam como pretendentes ao governo Roseana Sarney (MDB), Maura Jorge (Pode), Ricardo Murad (PRP), Roberto Rocha (PSDB) e Flávio Dino (PCdoB), que quer a reeleição.

A chegada de Braide na disputa reforça a ideia de que o pleito no Maranhão será decidido em dois turnos, algo que os comunistas querem evitar. O melhor dos mundos para o governador seria uma disputa polarizada. Com mais de cinco candidatos, as chances de uma vitória no primeiro turno são bem pequenas.

A pré-candidatura de Eduardo Braide também reforça outra situação: o rompimento de Zé Reinaldo com Flávio Dino é mesmo irreversível.

Resta saber agora como Braide vai viabilizar essa candidatura costurando alianças e com quais partidos. Pelo que afirmou, uma das possibilidades é o DEM, que já filiou aliados de Flávio Dino, mas onde, mesmo assim, Zé Reinaldo ainda tenta ficar, no Maranhão.

Possibilidade – Outra possibilidade que não deve ser descartada é a união de Eduardo Braide, Zé Reinaldo e o senador Roberto Rocha.

Se essa linha for confirmada, Eduardo Braide conseguirá ter um tempo bom de propaganda eleitoral no rádio e na TV.

Fica somente uma dúvida: será que Tavares e Rocha deixariam as diferenças de lado para se unir neste projeto.

 

Estado Maior

SAI MARCELO TAVARES ENTRA RODRIGO LAGO NA CASA CIVIL


 
Já no fim da noite de ontem, domingo (18), o governador Flávio Dino anunciou mais uma modificação na sua equipe de Governo por conta da questão eleitoral.


Depois de confirmar a saída de Adelmo Soares da Secretaria de Agricultura Familiar, Dino anunciou a saída de Marcelo Tavares da Casa Civil e confirmou que o secretário da Transparência, Rodrigo Lago assumirá o posto.

 

Entretanto, Flávio Dino não deixou claro se Rodrigo Lago acumulará as duas funções ou se irá nomear alguém para a Secretaria de Transparência.



PONTO DE VISTA = HÁ 33 ANOS, PRESIDENTE - POR JOSÉ SARNEY


 
Por José Sarney


Estava fazendo as minhas orações de deitar quando minha mulher me lembrou a data que chegava ao fim: 15 de março. Ela então acrescentou: “Você se recorda que, há 33 anos, nesta data, assumia a Presidência da República?” Eu respondi-lhe: “Não, não me lembrava.”

Lembrei-me do que tinha ocorrido no dia 24 de abril de 1985: estava eu no sepultamento de Tancredo Neves, em São João Del-Rei, no Cemitério da Igreja de São Francisco de Assis – projetada pelo Aleijadinho, com algumas obras notáveis, como São Francisco recebendo os estigmas, no frontão -, quando, depois da cerimônia, em que eu estava preso de profunda emoção, lembrei-me, já às 11 horas da noite, que, naquele dia, eu completava 55 anos de idade. A tragédia que vivíamos com a morte do nosso líder, que até hoje lamento e me comove, me fizera esquecer até a data do meu aniversário – nem ninguém se lembrou dela.

Hoje, 33 anos depois, recordo a dificuldade que tive quando caiu em minhas mãos a transição democrática, passar o país de um regime autoritário para um regime democrático. A tarefa me enchia de temor e de angústia, sobretudo porque eu olhava para o tempo e não sabia o que seria o futuro.

Como já disse, a transição, muitas vezes, destrói ídolos e lideranças – eu não era nem uma coisa, nem outra. Mas hoje tenho um profundo orgulho de que a democracia não morreu em minhas mãos. Ao contrário, criamos uma sociedade democrática, com afirmação dos direitos do cidadão e das conquistas sociais.

Assim é que, nesses 33 anos, posso recordar que me coube, juntamente com Alfonsín, a tarefa histórica, de repercussão mundial, de retirar a América Latina da corrida nuclear, esse problema que ameaça a humanidade. E vemos o quanto é grave com o que ocorre hoje com a Coreia do Norte e a luta para que o Irã não possua armas nucleares, sobretudo agora quando o presidente Putin anuncia que tem a arma de destruição total – o míssil inalcançável, capaz de levar muitas ogivas nucleares a qualquer parte do mundo sem ser interceptado.

Por outro lado, também com o grande amigo e estadista Alfonsín, acabamos com a grande rivalidade histórica entre Argentina e Brasil e criamos o Mercosul, que mudou a face da América Latina e, se ocorresse nosso sonho, no futuro, se transformaria no Mercado Comum da América do Sul.

Lembro também que, com meu espírito de fé, fiz colocar em nossas cédulas de dinheiro a expressão “Deus seja louvado”, que tentaram tirar, e o povo não deixou. O maior programa de alimentação das crianças do mundo inteiro, o Programa do Leite, que distribuía 8 milhões de litros de leite por dia; o Vale-Transporte, com que o trabalhador anda hoje nos ônibus sem tirar do seu salário; o Vale-Alimentação; a impenhorabilidade da casa própria; a universalização da saúde, com que todos passaram a ter direito a assistência médica, quando antes o pobre não tinha nem onde tomar uma injeção; a Fundação Palmares, para ascensão da raça negra; o Conselho Nacional da Mulher; a lei de proteção às pessoas com deficiência; os incentivos fiscais à cultura (Lei Sarney); a menor taxa de desemprego; a Assembleia Nacional Constituinte; o crescimento econômico de cinco por cento ao ano, até hoje não repetido; o 13° salário para funcionários civis e militares: tudo isso aconteceu naqueles anos. E passamos de oitavo para sexto país na economia mundial, com o terceiro maior saldo de exportação do mundo, só perdendo para China e Alemanha.

Tempo de construção. Os ventos da liberdade varreram o Brasil como nunca. E até hoje as eleições livres, a plena democracia, os direitos do consumidor, da mulher, do trabalhador, dos funcionários ficaram inscritos em lei, e vivemos uma das maiores sociedades democráticas do mundo.

Minha mulher teve razão ao lembrar-me aqueles dias: tenho a consciência de, neles, ter ajudado o Brasil a crescer e democratizar-se.

PONTO DE VISTA - UMA VISÃO SOBRE MICHEL TEMER - POR JOAQUIM HAICHEL


 
Por Joaquim Haickel

Em 1987 cheguei a Brasília, sucedendo meu pai que havia sido deputado federal por dois mandatos, entre 1978 e 1986. Naquela ocasião, com menos idade que eu, no Congresso Nacional só havia Rita Camata, Aécio Neves e Cassio Cunha Lima. Todos alçariam voos mais altos, mas talvez nenhum possa dizer, como eu, que consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir sem sobressaltos… A contabilidade da vida faz isso conosco. Quem tem muito a ganhar, acaba tendo muito a perder!…
Em 1982 eu havia me elegido deputado estadual no Maranhão, quando fui o mais jovem entre os eleitos no Brasil. Enquanto eu exercia meu primeiro mandato eletivo, o hoje presidente da República era procurador-geral do maior Estado brasileiro e depois foi seu secretário de Segurança.
Conheci Michel Temer em 1987, em Brasília, quando fomos deputados federais constituintes! Esse patrício, descendente de libaneses, sempre foi um sujeito pacato e talvez essa deva ser a sua marca registrada. Muito formal, fala como se escolhesse as palavras, buscando sempre com elas esculpir frases perfeitas.
O Michel com quem tive um breve convívio, não me pareceu ser uma pessoa intransigente, um camarada arrogante, um homem duro ou inflexível, pelo contrário, sempre o achei cordato e contemporizador, às vezes até demais.
Não tenho notícias de ele ter sido grosseiro ou impertinente com quem quer que seja. Ele é um legítimo representante da boa índole e da hospitalidade libanesa. Muitas vezes nos últimos tempos tenho torcido para que ele não seja assim, já que estamos precisando de um presidente mais enérgico, que imponha com mais tenacidade e até com um pouco de “autoritarismo” as diretrizes necessárias para nos fazer atravessar as tempestades deste mar bravio em que nos encontramos.
Fui apresentado a Temer por um deputado que havia sido colega de meu pai, o saudoso Maluly Netto, que servia como catalizador da bancada libanesa no Congresso Nacional.
Lembro-me de algumas reuniões na embaixada do Líbano, convidados pelos Hobaika, Samir e Mona, um belíssimo e elegante casal que representava aqui o país de nossos antepassados. Desde ali observei que o jeito discreto e pacato de Michel fazia dele o interlocutor desejado pelos políticos mais conservadores, qualidade da qual ele iria se aproveitar nos anos seguintes, na condição de líder do maior partido de centro do Brasil.
Minha maior aproximação com o atual presidente da República foi quando da minha relatoria do projeto do deputado Amaral Neto sobre a inclusão da pena de morte em nosso texto constitucional. Até hoje me pergunto o motivo de terem me colocado para relatar matéria tão polêmica.
O fato é que no meio da tramitação do projeto, eu fui designado para representar o Brasil em uma missão oficial na China e tinham que escolher um deputado para me substituir por 15 dias, enquanto eu estivesse fora do país. O presidente da Comissão de Direitos e Garantias Individuais, Darcy Pozza, me chamou e perguntou quem eu indicava. Michel estava sentado duas cadeiras adiante e eu disse que poderia ser ele.
Nunca imaginei que eu teria escalado para me substituir, um colega que viria a ser, mais tarde o presidente da República!
Mas, deixando tudo isso de lado, gostaria de dizer algo sobre este homem que não é nenhum santo, porém, certamente não merece tanta desconsideração como vem recebendo.
A imagem de Michel Temer está manchada, sua biografia maculada, e acredito que sua administração não será exaltada no futuro, mas espero que a história, um dia, lhe faça justiça e demonstre que tudo isso que está acontecendo se deve às condições catastróficas que ele herdou e teve que enfrentar, decorrente de um governo anterior desastroso, de uma conjuntura política decrépita, de uma radical convulsão social e de um momento econômico extremamente volátil.
O que Temer está enfrentando, os percalços pelos quais ele está passando, são coisas que uma pessoa comum não seria capaz de suportar.
Com uma impopularidade que beira 95%, o governo de Temer não entrará para a história do Brasil como um modelo a ser seguido, porem é importante que a história também registre, de maneira objetiva e imparcial, os acontecimentos que determinaram seu tempo no comando de nosso país.
Espero que um dia se possa fazer justiça quanto ao trabalho de Temer, mesmo que hoje, de perto, muitos não sejam capazes de reconhecer sua verdadeira importância.