Infelizmente, no Maranhão, temos visto uma lamentável inversão de valores nas homenagens feitas ou pretendidas no estado. Somente nesta semana tivemos quatro situações que devem nos levar a reflexão.
Dois parlamentares tentam fazer homenagens desnecessárias ou sem sentido algum. Na Câmara de São Luís, o vereador Gutemberg Araújo tenta criar o “Dia Municipal do Fusca” na capital maranhense. Qual o sentido??? Qual a necessidade??? Qual a ligação de São Luís com o fusca???
Na Assembleia Legislativa, o deputado Juscelino Marreca queria transformar o São João da Thay em “Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão”. No entanto, as críticas recebidas e a falta de fundamentos fizeram com que a tentativa pífia e desnecessária morresse no nascedouro.
O São João da Thay, excepcional evento e que muito tem contribuído com o Maranhão, principalmente com a divulgação do nosso estado, mesmo com todo o relevante serviço prestado, não se enquadraria para ser classificado como “Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão”.
Outro exemplo nesta semana foi a Medalha Manuel Beckman, maior honraria da Assembleia Legislativa do Maranhão, que depois de homenagear tantas pessoas, muita gente foi surpreendida com a solicitação do deputado Roberto Costa para conceder a honraria ao ex-presidente da República, José Sarney.
Apesar de já ter sido homenageado em boa parte dos países no mundo, Sarney, maior político que o Maranhão já teve e maranhense mais ilustre, nunca tinha sido lembrado para receber tal honraria.
Por fim, mas não menos importante, a Cultura do Maranhão foi surpreendida com a decisão de integrantes do Cacuriá de Dona Teté, nascido no Laborarte, de mudar o nome. A brincadeira passa a se chamar de Cacuriá Balaio das Rosas. O anúncio foi feita pela cantora e compositora Rosa Reis. A mudança acaba por desfazer uma justa homenagem a quem deu fama e nome a brincadeira.
É uma pena que no Maranhão esteja acontecendo a banalização e inversão de valores nas homenagens.