No último sábado (09), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deixou a prisão, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes conceder liberdade provisória ao militar.
Moraes homologou o acordo de colaboração feito por Mauro Cid com a Polícia Federal. A delação refere-se ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas, como a investigação sobre a venda de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro.
Vale lembrar que Mauro Cid estava preso no Batalhão do Exército de Brasília desde 3 de maio, após uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid.
A decisão de Moraes de homologar a delação foi alvo de crítica pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Nas redes sociais, Aras disse que a PGR “não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal” e criticou delações feitas no âmbito da Operação Lava-Jato, como as do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral.
“A Procuradoria Geral da República não é de Augusto Aras. É da República Federativa do Brasil e é pautada pela Constituição. A PGR, portanto, não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo”, afirmou o chefe da PGR.
Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), após a declaração de Aras, fez questão de parabenizar a PF e dizer que o órgão atuou com seriedade.
“Minhas homenagens à equipe da Polícia Federal que atuou para o andamento da colaboração premiada do Sr. Mauro Cid. A Polícia Federal atuou com seriedade, profissionalismo e pleno atendimento à Constituição, às leis e à jurisprudência do STF”, destacou Dino.