Levado pela dança de um povo índio,
Tupy, Timbiras, Guarany ou, sei lá qual e quantos, resolvi desbravar a mata
virgem da minha memória e ressuscitar, pelo menos parte, uma história que
começou com o coronel Manoel Alves de Abreu, dono da fazenda cheia de
bacabeiras, árvore que deu origem ao nome da cidade que completa no dia de hoje
95 anos.
Vila da Conceição, em 17 de abril de
1920, Urbano Santos assinou a lei que fez de Bacabal um município. Assumindo o
comando, o nomeado Jorge Mendonça deu a largada política e hoje, já se passaram
95 anos e a cidade agoniza a olhos nus.
Gostaria aqui de falar o melhor dessa
cidade, e vou falar. Inspirado no Nosso Senhor Jesus Cristo, vou ressuscitar grandes
políticos municipalistas que tanto fizeram para que Bacabal se desenvolvesse
como o senhor Pedro Brito (Pedrinho), Dr. Juarez, Dr. Antônio, Dr. Coelho,
Raimunda Loiola, Zé dos Santos, Renato Nunes, Juarez Gomes, Joãozinho
Fotógrafo, Bete Lago, Dr. Hidalgo pessoas que trataram a cidade com a mesma sutileza
com que Brasilino Miranda fazia um poema, com a mesma maestria com que Zé de
Brito tocava seu saxofone e com a mesma firmeza com que Laurindo Trindade
cantava um samba ou um bolero acompanhado por Lauro gama em seu violão e duetando
com Walter Correa no grave de sua bela voz.
A educação levada a sério ao tom das palmatórias de dona
Alice Mendes e dona Elisa Monteiro, era adoçada pelos saborosos picolés feitos
por João Lobo e por Tunico Eno enquanto Zé Longar preparava o Ki-Suco com pão para a merenda
antes do almoço. De lá, a correria da meninada com medo de Tia Onça, Chica Doida,
Berredo, fartura e Marechal, os loucos que assustaram a infância da minha
geração.
Em busca dos primeiros prazeres, a
meninada roubava as moedas das mães e ia até Mufumbo para fazer sexo com uma
velha muda,
e ao voltar gastavam o resto nas
canoinhas ou no carrossel movido a força humana na praça em frente ao sindicato
dos estivadores.
No operário, Estrela do Oriente, Tupã,
Tamandaré, América da Trizidela, Botafogo e atletas como Bujão, Capijuba,
Melancia, Bety, Silas, _Panzilão, Zé Aranha. De lá, era só um pulo para ver seu
Lídio dar show no Canecão e com toda alegria, Januário Boca Rica ostentava seus
dentes, todos de ouro.
Bacabal viveu épocas cinematográficas,
já teve 42 usinas de arroz pilando dia e noite, teve os colégios de segundo
grau Santa Rosa, Nossa Senhora dos Anjos, Governador Sarney, Gunnar Vingrem, Batista,
Municipal e Alfredo Benna, teve tres times de futebol profissional, o BEC, o
Mearim e o Americano, teve dois restaurantes flutuantes, teve boates, teve
clubes sociais como Varguard, Icarai e União, teve hospitais como o Santa
Terezinha e o Laura Vasconcelos, teve grandes festivais, grandes carnavais,
praças públicas(hoje a maioria é privada), jogos escolares, olimpiadas
estudantil . Já tivemos campos de pelada como o do Ginásio, do Rato,
Maracalama, do Feijão,da Barroca, já tivemos
um belo Balneário Verão e dois cinemas, o Cine Kennedy e o Cine Ideal.
Houve um tempo em que podíamos nos
divertir sem medo de ser assaltado, de ser morto, andávamos a pé de uma ponta a
outra da cidade.
Já tivemos comerciantes fortes como
Pedro Seguins, Tonico Braga, Gerson Sales, os pecuaristas Dr. Otavio Pinho,
José Maria Milhomem, os Jornalistas Pedro Santos e Bobim, aqui já teve até
bacaba.
Quero ressuscitar aqui, pessoas que eu
conheci e contribuíram para que Bacabal chegasse até aqui:
Alberto Cardoso, Zeca lago, Washinton
Bringel, Wellington Nogueira, Bulão, Pai Véi, Terezinha França, Chiquinho Veloso,
Geraldo Cortês, Dr. Francisco Dias, Dr. Antônio Augusto, Dr.Deusimar, Dr. Ribamar,Adriana, Marlete Santos, Dona
Cassiana, Alberto, Dona Zezé Branco, seu Justino, Tamió, Dona Bebé, Alberto
Trabulsi, Zequinha Leite, Benedito Leite, Raimundo Nunes, Nato Nunes, Iranor, Kebeca, Velman, Rennan, Fedora, Jânio Chaves, Raimundinho, Sílvio, Assisinho, Flávio Alves, Mundiquinho,
Mundinha, Nhá Bá, (.................) cabe mais centenas de nomes.
Gostaria
aqui, de todo coração, ressuscitar a queridíssima Maria Oliveira Veloso, a dona Cotinha mãe de Zé Alberto
atual prefeito de Bacabal, para que ela puxasse a orelha dele e dissesse: Cuida
bem dessa cidade pois essa cidade é sua.
Com as graças das nossas
padroeiras Santa Terezinha e Nossa Senhora da Conceição e com as bênçãos da
santa filha da terra Edite, Bacabal vai ter um jeito e pelo jeito, não vai
demorar muito.
Só cabe a nós vivos.