segunda-feira, 1 de outubro de 2018

GRAMIXÓ - SEM KI-SUCO E SEM PÃO

Sim, as gerações. Elas se multiplicam, somam, se dividem, se locupletam, mas, infelizmente, elas também se extinguem, aí, felizmente, para a perpetuação da história.

Sem nenhum acervo cultural, histórico, sem nenhum pesquisador de oficio, sem nenhum historiador, Bacabal, nesse imenso tabuleiro de um disputado jogo entre a vida e a morte, vê inerte, a morte levar grande vantagem, e peças importantes desse embate, estão sucumbindo e arrastando com elas, histórias que também decomporão na acidez e na frialdade da terra. Morreu Apolônio Cutrim, o popular Gramixó, um dos últimos contadores da nossa rica/empobrecida história.

Eu, particularmente, antropólogo por conveniência, historiador por consanguinidade, escritor por necessidade, poeta por curiosidade, cantor e compositor por birra, jornalista por sobrevivência, tenho tentado ao máximo, com poucos ou nenhum recursos, ao longo de todos os meus anos de existência, colecionar fragmentos para, pelo menos, formar uma história dessa terra de tantos filhos ilustres e importantes.

Uma dessas coleções, que transformei em crônicas e participei do concurso literário "Prêmio Gonçalves Dias" com o nome de "Bacabal- Cenas de um Capítulo Passado" e fui vencedor, conta histórias e estórias hilárias do povo de Bacabal, o que no coração da matutice  é conhecido como causos, um grande trabalho, de grande relevância e mérito cultural e de reconhecimento zero por parte das autoridades constituídas.

Agora, como estou Secretário Municipal Adjunto da Cultura de Bacabal, pelo menos, com essa condição, ou melhor, status, tenho feito um trabalho de grande pesquisa e já escrevi mais de quinhentas histórias que se somarão com as do livro "Bacabal - Cenas de um Capítulo Passado" e formará o livro para o centenário de Bacabal "Confesso que ví, ouví e até vivi". Nas duas peças muitas histórias contadas por Gramixó.

Passei uma semana em São Luís para aumentar o meu leque de conhecimento e colher material para o livro de poesias que pretendo, como secretário adjunto de cultura, fazer com 100 poetas e já colhi material de bacabalenses como Otávio Filho, Lereno Nunes, Serrão, Rinaldo Nunes, Osvaldino Pinho, Flávia Cristina, Antônio Ailtom, Henrique Nunes e muitos outros ainda estão a elaborar obras com inspiração e muita bacabalidade. Trabalhar os cem anos da minha cidade, é a minha única proposta, e o tempo é muito curto.
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É aí que entra o fenecimento de Gramixó. Já tinha começado a escrever as histórias que me interessavam para a proposta do centenário de Bacabal. Ele conhecia muito. Gramixó, foi uma espécie de paizão, o conheço desde criancinha quando colegial. Era parada obrigatória para o ki-suco com pão depois da aula. Bolo, dim-dim, salada de frutas, refresco, chá, cachaça, refrigerante, cerveja, miudaria de mercearia e o principal item da prateleira, a pimenta engarrafada com soro de leite, azeite de coco, vinagre, leite de coco, água de cuxá e preparada no limãozinho, o que deu o nome ao seu comércio "Casa Pimenteira".

Quem conheceu Gramixó, conheceu a sua luta. Pequeno comerciante, mas de grande freguesia. Sempre muito visitado, e a sua calçada, sob um pé de jambo nas tardes/noites era muito disputada  para discussão, principalmente sobre politica, com os velhos grisalhos  e os novos aprendizes. Era o famoso Senadinho do Gramixó"
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Gramixé e seu filho mais velho

Amigo fiel do senador João Alberto, Gramixó há bem pouco tempo, perdeu sua companheira, a senhora Cícera e daí em diante começou a receber pressão do filho mais velho para partilhar os bens, viu o mesmo ir para as TVs locais falar asneiras sobre seus amigos e com isso lhe agredir, alem de, também, lhe agredir fisica e moralmente com os mais esdrúxulos insultos e com isso o velho Gramixó acabou não resistindo. Seu coração parou de bater aos oitenta anos, mas com uma juventude bastante acentuada.

Ele deixa muitas saudades e leva consigo histórias que nunca serão contadas, uma pena e uma perda para uma cidade que completará em pouco mais de um ano, o seu centenário . mas o seu nome nunca será esquecido, é uma marca.

Morreu Apolônio Cutrim, mas o Gramixó é eterno.

Que a terra lhe seja leve. Vá em paz e apimente as ceias do céu. Deus está contigo.
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Dr. Auto Cutrim, Zé Lopes, Lelé e Gramixó

HOJE É DIA DE SANTA TEREZINHA, PADROEIRA DE BACABAL


Santa Tereza do Menino Jesus nasceu no dia 2 de janeiro de 1873 em Alençom, baixa Normandia, na França. Desde o nascimento foi fraca e doente. Seu nome de batismo era Marie Françoise Thérèse Martin (Maria Francisca Tereza Martin). Filha de Louis Martim, relojoeiro e joalheiro, que quis ser monge na ordem de São Bernardo de Claraval, e Zélie Guérin, famosa bordadeira do ponto de Alençon.
Sua mãe faleceu quando Terezinha tinha apenas quatro anos. Por isso, a menina se apegou à sua irmã mais velha, Paulina, que passou a ser tida por ela como segunda mãe. Paulina, porém, seguindo a própria vocação, entrou para o Carmelo. Terezinha ficou muito doente causando grande preocupação em seu pai e irmãs. Um dia, porém, olhando para a imagem da Imaculada Conceição de Maria, de quem seus pais eram devotos, a Virgem sorriu para Terezinha e esta ficou curada. Desse dia em diante, Terezinha decidiu entrar para o Carmelo. Suas irmãs, que também se tornaram freiras, eram Maria, Paulina, Leônia e Celina. Seus 3 irmãos morreram muito cedo. Terezinha estudou no colégio da Abadia das monjas beneditinas de Lisieux por 5 anos.
A vida de Santa Tereza do Menino Jesus


Santa Terezinha estava decidida a entrar para a ordem das carmelitas descalças, mas como tinha apenas 14 anos, não poderia, por causa das regras da Igreja. Mas ela não desistiu. Numa viagem feita à Itália, teve a audácia de pedir autorização ao Papa Leão Xlll e este concedeu. Assim, em abril de 1888 ela entra para o Carmelo com o nome de Thérèse de I’Enfant Jesus (Tereza do Menino Jesus). Fez sua profissão religiosa em setembro de 1890, festa da Natividade da Virgem Maria, acrescentando em seu nome, Thérèse de I’Enfant Jesus Et de La Sainte Face, (Tereza do Menino Jesus e Sagrada Face).
Vida de santidade
Santa Terezinha levou a sério o caminho da perfeição escrito por sua fundadora Santa Tereza de Jesus (Santa Tereza D’Ávila). Porém, Terezinha revelou ao mundo que a perfeição e a santidade podem estar nas pequenas coisas, nos pequenos gestos e obrigações cotidianas que fazemos com amor. Ela dizia: Sigamos o caminho da simplicidade. Entreguemo-nos com todo o nosso ser ao amor. Em tudo busquemos fazer a vontade de Deus. O zelo pela salvação das pessoas devore nosso coração.
O Legado de Santa Tereza do Menino Jesus
Santa Terezinha escreveu três manuscritos a pedido de sua irmã Paulina. Esses manuscritos são sua autobiografia e foram publicados em 1898 com o título de História de uma Alma, livro que, posteriormente, veio a se tornar um dos maiores best sellers da história.
Em seus escritos, Terezinha ensina a teologia profunda da simplicidade: a pequena via. Um caminho de santidade baseado nas pequenas coisas, nos pequenos atos do cotidiano que, quando feitos com amor, produzem frutos de santidade. Ela dizia que não tinha forças para fazer as grandes obras heróicas dos santos famosos da Igreja, mas só conseguia fazer pequenas coisas. Mas nessas pequenas coisas estava o segredo de sua santidade. Pegar um alfinete caído no chão, com amor, produz fruto de santidade.
Missionária sem nunca sair do Carmelo
Santa Tereza do Menino Jesus se tornou a padroeira das missões sem nunca ter saído do Carmelo. Ela dizia: Compreendi que a igreja tinha um Coração, e que este coração ardia de Amor. Compreendi que só o Amor fazia os membros da igreja agirem, que se o Amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue... Por isso, ela dizia: No coração da Igreja, serei o amor. Dizia sempre que o que conta é o amor, só o amor. É contemplar no outro a pessoa de Jesus. Para ela ser missionário não é uma questão de geografia e sim uma questão de amor.
Santa Tereza do Menino Jesus, a Santa das Rosas
Santa Terezinha ficava feliz quando jogava pétalas de rosas ao ver passar o Santíssimo Sacramento no ostensório, e também gostava de jogar flores no grande crucifixo que ficava no jardim do Carmelo. Disse antes de morrer: Vou fazer chover sobre o mundo uma chuva de rosas, dizendo assim que iria interceder a Deus, sempre por todos os povos. Por isso, na Novena de Santa Terezinha o fiel espera receber uma rosa como sinal de que seu pedido será atendido.
Falecimento de Santa Terezinha
Santa Tereza do Menino Jesus sofreu por quase 3 anos de tuberculose, que, naquela época não tinha cura. Chegou a dizer que jamais pensou que fosse capaz de sofrer tanto, mas teve paciência e fez tudo por amor, sem jamais reclamar nem murmurar. Faleceu no dia 30 de setembro de 1897, aos 24 anos. No leito de morte as monjas rezavam e anotavam tudo que ela dizia. Sua última frase foi: Não me arrependo de haver-me entregue ao amor. E com o olhar fixo no crucifixo exclamou: Meu Deus, eu te amo. Então, faleceu a jovem que depois foi chamada de a Maior Santa dos tempos modernos.
Devoção a Santa Tereza do Menino Jesus
Antes de ser canonizada Santa Tereza do Menino Jesus foi beatificada em abril de 1923. Sua canonização foi feita pelo Papa Pio Xl, em 1925 no dia 17 de maio. No ano de 1927 foi declarada Patrona Universal das Missões Católicas. Foi nomeada Padroeira Secundária da França, junto com Santa Joana D’arc. Em 1997 no centenário de sua morte, o Papa João Paulo ll, na Carta Apostólica, Divinis Amoris Scientia, a declara Doutora da Igreja por causa da sua mensagem da Infância Espiritual e da Contemplação da Face de Cristo. Seus pais, Luis Martin e Zélia Guerin, foram beatificados pela Igreja, no ano de 2008, no dia Mundial das Missões, na basílica de Lisieux, dedicada a Santa Terezinha.
Oração a Santa Tereza do Menino Jesus
Ó Santa Terezinha, branca e mimosa flor de Jesus e Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com vosso suave perfume, chamai-nos e nós correremos convosco, ao encontro de Jesus, pelo caminho da renúncia, do abandono e do amor. Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para nosso Pai do céu. Não permitais que o ofendamos com o pecado. Socorrei-nos em todos os perigos e necessidades; socorrei-nos em todas as aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais, especialmente a graça que estamos precisando agora, (fazer o pedido). Lembrai-vos ó Santa Terezinha, que prometestes passar vosso céu fazendo o bem a terra, sem descanso, até ver completo o numero de eleitos. Cumpri em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não descanseis até que nos vejais no céu, ao vosso lado, contando as ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus. Amém.
Igreja de Santa Terezinha em Bacabal Maranhão


 

PONTO DE VISTA - A CONQUISTA DA DEMOCRACIA – POR JOSÉ SARNEY


 
Por José Sarney
Quando Tancredo Neves morreu, deixou-me com a difícil e quase impossível tarefa da transição democrática: sair do regime autoritário militar para o estado civil de direito.
Só eu sei e guardo o quanto foi difícil. O país estava dividido. Na área militar a maioria, a linha dura, era contra a abertura iniciada por Geisel e continuada por Figueiredo. Do lado civil a paisagem não era nada animadora: divisão completa entre grupos que iam da extrema esquerda, passando pelos agitadores, pelos moderados até aos adeptos da volta dos militares.
A Constituinte, por mim convocada, virou uma festa e a bacia das almas, cheia de candidatos a presidência querendo depor-me. Não foi feita com os olhos no futuro. Dela saiu a Constituição que tornou o país ingovernável, como se vê agora. Parlamentarista e presidencialista, capitalista e socialista.
Por duas vezes tive que sustenta-la: uma, quando tentou retirar das atribuições das Forças Armadas a de assegurar a ordem interna. Estivemos à beira do retrocesso. Outra, quando quiseram submeter a propriedade privada a controle social. Depois foi paralisada pela impossibilidade de se aceitar que a Comissão de Sistematização impusesse um projeto aprovado por 47 votos, que só poderia ser modificado por dois terços dos 559 constituintes. Era um golpe da esquerda radical contra a maioria. Ajudei Ulysses a superar o impasse e concluir a Constituição de 88, com o apoio de patrióticas lideranças do Congresso. Caso contrário iríamos seguir o caminho das constituintes de 1823, dissolvida, ou de 1934, que deu no Estado Novo do Getúlio.
Enfrentei 12.000 greves movidas por desestabilizar o governo e algumas vezes estivemos à beira da anarquia. Enfrentei-as democraticamente e com muita paciência.
Terminamos com o país redemocratizado. Os militares voltaram aos quartéis e integraram-se ao poder civil, síntese de todos os poderes. Pacifiquei a nação, tive eleições todos os anos, normalmente e sem traumas. Obra de engenharia política que, sob minha liderança, construiu um novo Brasil, voltado para o social, com oportunidades para todos, em que um operário, Lula, foi candidato em 89 e chegou a ser Presidente da República em 2002. Os partidos de esquerda, como o PC do B, que viviam sempre na clandestinidade, foram legalizados por mim. João Amazonas, seu fundador, transformou-se em meu amigo. O Brasil cresceu uma Argentina, 5% ao ano, 25% no período. O Brasil passou para o 6º lugar na economia mundial. Deixamos as instituições consolidadas e um país pacificado.
Fui o presidente que fez a transição democrática. O brasilianista Ronald M. Schneider, autor do clássico Latin American History: Patterns & Personalities, disse ter sido ela “a mais exitosa do mundo”, com grandes elogios a minha atuação. Tenho orgulho de ter prestado esse serviço ao meu país e a sua História. A democracia agonizante não morreu em minhas mãos, ao contrário, ressuscitou. Meu temperamento de paciência, de diálogo, de prudência e de espírito de conciliação salvou o país.
Sabe Deus o que passei. Mas, hoje, 30 anos depois, eis mais uma eleição. As instituições recriadas resistem a tudo. E os cidadãos que participam lembram-se de quem, modestamente, abriu o poço.

OPINIÃO - CADERNO ESTADO MAIOR - PESQUISA E RETA FINAL


As pesquisas eleitorais servem para balizar as campanhas em qualquer nível. Elas orientam e estabelecem parâmetros para se definir ou corrigir rumos, traçar estratégias e seguir em frente. No Maranhão, porém, as pesquisas estão sendo usadas pelo governo Flávio Dino (PCdoB) como instrumento de intimidação e de pressão, bem aos olhos da Justiça Eleitoral.

Felizmente, a realidade das ruas mostra uma situação bem diferente da que Dino tenta impor por meio de números fictícios. As ruas apontam para uma direção diferente da que quer o governador comunista, com um volume de campanha cada vez maior da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e dos dois outros principais candidatos da oposição, utilizando-se dos meios necessários para alcançar os dois dígitos.

Para a coordenação de campanha de Roseana, esta reta final será decisiva para consolidar a garantia do segundo turno e desmentir os números de Dino. Roseana mostra-se otimista com a receptividade nos municípios, sempre com multidões a acompanhá-la em comícios, passeatas e carreatas.

Por outro lado, não há dúvida de que a reação da campanha do tucano Geraldo Alckmin e a superexposição do deputado Jair Bolsonaro (PSL) fortalecem também as candidaturas de Roberto Rocha (PSDB) e Maura Jorge (PSL), respectivamente.

Não resta dúvidas de que Flávio Dino vai continuar a insistir em números de pesquisas alinhadas para forçar uma realidade de vitória em primeiro turno. Mas a realidade pode apeá-lo do cavalo. E a queda pode ser dolorosa.

Estado Maior

domingo, 30 de setembro de 2018

DIAGNOSE - DICA DE SAÚDE - OUTUBRO ROSA

De acordo com os dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a partir de 2018, estima-se que cerca de 59.700 novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados no Brasil por ano. O número indica que a cada 100 mil mulheres, cerca de 56 desenvolvem a condição.

Os dados alarmantes posicionam a neoplasia como a segunda que mais acomete mulheres em todo o mundo. Diante da realidade, a melhor medida continua sendo a prevenção. 
É isso que impulsiona o Outubro Rosa, um mês dedica à disseminação de informações sobre os direitos e a importância de olhar com atenção para a saúde da mulher.
Mais do que levantar dados, a campanha visa garantir às mulheres atendimento, assistência médica e suporte emocional, garantindo prevenção, diagnóstico e tratamento de qualidade.
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
3.   História
O que é Outubro Rosa?
O Outubro Rosa é uma campanha mundial realizada anualmente no mês de outubro, que busca a conscientização das mulheres a respeito da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, aumentando as chances de cura e reduzindo a mortalidade. A campanha é simbolizada pelo laço cor-de-rosa.
Durante o mês de outubro, diversas instituições — tanto públicas quanto privadas — disponibilizam exames gratuitos ou com preço reduzido, a fim de encorajar as mulheres a realizar esses exames e tratar qualquer problema encontrado precocemente, visto que, nos estágios iniciais, o câncer de mama é assintomático e responde muito melhor aos tratamentos.
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres do mundo inteiro, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma (como o carcinoma basocelular). De todos os novos casos a doença a cada ano, cerca de 25% são câncer de mama.
Objetivo do Outubro Rosa
O Outubro Rosa tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem altas chances de cura quando descoberto cedo.
Mesmo assim, grande parte dos diagnósticos acabam sendo tardios.
Embora seja focado no câncer de mama, muitas instituições aproveitam o mês também para falar sobre outras neoplasias que podem ocorrer no aparelho reprodutor feminino, como o câncer de ovário ou do colo do útero, por exemplo.
História
O Outubro Rosa não foi exatamente instituído por uma pessoa, pois no fim do século XX, alguns estados americanos promoviam ações isoladas de conscientização sobre a doença.
Aos poucos, as iniciativas foram amplificadas e ganharam visibilidade, até o Congresso Americano oficializar outubro como o mês nacional de prevenção ao câncer de mama.
Mas cabe aqui falar de uma instituição importante para que a data viesse à vida. Em 1982, inicia-se o instituto Susan G. Komen Breast Cancer Foundation, fundado por Nancy Brinker com o objetivo de promover estudos e disseminar informações sobre o câncer de mama.
Em 1983, pretendendo dar mais visibilidade à importância do projeto e do tema e arrecadar fundos para pesquisas, o instituto promoveu a primeira “Caminhada pela Vida”, em Dallas. O evento contou com cerca de 800 participantes e marcou o início de uma ação que ganharia dimensões mundiais.
Alguns anos depois, em 1991, as tão famosas fitas rosas foram distribuídas a todas e todos os participantes da Caminhada pela Vida, em Nova York, tornando o laço cor-de-rosa o símbolo oficial da campanha.
Desde então, a instituição continua promovendo corridas anualmente em prol da luta contra o câncer de mama, mas a história do laço rosa só veio em 1997: a fim de sensibilizar a população, as cidades eram enfeitadas com laços cor de rosa em locais públicos e durante eventos.
No Brasil, a primeira ação do Outubro Rosa que se tem conhecimento aconteceu em 2002, no parque Ibirapuera, em São Paulo: o Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista, mais conhecido como Obelisco do Ibirapuera, foi iluminado de rosa por um grupo de mulheres simpatizantes com a causa.
A partir de 2008, as ações foram se tornando cada vez mais frequentes. Várias entidades relacionadas ao câncer de mama passaram a iluminar monumentos e prédios de rosa, deixando clara a mensagem: é preciso se prevenir.
Símbolo do Outubro Rosa: Laço Cor-de-Rosa
Mundialmente reconhecido, o laço cor-de-rosa é o símbolo da luta contra o câncer de mama. Mas como foi que ele surgiu?
Inicialmente, os laços começaram a ser usados nos Estados Unidos, na década de 70, por Lenney Laingen, uma mulher cujo marido era mantido como refém no Irã. Esses laços, de cor amarela, foram pendurados por ela e seus amigos em algumas árvores, e o objetivo era que o marido voltasse para casa.
A ideia de laços conscientizadores se popularizou e, nos anos 90, era a vez do câncer de mama receber sua própria fita. Durante a Corrida pela Cura de Nova York de 1991, foram distribuídos laços cor-de-rosa para todos os participantes. No entanto, nessa época, ele ainda não era um símbolo muito forte.
Em 1992, a Estée Lauder Cosmetics, uma empresa de cosméticos, foi a responsável por popularizar o laço cor-de-rosa mundialmente.
Inicialmente, sua cor era laranja, feitos por uma senhora chamada Charlotte Hayley. Ela vendia os lacinhos junto com um cartão que dizia que apenas 5% do orçamento anual do Instituto Nacional do Câncer era destinado à prevenção. Seu objetivo era convencer as pessoas de que isso tinha que mudar, causando pressão no governo.
Tudo isso chamou a atenção de Alexandra Penney, editora chefe da revista “Self” na época, e Evelyn Lauder, vice-presidente da empresa cosmética Estée Lauder Cosmetics, que quiseram investir na ideia.
No entanto, Hayley se negou a vincular seus laços às imagens comerciais das duas empresárias, fazendo com que as negociações não fossem muito frutíferas. No entanto,  as duas mulheres de negócios resolveram lançar a campanha dos lacinhos mesmo assim, apenas mudando a cor para rosa.
Com a popularização desse símbolo, que foi distribuído nos Estados Unidos por diversas companhias, ele ficou conhecido como o símbolo mundial da luta contra o câncer de mama.
Em 1997, uma organização resolveu tomar o símbolo para si: a Pink Ribbon International. Trata-se de uma organização não governamental sem fins lucrativos cujo enfoque é a luta contra o câncer de mama. Essa organização está presente em mais de 15 países ao redor do mundo.
O câncer de mama
Sendo o 2º câncer que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é uma neoplasia maligna que acomete o tecido mamário.
Ele aparece quando há uma mutação genética em alguma célula, que causa a multiplicação desenfreada de células anormais. Tal multiplicação forma um tumor que pode crescer muito rapidamente, mas também pode ter um curso lento.
Alguns fatores podem influenciar as chances de desenvolver o câncer, como ter menstruado antes dos 12 anos de idade, não ter filhos, ter engravidado pela primeira vez após os 30 anos, não ter amamentado, ter feito reposição hormonal, entre outros.
Há, ainda, fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida, como a obesidade após a menopausa, a exposição frequentes à radiação, sedentarismo, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e casos na família.
Para que haja maiores chances de cura, o tumor deve ser identificado precocemente. Exames como a mamografia, que deve ser feita frequentemente a partir dos 50 anos, são imprescindíveis para a descoberta de um câncer que pode ser tratado rapidamente.
Mamografia: a melhor prevenção
Na maioria das vezes, o câncer pode ser detectado em suas fases iniciais, antes mesmo de apresentar qualquer sintoma. Isso porque existem exames como a mamografia, que utiliza a radiação para conseguir criar imagens de dentro da mama, podendo revelar a presença de tumores ainda muito pequenos.
A maior parte das mulheres acabam descobrindo o câncer sozinha, através do autoexame, que consiste em apalpar as mamas e as regiões próximas à procura de algum caroço.
No entanto, ele só serve quando o câncer já está mais avançado: enquanto a mamografia consegue detectar tumores menores que 1 centímetro (em estágio inicial), o caroço só pode ser percebido no autoexame quanto atinge 2 centímetros — diminuindo as chances de cura.
Por isso, o autoexame não dispensa a mamografia, que é uma radiografia das mamas capaz de detectar alterações precoces.
O exame realizado como método preventivo deve ser feito a cada 2 anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos de idade.
Se houver alguma suspeita ou alteração no tecido mamário identificada pelo médico, a paciente deve realizar uma mamografia diagnóstica, a fim de aprofundar a investigação do quadro, mas somente exames laboratoriais (histopatologia) podem atestar o câncer..
Mas mulheres que se encaixam entre os grupos de risco, tendo maior predisposição podem necessitar a realização do exame com mais frequência.
Autoexame das mamas: passo a passo
Embora a mamografia seja o melhor método preventivo, o autoexame também é importante, especialmente para quem não tem acesso à mamografia no momento.
O autoexame deve ser feito 1 vez ao mês, cerca de 3 a 5 dias após o primeiro dia de menstruação, pois nessa época a mama está menos inchada e dolorida, facilitando a detecção de qualquer alteração.
Já nas mulheres que não menstruam mais, o exame deve ser feito em uma data fixa todo mês.
O exame deve ser feito sem blusa e sem sutiã, para que não haja interferência do tecido, preferencialmente em frente ao espelho ou deitada, buscando a presença de caroços, alterações na pele ou no bico do seio, secreções das mamas ou saliências.
Para fazer o exame, siga os passos abaixo:
Na frente do espelho
1.   Com os braços caídos e relaxados, observe os seios;
2.   Levante os braços e observe-os novamente;
3.   Coloque as mãos na cintura, fazendo pressão, e observe-os mais uma vez.
Essas 3 maneiras de observar os seios servem para perceber se há alterações visualmente perceptíveis, como diferenças no tamanho, forma e cor das mamas, além de inchaços, depressões na pele, saliências ou rugosidades.
Palpação
1.   Levante o braço esquerdo, colocando a mão para trás da cabeça;
2.   Com a mão direita, apalpe cuidadosamente a mama esquerda, fazendo movimentos circulares, convergentes para o mamilo, para cima e para baixo;
3.   Pressione o mamilo suavemente;
4.   Repita o processo na mama direita;
A palpação deve ser feita com os dedos das mãos juntos e esticados, com movimentos circulares e de cima para baixo em toda a mama, indo em direção às axilas. Depois, é indicado pressionar o mamilo para conferir se não sai nenhuma secreção.
Se você sentir alguma coisa diferente, confira se não há a mesma coisa na outra: às vezes os seios possuem algumas texturas que confundem, mas se estiver presente nas duas mamas, provavelmente não é nada com o que se preocupar.
Sintomas além do “caroço”
Sentir um nódulo nas mamas é o que muitas acreditam ser o único sinal do câncer de mama. Embora a doença seja geralmente assintomática nos primeiros estágios, enquanto o tumor é pequeno, a medida em que o câncer se desenvolve, vão surgindo outros sintomas. São eles:
  • Alterações no formato ou no tamanho da mama;
  • Pele com aspecto anormal, semelhante à casca de laranja;
  • Vermelhidão, calor e dor, no caso de câncer de mama inflamatório;
  • Feridas e crostas na pele do mamilo (bico do seio);
  • Coceira frequente na aréola e no mamilo;
  • Inversão do mamilo/mamilo afundado;
  • Liberação de secreções ou sangue pelo mamilo;
  • Inchaços e nódulos nas axilas.
    O Outubro Rosa, atualmente, é uma ação mundial e de grande impacto, que leva informação, assistência e amparo às mulheres, de modo a prevenir, tratar e acompanhar cada caso.
    As ações se espalham por dezenas de lugares e você pode encontrar atividades, caminhadas, cursos, além de dispor de exames ou assistência médica voltada à abordagem do câncer de mama. Conheça as campanhas, se integre nas iniciativas e decore sua saúde com este laço rosa.
    Junte-se à causa e ajude mais mulheres a terem essa consciência!
    Por Dr. Otávio Pinho Filho