segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

RESENHA ESPORTIVA






FLU REBATE UNIMED E GARANTE QUE NÃO LIBERA CONCA PARA CORINTHIANS OU FLA, QUE DEVE DESISTIR
                     

Jogadores vinculados à Unimed integram o elenco do Fluminense e despertam interesse de outros clubes, especialmente Conca. Em entrevista na noite de ontem, domingo, o presidente da ex-patrocinadora do clube carioca, Celso Barros, foi crítico quando se referiu à diretoria tricolor. E sugeriu uma alternativa que ao menos parcialmente compensaria o fato de a cooperativa médica manter atletas no elenco das Laranjeiras, pagar a maior parte de seus salários e não ter mais qualquer retorno para sua marca.

"O Fluminense poderia por exemplo, ter proposto a manga da camisa para nós sem custo. Ou melhor, não sem custo, porque nós vamos ter custos maiores do que o patrocinador atual do Fluminense vai ter. Acho que é uma questão de se tentar discutir isso e, se for o caso, acho que o Fluminense poderia faciliar a saída de um ou dois atletas ou até tentar uma outra alternativa, tem que ter criatividade para resolver isso".

O blog manteve contato com o presidente do Fluminense. Peter Siemsem acompanhou a entrevista de Celso Barros e retrucou ante a sugestão de Barros (publicidade nas mangas dos uniformes). Ele assegurou que não liberará o meia argentino aos rivais Flamengo e Corinthians, que desejam ter Conca.

Blog: Como vê a possibilidade de exposição da marca Unimed nas mangas?

Peter Siemsem: Um ponto importante é que tentamos a solução da manga. Em um primeiro momento caminhou nessa direção. Por isso, iniciamos os contatos com possiveis novos patrocinadores. Na segunda-feira, dois dias antes da rescisão, fui informado da mudança e da saída total. Tentei mostrar (à Unimed) que a manga era o melhor caminho, mas não houve jeito.

Blog: Diante do que Celso Barros falou na entrevista, admite voltar a negociar tal possibilidade?

Peter Siemsem: Sem duvida que sim. Sempre estive aberto. Apenas atendi à vontade deles. Eles me pediram para dar mais 15 dias de prazo da data prevista para recisão unilateral sem indenização, o que atendi prontamente para tentar fechar a manga. Infelizmente ele optaram formalmente por não ficar na manga.
 
Blog: É possível reabrir tal negociação a partir das declarações do Celso Barros ?

Peter Siemsem: Eu não fui procurado por ele ou por outra pessoa nesse sentido. Sempre estive aberto.

Blog: Como o Fluminense espera manter os jogadores com vínculo junto à Unined neste cenário e com outros clubes querendo contratá-los?

Peter Siemsem: Vamos trabalhar com nosso orçamento previsto e não abrimos mão do Conca.

Blog: A Unimed, por contrato, é obrigada a pagar a parte que lhe cabe do contrato de Conca e dos demais jogadores a ela vinculados? Ou há diferenças entre os contratos desses atletas?

Peter Siemsem: É obrigado em todos. A rescisão unilateral de cada um impõe diferentes penalidades.

Blog: O Fluminense só perde esses jogadores se alguém pagar a(s) multa(s) rescisória(s)?

Peter Siemsem: A princípio sim. O melhor é trabalhar tranquilo e ir avaliando propostas para qualquer jogador do Fluminense como sempre fazemos. A idéia inicial é mantê-los.

Sobre a tentativa do Flamengo de tirar Conca das Laranjeiras, o blog apurou que após conversas "muito profissionais" (definição de pessoas do próprio clube da Gávea) com o presidente da Unimed, os rubro-negros mantêm pequenas esperanças. Além do imbróglio envolvendo Fluminense e ex -patrocinador, sabem que os tricolores dificilmente o liberariam para o rival. Assim, a tendência é o Flamengo desistir da contratação. O anúncio deve acontecer ainda nesta segunda-feira


APESAR DE RELUTÂNCIA DO FLUMINENSE, CONCA PREFERE CORINTHIANS AO FLAMENGO




O futuro de Conca em 2015 ainda está indefinido. O jogador quer ficar no Fluminense, mas sabe que vai ser difícil após o rompimento do clube com a Unimed. E, conforme apurou o Blog do Zé Lopes, em conversas informais, o atleta confidenciou a amigos que prefere vestir a camisa do Corinthians à do Flamengo, outro interessado no futebol do argentino.

"Eu tenho conversado bastante com o Conca, que é meu amigo pessoal, e ele está aguardando. Tudo isso está em jogo, Flamengo, Corinthians, pode ser China, depende da vontade do jogador e também da proposta a ser feita para o Fluminense. Se a proposta for boa para clube, patrocinador e atleta, vamos liberá-lo. É questão de sentar na mesa e discutir", disse Celso Barros, em contato com o blog na noite de ontem, domingo.

Conca sabe que é ídolo nas Laranjeiras, gosta do Fluminense e se identifica com a torcida tricolor. Esse é um dos motivos que o fazem, também, preterir o Flamengo ao Corinthians, apesar de ele não descartar a hipótese de vestir o manto rubro-negro. Além disso, o meia também quer atuar na Copa Libertadores, mas a reportagem apurou que a situação pode se arrastar pelo primeiro semestre e ser definida apenas para a disputa do Campeonato Brasileiro.

A Unimed, por outro lado, está pressionando o Fluminense a liberar o jogador. Celso Barros admitiu que os jogadores que tem contrato com a empresa estão há um mês sem receber o dinheiro. "Nesse momento, tem um mês de atraso. É muito fácil dizer que não libera o Conca pagando o que eles pagam. É muito fácil esse discurso. Vamos ver se eles gostariam de sentar à mesa para discutir esta questão", disse o presidente da ex-patrocinadora do Flu.

O mandatário se refere ao fato de que o clube tricolor tem avisado que não vai liberar o meia argentino. O Flamengo, por exemplo, já teve uma proposta rejeitada pelo Flu. Do lado do Corinthians, o clube já tem acerto com jogador e Unimed e ainda vai negociar com o Fluminense para dar os próximos passos. O time alvinegro também aguarda a negociação de Jadson com o Flamengo avançar.

CAETANO TENTA USAR AMIZADE COM CELSO BARROS PARA FLA TER CONCA
 

Para ter Conca, o Flamengo está utilizando uma poderosa arma nos bastidores: a amizade entre o diretor de futebol do clube, Rodrigo Caetano, e o presidente da Unimed-Rio, Celso Barros. Ambos têm estado em contato quase que diário para tentar viabilizar a ida do argentino para o Rubro-Negro e Caetano sabe que esse é o caminho mais fácil para que a negociação tenha um fim positivo.
 
O primeiro contato partiu do próprio Celso Barros, assim que Rodrigo Caetano assumiu o cargo dele no Flamengo. Querendo recuperar parte do investimento feito na contratação e nos salários pagos a Conca, o ex-patrocinador do Fluminense procurou o amigo como forma de consultoria. Caetano, é claro, entendeu que poderia ser a chance de contratar um nome de peso logo na chegada dele à Gávea.

Vale lembrar que Rodrigo Caetano foi um dos responsáveis pela contratação de Marcelo Cirino, ex-Atlético-PR. Ele está há pouco menos de um mês no clube e também foi, ao lado do vice de futebol Alexandre Wrobel, o responsável pelas contratações de Pará e Bressan, ex-Grêmio.



CAMISA 10 E MAIS UM: FLA BUSCA DOIS NOMES PARA FECHAR ELENCO EM JANEIRO
 
Marcelo Cirino, Thallyson, Pará, Arthur Maia e Bressan. Cinco reforços desembarcaram no Ninho do Urubu na reapresentação do elenco para a temporada 2015 nesta segunda-feira. Mas ainda há vagas. A diretoria rubro-negra segue em busca de reforços e espera fechar o elenco em janeiro com uma preocupação em especial: a camisa 10.Sheylla Wandergirlt sex free
 
Em 2014 ela pertenceu ao argentino Lucas Mugni, promessa que não vingou. Agora, o clube mira Conca e Jadson, do Corinthians, para ocupar a vaga de maestro do meio de campo. Lucas Lima, do Santos, também faz parte do planos, com ajuda de investidores. O argentino é tarefa difícil diante da recusa do Fluminense em negociá-lo, embora o interesse permaneça. Jadson é mantido em compasso de espera.

"Os nomes nós estamos trabalhando. É interesse nosso termos o elenco próximo do ideal ainda dentro do mês de janeiro. Hoje mudou o regulamento par inscrição de atletas, o número baixou e por isso o Flamengo vai trabalhar com um número menor do queo usual. Hoje nós temos com o acréscimos desses atletas em torno de 26 atletas treinando amanhã (em Atibaia). Com isso seguiremos buscando ainda dois atletas para o Estadual. Dentre os quais um meia. Se vai ser A, B ou C não cabe a nós dizer", disse o diretor de futebol, Rodrigo Caetano.

A busca por um camisa 10 é novela de longa data no Flamengo. Desde que Ronaldinho deixou o clube em 2012, o time nunca mais teve um meia organizador. As tentativas variaram de Cleber Santana a Carlos Eduardo. Nunca mais, no entanto, o tiro foi certeiro. Caetano reconhece que o peso da camisa 10 no Flamengo é maior e, por isso, deve ser tratado com prioridade.
"A gente segue em busca. Nem poderia ser diferente, quando se trabalha no Flamengo a dimensão do número 10 é bem maior, até por conta do ídolo (Zico) que a vestiu. Essa busca sempre foi incessante e continuará sendo. Mas é muito mais por característica, por entendimento do Vanderlei (Luxemburgo). A posição é muito carente no nosso futebol hoje. Se você for pegar todas as equipes, até a formatação tática, dificilmente tem jogador com essa característica", disse Rodrigo Caetano.

Romero é descartado

Na última semana, a imprensa argentina noticiou que o Flamengo fez proposta de três milhões de dólares pelo volante argentino Lucas Romero, de 20 anos, do Vélez Sarsfield. Rodrigo Caetano negou qualquer tentativa.
"Eu acompanhei (a notícia). Nós desconhecemos e nunca ouvimos falar desse nome aqui", completou o dirigente.



OPINIÃO DE ANDREA






Por Andrea Murad

Ao acompanhar alguns momentos da cerimônia de posse da presidente Dilma, vi que muitas de suas obrigações foram anunciadas. Aqui no Maranhão, Flávio Dino não foi diferente, anunciou suas obrigações e assinou decretos como aconteceu nos estados do Piauí, Matro Grosso, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e no Paraná. São obrigações do ofício, nada que precise ser super valorizado. Muitos dos decretos, sem motivo emergencial, poderiam ser assinados posteriormente, mas tenho a impressão que o governador o fez apenas para tornar a posse mais atraente para a imprensa.
Preferi ler com muita atenção, na íntegra, o discurso do governador, assim como os decretos, projetos de leis e medidas provisórias, e analisar bem os pontos positivos e os negativos para falar de forma responsável a minha opinião.

No tema educação, faço aqui um paralelo ao carro-chefe do segundo mandato da presidenta Dilma — Brasil, Pátria Educadora quando será priorizada a educação, o que é louvável e indispensável, — Flávio pegou carona com o Governo Federal, que vai ampliar os recursos para educação, ao anunciar medidas na área e não perder qualquer oportunidade de incentivo da presidente Dilma. Na saúde, como tudo vai muito bem na rede estadual, Flávio criou uma medida que já foi realizada pela gestão de Ricardo Murad na SES em junho de 2013. Na segurança, não menos importante, a convocação dos aprovados no concurso para Polícia Militar e Bombeiros é uma ação de extrema necessidade para o nosso estado, portanto, positiva.

Precisamos ficar atentos, como políticos e cidadãos, a cada passo do Poder Executivo para que se cumpram as promessas anunciadas ao povo durante a campanha. Uma delas, por exemplo, que seria enxugar a máquina, Flávio Dino já iniciou agindo de forma contrária, criou duas novas secretarias de estado. Mas, estamos só começando o mandato, precisamos ter paciência, fé e aguardar os resultados. Até lá, o meu papel será fiscalizar, cobrar ações e legislar em favor do povo do Maranhão. Afinal, o que o povo mais quer e precisa são de ações práticas que resultem em mudanças reais e não mais de discursos sobre coronelismo e oligarquia. Ninguém aguenta mais esse mantra. A campanha acabou, o governo agora é com ele e o futuro do nosso Estado está em suas mãos.

E por falar em discurso, achei muito contraditório Flávio Dino ler no seu texto que não deseja ser “governador para ficar em guerra com o passado” e logo que acaba o discurso, volta a falar para imprensa as mesmas coisas, sempre com agressividade e desrespeito, alimentando um ódio incompreensível. Parece que o seu discurso não condiz com o que de fato ele sente. E esse sentimento de raiva e vingança, para um governador, me preocupa muito.

Mas também vi de forma positiva o novo governador dizer que “não haverá distinção entre deputados da base e oposição”. Espero, realmente, que esse discurso seja colocado em prática. O meu papel na oposição não será o de atrapalhar as ações do governo, pois aquilo que for para o bem do Maranhão, terá meu voto. Então, o governador pode ficar despreocupado que eu estarei ao lado do povo e ninguém precisará fazer acordo comigo pra que isso aconteça, quando realmente o que estiver em jogo for os benefícios para a população.

Desejo sucesso ao novo governador  e quero destacar que jamais desejaria o seu fracasso, pois sei que o povo seria o mais prejudicado.

* Andrea Murad é deputada estadual eleita pelo PMDB

EX VEREADOR É ENCONTRADO MORTO COM GOLPES DA FACA NO PESCOÇO NA CIDADE DE PINHEIRO




O ex-vereador e produtor de eventos da cidade de Pinheiro, Valdomiro Magno, foi brutalmente assassinados em sua residência na madrugada deste domingo, 04, no Bairro da Floresta em Pinheiro.

O corpo de Valdomiro, foi encontrado por voltadas 10:30h da manhã, o ex-vereador, foi morto a golpes de faca e sofreu ferimentos  na região do pescoço. Até o momento, nenhum suspeito de ter cometido  o crime foi identificado.

A Policia trabalha para elucidar o caso. Valdomiro Magno era o fundador da Fundação Cultural Pinheirense, e todos os anos promovia na Praça José Sarney no centro de Pinheiro o Festival da Musica Pinheirense (FESMAP), que reunia artistas de varias regiões do Brasil.

Uma grande perda para política local, e para cultura da região.(Blog Neto Cruz).

Nota

Eu, Zé Lopes, fiquei muito abalado com essa triste noticia, logo, conheço Valdomiro há muitos e muitos anos, estive com ele no último mês de julho no FESMAP - Festival de Música de Pinheiro, evento que ele fazia já há mais de vinte anos. Valdomiro vai com uma certeza, fez muita coisa pela cultura  brasileira, maranhense e principalmente a de Pinheiro. Que o autor dessa barbárie seja punido.

PETROBRÁS CRIOU EMPRESA DE FACHADA PARA CONSTRUIR GASODUTO BILIONÁRIO




A Petrobrás criou "empresas de papel" para construir e operar a rede de gasodutos Gasene, conforme constatação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) reproduzida numa auditoria sigilosa do Tribunal de Contas da União (TCU). 

O trecho do empreendimento que fica na Bahia - e, de acordo com técnicos do tribunal, teve os custos superfaturados em mais de 1.800% - foi inaugurado com pompa em 26 de março de 2010 pelo governo federal. 

Oito dias depois, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deixou o governo para se candidatar à Presidência da República. Ela foi à festa de inauguração em Itabuna (BA) com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Petrobrás na época, José Sérgio Gabrielli, e a então diretora de Gás e Energia da estatal, Graças Foster, atual presidente da empresa.

Auditores do TCU constataram que a ANP autorizou a construção e a operação do gasoduto sem analisar os documentos das empresas e sem avaliar se o projeto era adequado. 

A agência reguladora pediu uma cópia do contrato de operação e manutenção do trecho entre Cacimbas (ES) e Catu (BA) em 4 de março de 2010, conforme ofício anexado ao processo que tramitou na ANP. Não houve exame do contrato, "repetindo o mero check list promovido na fase de autorização para a construção", escreveram os auditores. Três semanas depois, Lula e Dilma inauguravam o trecho, hoje em operação.

Documentos revelam como as empresas criadas para a construção da rede de gasodutos - uma engenharia financeira para dar aspecto de empreendimento privado ao negócio - tinham características de fachada. Um contrato de prestação de serviços foi assinado em maio de 2005 entre a Transportadora Gasene S.A., constituída pela Petrobrás para tocar as obras, e a Domínio Assessores Ltda., um escritório de contabilidade no Rio. 

As duas empresas aparecem no contrato com o mesmo endereço: Rua São Bento, no quinto andar de um prédio no Centro. O próprio contrato menciona que o escritório de contabilidade "concordou em fornecer à contratante um endereço para abrigar sua sede".

O mesmo documento diz que o dono da Domínio, Antônio Carlos Pinto de Azeredo, se comprometia a exercer o cargo de presidente da Transportadora Gasene, função ocupada entre 2005 e 2011. 

Em reportagem publicada pelo GLOBO em 24 de dezembro, Azeredo declarou que era apenas um "preposto" da Petrobrás no cargo, com o exercício de uma "função puramente simbólica". O fato de existir um laranja à frente da empresa, responsável por investimentos de R$ 6,3 bilhões, corrobora o aspecto de fachada do empreendimento - uma sociedade de propósito específico (SPE) com capital privado, administrada por uma empresa chinesa contratada sem licitação e com comprovados gastos públicos, conforme a auditoria.

"A ANP considerou que as firmas transportadoras criadas nesse arranjo financeiro 'seriam apenas empresas de papel'", constataram os técnicos do TCU no relatório da auditoria. A subsidiária da Petrobrás responsável por operar as redes de gasoduto é a Transpetro, que assinou contrato com a Gasene. 

A interpretação da ANP sobre o aspecto de fachada do empreendimento é compartilhada pelos auditores do TCU. "Em toda a cadeia quem estabelece os desígnios é a Petrobrás. Desse modo, assevera-se que este contrato para operação e manutenção com a Transpetro e os demais realizados visaram apenas a formalizar a relação de subordinação entre as sociedades, de modo a dar contornos legais e de aparente normalidade a toda estruturação financeira que foi desenvolvida", cita a auditoria, que ainda será votada, mas já foi enviada para os procuradores da República responsáveis pela Operação Lava-Jato para que seja incorporada às investigações de corrupção na estatal.

Mesmo tendo apontado a existência de "empresas de papel", a ANP abdicou da atribuição de fazer uma análise técnica do empreendimento, conforme conclusão de inspeção feita em três processos da agência relacionados ao Gasene - um com pedido de autorização da construção de um trecho, outro com instrução de decreto de utilidade pública para o gasoduto e um terceiro sobre aprovação dos projetos de referência. "Em termos de análise técnica da ANP, a inspeção constatou que ela inexistiu, limitando-se, nos processos de autorização para construção e operação, a checar a entrega dos documentos exigidos", afirmam os auditores.

"Chama atenção o fato de um projeto dessa magnitude, na ordem de R$ 3,78 bilhões (valor referente somente ao trecho Cacimbas-Catu), não ter avaliação crítica dos estudos apresentados pela Petrobrás para efeitos de autorização para a construção", afirmam. Segundo a auditoria, a ANP deixou de avaliar a viabilidade do projeto bilionário, embora o capital social da empresa contratada fosse de apenas R$ 10 mil, indicando que poderia tratar-se de fachada.

A inauguração do trecho do gasoduto em Itabuna, na Bahia, teve a participação de autoridades graduadas do governo Lula. Cerca de 5 mil pessoas compareceram ao parque de exposições. Dilma discursou com referências ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Gasene, apesar da operação financeira para configurá-lo como empreendimento privado, foi incluído no PAC e contou com 80% de financiamento pelo BNDES. Uma empresa chinesa, a Sinopec International Petroleum Service Corporation, foi subcontratada sem licitação, por R$ 266,2 milhões, para gerenciar o gasoduto.

- O PAC não é ficção, e o Gasene hoje prova isso. Demos um show de competência aqui - discursou Dilma.

Fiador da candidatura de Dilma, eleita em outubro daquele ano, Lula também discursou:

- Essa obra significa mais um degrau na conquista de independência do Nordeste brasileiro. Nós não estamos tirando nada de nenhum lugar do Brasil.

Participaram ainda Gabrielli, que é da Bahia, e o governador do Estado na ocasião, Jaques Wagner (PT), reeleito naquele ano, além de Graças Foster e do presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Gabrielli responde a acusações relacionadas à sua gestão, como o prejuízo de US$ 792 milhões na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e o superfaturamento na construção da refinaria de Abreu e Lima (PE). 

Wagner é o atual ministro da Defesa e um dos principais conselheiros de Dilma. Graça balança no cargo devido à crise na Petrobrás. E Machado, incriminado por delatores do esquema de desvio de recursos da estatal, licenciou-se do cargo de presidente até ontem.

O Gasene foi incorporado pela Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária da Petrobras, em janeiro de 2012, com ativos de R$ 6,3 bilhões. Os três trechos já foram concluídos: são 130 quilômetros entre Cacimbas e Vitória (ES); 303 quilômetros entre Cabiúnas (RJ) e Vitória e 954 quilômetros entre Cacimbas e Catu.

A auditoria do TCU foi feita no trecho mais longo. Além de superfaturamento, os técnicos apontaram dispensa ilegal de licitação, inexistência de projeto básico e pagamento sem a prestação do serviço. A votação na sessão reservada de 9 de dezembro foi suspensa devido a pedido de vista. O relatório aponta como responsáveis pelas irregularidades Gabrielli e o ex-presidente da Transportadora Gasene Antônio Carlos Azeredo. Os técnicos sugerem a aplicação de multas aos dois.

Ao GLOBO, a Petrobrás informou que "já apresentou esclarecimentos detalhados nos processos de auditoria do TCU no Gasene e aguarda sua manifestação". A ANP informou que "só vai se pronunciar depois da publicação do acórdão do TCU. O acórdão é o instrumento final pelo qual o TCU se pronuncia como órgão fiscalizador", informou a agência