sexta-feira, 5 de abril de 2013

FOTO DO DIA

Zé Lopes e Ana Maria Braga

PINDARÉ DÁ ADEUS AO SEU MAIOR PATRIMÔNIO HISTÓRICO, O PAU DA PACIÊNCIA


          

          A
 figueira centenária da praça São Pedro, em Pindaré-Mirim, foi ao chão na manhã de ontem. As motosserras barulhentas e impiedosas encarregaram-se de derrubar a árvore que há meses havia morrido, mas permanecia de pé já sem a copa robusta de outrora. 
O prefeito de Pindaré, Walber Furtado, vereadores, secretários municipais, além de dezenas de moradores de Pindaré e de Santa Inês, cidade vizinha, participaram do ato simbólico de substituição do Pau da Paciência.

O pequeno município no interior do Maranhão ficou conhecido em todo o país depois de reportagens exibidas em rede nacional sobre uma figueira solitária e com mais de cem anos de existência habitada por dezenas de bichos-preguiça. A árvore tornou-se ponto turístico e atraía milhares de pessoas que vinham de municípios e estados vizinhos.
O Pau da Paciência chegou a ser tombado como Patrimônio da Humanidade.

De acordo com o Laudo Técnico Ambiental, assinado pelo Engenheiro Agrônomo Reginaldo Evangelista,  o Pau da Paciência morreu vítima de ataques de Moscas Brancas. Os ataques comprometeram o estado fisiológico da árvore, deixando-a vulnerável a fungos, facilitando o acesso de doenças como a Ferrugem e o Cancro, por exemplo.


Ainda de acordo com o laudo, o centenário Pau da Paciência poderia ter sido salvo se fossem cumpridos métodos de controle de pragas, juntamente com a poda de ramos afetados, aplicação de calda e adubação de nutrição.

ARRAIAL  MARANHENSE
          Quem está de CD novo é o músico, cantor, compositor Kosta Netto. Intitulado de Arraial Maranhense, o disco tem esse clima, já que só traz canções no gênero junino. Kosta Netto escolheu a dupla Zé Lopes e Paul Getty para compor as músicas e o resultado foi muito melhor do que o esperado. Fazendo viagens pelo interior do Maranhão, a dupla de compositores homenageou as cidades de Pedreiras, Paulo Ramos, São Luis e São João dos Patos. O CD está a venda ao preço de R$ 10,00 (dez reais) pelo fone 98 9967-6233.


BACABAL@CULTURA.SEM

SE NÃO FOSSEM TEUS POETAS

Se não fossem teus poetas
Pra contar em seus poemas
Nos seus versos, nos seus temas
Tudo dessa cidade?
Zé Jardim escreve a saudade
Paulo Campos o amor
Perboire escreve o sabor
Das frutas mais naturais
Abel escreve seus ais
Raimundo Sérgio o passado
Assis Viola o fardo
Do caboclo camponês
Boa Fé a escassez
De um mundo igualitário
Iremar o itinerário
Da mulher tão mal amada
Casanova a retirada
Márcia Gardenha o presente
Cledy Maciel a corrente
Que separa o mesmo sexo
Otávio Pinho o nexo
De uma vida livremente
Zé Carlos Reis o repente
Lereno Nunes protesta
Bebê Leite escreve a festa
Cavalcante a nossa gente
Angelina o batente
Antônio Ailton a variedade
Dalva Lopes o marasmo
Cláudio Cante o descaso
Que assola essa cidade
Se não fossem teus poetas
Terias por fim, como meta
Uma história sem saudades.

Zé Lopes
Do livro Bacabal Alves de Abreu Souza Silva de Mendonça e da Infancia Perdida

O VERDADEIRO REGGAE MARANHENSE
OS CANTORES FABINHO DE JAH, ZÉ LOPES, SANTACRUZ E CÉLIA SAMPAIO SE PREPARAM PARA APRESENTAR O SHOW “OS FILHOS DO REGGAE” NA CAPITAL, NO INTERIOR E EM OUTROS ESTADOS
          Longe das batidas eletrônicas e das produções feitas em teclados, os artistas Zé Lopes, Santacruz, Célia Sampaio e Fabinho de Jah estão levantando a auto-estima do reggae produzido no Maranhão. Lotando praças e casas do gênero, o show que o quarteto montou para mostrar este ano, já tem várias apresentações agendadas. “ É um espetáculo que marca a nova fase do nosso reggae, é um projeto audacioso mas que deu certo e pretendemos ir muito longe, até onde nossa batida alcançar”, diz Fabinho de Jah, guitarrista, cantor e precursor do projeto.
Levado pela batida que veio da Jamaica, Zé Lopes tem no seu repertório regueiro, muitos títulos em festivais, discos e uma gama de músicas interpretadas por outros cantores e bandas. “É a vez de mostrarmos a nossa produção, é a hora de mostrarmos a nossa cara. Que o mundo se prepare, pois nos preparamos para invadi-lo, e vamos começar por nosso estado”, explica o cantor Zé Lopes.
Enviando projetos para secretarias, fundações, prefeituras e empresários, os Filhos do Reggae, nome dado ao quarteto, já se preparam para invadir as noites de sábado nas principais casas de show da ilha, como Companhia Paulista, Chama Maré, Bar do Nelson e Trapiche. “Eu estou sempre procurando uma forma de emplacar o meu reggae e esse é o momento. Nós, os Filhos do Reggae vamos invadir a Ilha com nosso trabalho e mostrar o nosso potencial”, lembra Santacruz, a maior expressão maranhense no gênero.
Cobrados pela massa regueira,  Fabinho de Jah, Santacruz, Célia Sampaio e Zé Lopes prepararam um CD contendo 16 canções no ritmo reggae, sendo quatro de cada um que será lançado ainda este ano. Para essa produção, os quatro querem primeiro firmar o show para que a festa do lançamento do CD, se torne a mais bela já feita por regueiros em todo o estado. “Estamos prontos para encarar mais esta jornada que é levar a nossa música para o Maranhão e para o Brasil. Posso assegurar que temos talento de sobra para conquistar um grande público e mostrar o reggae que o maranhense faz”, Finaliza Célia Sampaio.




                                                                                                       cartaz de divulgação do primeiro show


BACABAL COM NOVO DELEGADO
Por Louremar Fernandes
          O delegado regional de Bacabal,  Jader Alves, não deve emplacar a segunda semana de Abril no cargo. Em seu lugar será nomeado o delegado Carlos Alessandro, atualmente na cidade de Buriticupu. Carlos Alessandro já foi Oficial da PM (Tenente) e deixou a patente para assumir como delegado.

A notícia parece daquelas próprias de pequenas cidades, onde só há um delegado. Mas em Bacabal também é assim. A população faz de conta que reclama, os políticos fazem de conta que ouvem e continua na mesma, o povo mal assistido quanto ao contingente de servidores da Polícia Civil no município.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

FOTO DO DIA

V Festival da Música Popular Bacabalense
BACABAL PRESENTE
          Apesar da chuva, de dois jogos importantes na televisão, o time do Bacabal Esporte Clube levou alguns torcedores para o Castelão na noite de ontem. Mesmo com o BEC perdendo, a imprensa da Ilha do Amor esteve presente nas cadeiras do estádio e conversou com alguns bacabalenses, entre eles o empresário Osvaldino Pinho e o cantor e compositor Zé Lopes.





UM CD PARA SEMPRE
          O cantor e compositor Kleber Lima esta de CD novo. Essencial 10 anos traz um Kleber Lima muito mais maduro, dono de si e pronto para conquistar o mundo. O CD tem 14 faixas e além de algumas autorais, esse maravilhoso intérprete viaja nas canções de Guilherme Arantes, Agepê, Los Hermanos e a canção mais gravada de maranhenses vivos, “Linha Imaginária” de Zé Lopes, Nonato Matos e Paul Getty, também está presente entre os sucessos da  bolachinha.
Contatos para shows, eventos e vendas de CD  98 – 8125-3858
Email produção - nacelioslima@hotmail.com


BACABAL@CULTURA.SEM
          Agora que estamos em abril, mês em que se comemora  o aniversário de Bacabal, mais precisamente no dia 17, o nosso blog prestará uma homenagem a essa cidade. Quando  saí   de Bacabal para fixar residência em São Luis em busca de oportunidades que a minha terra nunca me deu, escrevi um livro de poemas intitulado “Bacabal Alves de Abreu Souza e Silva de Mendonça e da Infância Perdida”, onde eu verso sobre a minha infância na cidade e a cidade na minha infância. Como não tenho nenhuma pretensão em publicá-lo, vou presentear os meus leitores com alguns deles, que poderão ser lidos até o niver da cidade. Curtam o primeiro


CIDADE SITIADA

Carrego entre os dentes
A faca cega e enferrujada da história
Que me contaram sobre as histórias de uma cidade
Que nasceu em pencas como a banana
Madurou em cachos como o arroz
 Viajou em fardos como o algodão
E quebrou como o coco babaçu.

Cidade que se prostituiu nas noites
Nos cabarés e prostíbulos
Da rua 28 de julho
No Mufumbo, na Rua dos Prazeres
No buraco do Tatu na Rua Rui Barbosa
Nas Três Marias na Rua Djalma Dutra
No Preto Oito na Rua Frederico Leda.

Cidade que acordava com o barulho das usinas
E com o cheiro do cuim e xerém,
Cidade que se acalentava
Ao som das sirenes das fábricas
Ao som do apito da Polar
E de outras lanchas e batelões,

Trago em minha cabeça a rodilha dos anos
Um velho chapéu de palha carcomido
Amassado pelo peso das lembranças
Dos tabuleiros de quebra-queixo,
Das tábuas de pirulito, das bandejas de pão doce,
Das bacias de cocada, dos sacos de algodão doce,
Das caixas de picolé, dos carrinhos de sorvete,
Do tambor de chegadinho cavaco chinês,
Da maleta de Cuscuz Ideal,  do isopor de dim dim

Ainda alimenta as lombrigas dos meus primeiros anos
A doce lembrança do sabor
Do Picolé Jeneve, do Refresco Topogigio
Do refrigerante Grapetti, do bombom São João
O sabor caseiro do alfinim, do puxa-puxa,
Da chupeta, da raspadinha, do suspiro
Do mingau de milho, da canjica,
Da pamonha, do mungunzá.

Trago em meu corpo
As cicatrizes deixadas pelos cacos de vidros,
Pregos enferrujados, pedras de baladeira,
Quedas de arvores, topadas, esbarrões
Arranhões no asfalto, nas calçadas
Nos matos espinhentos e arames farpados.

Ainda está lá na beira do Rio Mearim
A marca dos meus pés
Moldada no barro da inocência
Ouço no fundo perdido da minha criancice
O barulho das águas quando pulava de ponta
Quando jogava cangapé, virava pulitrica
Tocava borá, batia canapum e dava cambita.

Tudo está vivo, escondido n’algum lugar
Na velha casa onde eu nasci e que ainda se mantém em pé
No quintal carente de infância
Debaixo da ponte, , nas praças, nos bueiros e galerias
No beco da bosta, na Rua do Fio, do Axixá, do Maxixe
Da Ponta Fina, do Tecelão, do Quebra Coco, da Salvação

Procuro sob a palha de arroz, sob a borra do coco babaçu
Sob o rejeito do algodão, sob o bagaço da cana
Das inúmeras usinas que acordaram sonhos
Procuro no escuro dos cinemas
No pátio dos colégios
Nos barracões das escolas de samba

Está vivo, eu sei
Procuro e não acho esse passado tão bonito
Que a vida fez questão de esconder
Mas que ninguém foi capaz de procurar.

Zé Lopes