domingo, 29 de setembro de 2013

POESIA DE LERENO NUNES


Lereno da Costa Nunes nasceu em Bacabal-MA, a 22 de maio de 1965, filho de Renato da Costa Nunes (ex- contador e ex-deputado estadual- em memória) e Gercina da Silva Melo, aprendeu as primeiras letras em sua cidade natal, transferindo-se posteriormente para São Luis, onde concluiu o segundo grau e o curso superior de Engenharia Civil pela UEMA- Universidade Estadual do Maranhão. Herdou do pai a tendência para a poesia e da mãe, a sensibilidade essencial dos grandes poetas. Lereno exerce a sua profissão de engenheiro civil, é professor universitário, continua escrevendo poesias, contos, crônicas e degustando nos fins de semana com a família e com os amigos, uma cervejinha bem gelada. Dr. Lereno é irmão de de Dr. Renato Nunes Filho e de Dr. Rinaldo Nunes


 









PARADOXO

Cansei de estar
Sóbrio e embriagado
Tentando lutar
Por um mérito já conquistado.
Cansei de sorrir
Quando triste
Ou de persistir
Que a dor não existe.
Cansei de vagar sozinho
Noite afora
Por um só caminho.

E agora?
Devo mudar o que penso
Ou devo continuar
Sem um senso?
Cansei de dormir
Enquanto acordava
Ou de iludir
Quem me amava.
Caí no vazio
Desta situação
Sinto-me frio
Sem qualquer emoção.
E agora, devo mudar pra melhor
Ou devo continuar na pior?
Se mudo estranham
O meu comportamento
Se persisto discordam
Do meu temperamento...
          Se sei o que dizer
          Por que não sei o que fazer?


Lereno Nunes

Durante toda a semana, postaremos poesias do livro "Risos e Lágrimas Humanas" do bacabalense Lereno Nunes. Passe um e-mail para zelopesbacabal@gmail.com e dê sua opinião de qual poeta homenagearemos na próxima semana. Esse quadro será permanente.

E O VELHO SE FEZ NOVO, DE NOVO

E O VELHO SE FEZ NOVO, DE NOVO 


          No meio da semana, mais uma vez, Bacabal foi manchete de jornais, foi noticia nas rádios, nas televisões, nos blogs e em um monte de meios de comunicação agora existente. Em uma ação programada, a Policia Federal prendeu pessoas, apreendeu documentos, computadores, dinheiro, cheques, notas, tudo para desvendar os desvios de verbas da administração passada. Se formos enumerar o tanto de vezes, esse ano, que Bacabal foi manchete nacional, perderíamos a conta, só que, a única boa, foi a marcação de três gols do jogador Cristian do Bacabal Esporte Clube, que teve direito a música no Fantástico, programa esse, que sete dia antes, tinha mostrado um carro limpa fossa apagando um incêndio na cidade com fezes.
Bacabal virou motivo de chacota e a cada dia as decepções aumentam, ao vermos que pessoas que confiamos, nos trairam e tudo que pensávamos para nossa terrinha, foi por água abaixo, água essa que irrigou o bolso e a conta de muitos, que agora tem que prestar contas. Mas só prestar contas,resolve? A pergunta é a seguinte – Se o dinheiro da cidade está nas mãos dos agiotas, onde está o dinheiro dos agiotas?
Voltará para os cofres públicos ou simplesmente servirão para novos negócios.
O certo é que Bacabal vai mal, é escândalo por cima de escândalo e como ainda faltam três meses para acabar o ano, muita bomba ainda está por estourar.

Dinheiro, é pagar pra ver.

DIÓ, O DUPLO SENTIDO DE UMA MÚSICA FELIZ


Capa rara do 1º compacto duplo de Dio, ladeado por Expedito e Zé Cabeludo (Foto do arquivo de Darlan Caldas)

DIÓ, 
O DUPLO SENTIDO DE UMA MÚSICA FELIZ - SOCANDO NO TEU PILÃO
Quando o Brasil acordou para a música de duplo sentido com Zenilton, Sandro Becker, Genival Lacerda, dentre outros, Dió já havia descoberto esse filão com os sucessos “O calango da menina”, “Sapo sem embreagem”, “ O pezinho da mulata”, “Eu soco no teu pilão” e outras canções que caíram na graça do povo. 

Sempre de bom humor, Dió foi o fundador do Grupo os Tres de Ouro, com mais Zé cabeludo e Expedito, esse último, seu irmão. Compositor de um gênero, que além de dançante, faz rir, Dio também movimentou o carnaval de Bacabal com o seu bloco “Dió na Banda da Bunda”, onde saía pelas ruas da cidade com o seu trio elétrico montado em cima de um Fiat 147 e a bagaceira tomando cachaça e cantando atrás “...botei uma camisa encarnada, bermuda no meio da canela, entrei na Banda da Bunda, e fui pra avenida com ela”.

Dió é um paraibano de coração bacabalense e já montou uma rádio, daquelas de duas bocas de alto falante em cima de uma vara, só para divulgar suas música, entre elas um hino para o Bacabal Esporte Clube. Sempre fazendo seus shows, Dió tem na música “O Paulo Entrou” como seu maior sucesso, música que também da nome ao seu disco.” O Paulo Entrou” é muito cantada nas noites, pelas melhores bandas da região e por alguns artistas, que deram outros ritmos para esta bela lambada.

Dió deu continuação ao seu sucesso com o CD “Forró do Pau Furado” e por último ele lançou “O Capacetinho Dela”. CD que ele vem trabalhando e que, entre os sucessos, se destacou o "Jegue Rural de Bacabal”, canção que ganhou um clip e que está estourado na internet. Dió é o maior exemplo da alegria e do bom humor, é um amante do sorriso, da graça, da vida e a sua música é a maior prova disso. Dió é o sentido, duplamente feliz


Dió

COLUNA DA DONA JUJU




Jânio Richard . - Dona Juju, será se Zé Lopes tem guardado os sambas enredos da escola  Unidos do Bairro D'areia, pois minha mãe Socorro e meu tio Nivaldo faziam parte daquela escola.  Se ele tiver, como fazemos para termos umas copia?


RespostaEncontrei com o Zé Lopes no aeroporto de São Luis quando eu ia para o  Rock In Rio e como o meu vôo já estava pra sair, não deu para falar muito. Nesse pequeno espaço de tempo, ele me falou que apenas o jornalista Abel Carvalho tem este acervo. Garanto que vou falar com ele e te direi como conseguir.
*****************************************************************


Heitor Neira – Prezada Dona Juju Mungosa. Tão dizendo aqui em Bacabal, que o Secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad, quer fazer do Hospital Laura Vasconcelos, um hospital de referência e passar de municipal para estadual. Dizem também que o senador João Alberto, o Secretário Municipal de saúde, Hidalgo Leda e o Prefeito Zé Alberto, não aceitaram. A senhora sabe por que?

RespostaSimples. Se essa história for realmente verdadeira, pense pelo lado político. Se o hospital Laura Vasconcelos for estatizado e o Secretário de Saúde do estado sendo o Ricardo Murad, adivinha quem vai dirigi-lo??? Adivinhou??? Claro que é o seu amigo Dr. Lisboa e a única pessoa que cria onça em Bacabal, que eu saiba, é o Dr. Eufrásio.
***********************************************************************
Cacilda Pontiaguda – Eleganterrima Dona Juju, estou lhe enviando esta foto que saiu no blog do Randyson Laércio em uma matéria com a seguinte manchete Senador João Alberto e Secretário de Saúde Hidalgo Léda participam de reunião com ministro da saúde e solicitam mais recursos para Bacabal”. A senhora sabe o que estava escrito naquele papel que o Dr. Hidalgo tem na mão e o que ele estava dizendo ao ministro ?


RespostaAmiga Cacilda, até eu fiquei pontiaguda com o que ouvi. Eu estava presente na reunião, estava ao lado do Senador João Alberto e o que aconteceu foi o seguinte. O Dr. Hidalgo está mostrando a relação dos pedidos que o Dr. Eufrasio fez e está dizendo ao ministro. – Por favor ministro, atenda esses pedidos senão o Dr. Eufrásio pede demissão e vai ser um caos total.

Foi só isso.
************************************************************************
Chica Pai D'Égua - Dona Juju, estava eu em um bar onde bebiam o bacabalense Lambal e seu amigo Zé Roberto. Por coincidência, entraram os dois no banheiro para descarregarem a cerveja que tomaram. Rapidamente  Zé Roberto saiu do banheiro assustado, sentou na mesa e fez esse gesto. O que será que ele quis dizer com isso?



Resposta – Amiga Chica, deixe de ser pejorativa, não é nada do que você está pensando. Como conversavam sobre futebol, ele estava apenas mostrando o tamanho da chuteira do nosso querido Lambal.

Foi só isso
************************************************************************
Heliogábalo McTocha. - Dona Juju, estive em Bacabal no fim de semana que passou e no sábado, ví no Bar da Janete, toda a imprensa reunida, um monte de músicos, muita cerveja, muito uisque, tava lá o Abel, o Sergio Matias, o Cleber, o Randison, só não ví o Jota Erre . A senhora sabe se ele está brigado com os companheiros?

Resposta – Grande carioca Heliogábalo,  o Zé Lopes foi falar com ele no Bar do Lambal, mas ele não quis conversa com o pretinho. Ele também não tá falando com alguns membros da imprensa bacabalense, mas isso vai passar, é só uma questão de tempo. Todos são amigos e já trabalharam juntos. O Leonardo Lacerda me passou um e-mail dizendo que já mandou buscar uma caixa de Old Par para comemorar a volta do Jota Erre ao convívio dos colegas blogueiros, radialistas, jornalistas  e  apresentadores de televisão.
************************************************************************
Agora mesmo convidei alguns amigos para dar uma volta no meu iate cor de rosa e curtir o domingo de sol com muito mar comidas e bebidas finas. Entre eles, deputados, senadores, prefeitos, colunistas, engenheiros, médicos e alguns agiotas. Tenham um bom domingo e continuem a mandar suas cartinhas e fotos. Um excelente domingo a todos. Fui
Iate cor de rosa de Dona Juju 


TELA DE HUGO DE PAULA


Óleo Sobre tela. Pintura do bacabalense Hugo de Paula que faz parte do acervo de Zé Lopes.

COLUNA DO JAMIR LIMA


TRABALHANDO INFELIZ

Nesta labuta da vida, nestas andanças sem rumo e sem destino, a gente cresce, estuda, vai se formando e se educando no passar dos tempos e temos de optar por algo muito difícil: vou ser o quê?
O que será o amanhã, como vai se o meu destino? (Que nem aquela música cantada pela Simone).
Ou esta aqui do Raul Seixas: "Eu devia estar contente, porque eu tenho um emprego, Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeiros por mês, Eu devia agradecer ao Senhor, Por ter tido sucesso na vida
Roceiro-caipira, fazendeiro-pecuarista-agricultor, médico, dentista, engenheiro (em suas múltiplas carreiras), biólogo, astrônomo, psicólogo, farmacêutico e professor (em todos os seus níveis).
O que importaria? O dinheiro ou fazer o que gosta?
Eu perambulei, bati cabeça, sem saber o que queria. Via colegas e amigos de infância ingressando nos cursos pré-vestibulares para estudar medicina, e, se não conseguissem naquela "carreira", veterinária!
Aí, já aparecendo a primeira frustração de quem queria algo mais, onde a veterinária aparecia como segunda opção.
Meus primos, filhos do Tio Ramiro, foram se aventurar no Exército lá no Rio de Janeiro ou Juiz de Fora, outros primos, parentes e conterrâneos, foram estudar no Colégio de Manhuaçu ou no Colégio Evangélico, lá em Presidente Soares.
Saber que existia o Dr. Alberone, filho do Juca Venâncio (não sei se este era o nome dele, mas acho que sim), era um incentivo e tanto! O Juca Venâncio era aquele fazendeirão pelas bandas da Barra Grande, entre Bicuíba e Pirapetinga.
Os pais daquela época não puderam estudar, eram semi ou analfabetos mesmo, sabiam fazer contas e mal assinavam o nome, mas faziam questão de desejar o melhor para seus filhos, não ficar sem futuro nestes rincões esquecidos.Sabiam que com o tempo as coisas iam progredir e não queriam que os filhos tivessem a mesma vida de sacrifícios que tiveram.
Meu sonho, baseado nos amigos de infância e no que os pais queriam para seus filhos, era ser médico, dono do meu topete, sem patrão, sem ninguém superior, dono do meu negócio. Poder, no futuro, e de vez em quando, estar na roça, num sítio, ou como diz naquela música bucólica, ter a minha casinha de sapé!
Mas quis o destino que eu me aventurasse pela vida, que tocasse em frente, buscasse novos horizontes, novos rumos, fosse ou "seja o que Deus quiser"!
Eu não queria estudar, não tinha esta intenção, mas era destacado na escola, primeiro da classe, e meus pais, por iniciativa deles ou aconselhados por alguém, me "obrigaram" a ir para Manhuaçu.
E não fiz feio, era destaque lá também, primeiro lugar em notas gerais, teve um ano que fui o melhor-nota de todo o Colégio.
Fiz o ginásio e no colégio só havia o curso normal ou técnico em contabilidade. No pensamento de meus pais bastava este curso profissional (na época dava boa grana trabalhar como contador). Também era outra coisa que eu não pensava em ser nem em exercer.
Com um colega-amigo de Simonésia, o José Alves Filho (deu sorte - esqueci o apelido de escola dele), colega de sala no Colégio de Manhuaçu, pensei em ser policial militar, cogitei em fazer o teste de esforço, mas não era minha praia, não me realizaria ali, apesar de ver muitos amigos se darem bem na farda militar.
Na Bicuíba, na época de estudante vi o Niltinho (acho que família Epifânio) chegar de um seminário com aquele ar de padre em formação, vindo de um período no Canadá. E a Bicuíba era "pródiga" em exportar talentos mundo afora, o "povo" foi se espalhando para Goiás, Mato Grosso e até no Maranhão e Tocantins.
Para se ter uma ideia, Raul Soares chegou a ter mais de 40.000 habitantes, hoje está com pouco mais de 23.000.
E nestas idas e vindas, depois de formando em Contabilidade, me fiz aportar em Bicuíba e cheguei a dar aulas no Grupo Escolar. Minha mãe arrumou para eu ir para BH, onde meu tio Sebastião Rocha conseguiu um emprego para mim no escritório de uma empresa metalúrgica, a A.E.I. do Brasil, hoje extinta. Ali, tentei melhorar, entrei em cursinho, mas a carga de aulas mais a de trabalho não permitiam ir muito longe e acabei, mais uma vez, desistindo.
Encerrando as atividades desta empresa na cidade industrial de Contagem, perto do Barreiro, voltei pra Raul Soares, onde fui convidado para dar aulas no CERP, colégio estadual de Raul Soares, onde fui professor de Ciências (mereceria um capítulo à parte), Física, Química e Biologia - tive de aprender fazendo, fui professor de mim mesmo para enfrentar o desafio. 4 anos felizes, quando apareceu o PREMEN, um curso de aperfeiçoamento de professores, com bolsa do governo, um ano intenso de aulas, de manhã e de tarde, na Faculdade de Educação no campus da UFMG na Pampulha. Fiquei tão preparado que fiz vestibular para Veterinária na UFMG e passei entre os primeiros 60, na turma do primeiro semestre, e, no embalo, fiz um concurso para a Petrobras, onde só não passei pelo cansaço de estar cursando o PREMEN no mesmo tempo do vestibular para Veterinária  e deste concurso para a Petrobras. Não apresentei o equilíbrio desejável naquela prova de coordenação motora e falei na entrevista final que não queria a vida toda como operador de máquinas, pretendia mais, por estar tentando veterinária. Foi o bastante para ser reprovado, mas não teria muito a ver comigo também.
Na época, peguei o crédito educativo da Caixa e a bolsa-alimentação da Fundação Mendes Pimentel, e, casado, veja que situação!
Insatisfeito, tranquei a matrícula, retornei para Raul Soares, quando um amigo meu do tempo de Manhuaçu, Valadares, colega de sala, soube que eu estava desempregado e mandou me chamar para trabalhar no escritório da Usina Jatiboca. Foram bons 4 anos de serviço. Havia ótimas casas para funcionários, conheci amigos de fé, como Zé Miguel, irmão do Paulo do INPS, e o Antônio Cláudio, irmão do Valadares, Nelson Nunes, Laurinho (filho do Lauro, centroavante de renome no Atlético Mineiro) e outros tantos que fica difícil relacionar um por um. Fui presidente do Jatiboca FC, e consegui, na época, levar o Reinaldo, no auge de sua fama e no seu tempo de seleção brasileira para visitar a Usina.
Não satisfeito na Usina, houve uma mexida e me senti desprestigiado e retomei a Veterinária, indo até o 5º período. Neste meio tempo, o Chafizinho, amigo de carteirinha, me arrumou um emprego no BEMGE, onde fiquei 3 meses, pois havia sido aprovado no concurso do Banco do Brasil (que mereceria mais um capítulo à parte).
Tomando posse no banco lá em Santa Maria do Suaçuí, um dia comentei: o BB é um cemitério de ilusões. E não estava errado: tempos depois chegou uma "leva" de novos funcionários, entre eles médico, advogado, pedagoga, uns 20 funcionários, quase todos com curso superior.
No banco fiquei até me aposentar, mas nunca me senti feliz sendo bancário, aquele negócio de não querer ser empregado, não querer ser chefe, não querer demitir ou punir colegas, tudo aquilo que não combinava comigo.
Às vezes me pergunto: "Me sinto realizado? Faria tudo de novo?" Difícil responder, acho que no fundo ninguém é feliz no que faz, quer sempre mais, e é aí a razão de tudo, nunca estar satisfeito porque somos submetidos toda hora a um desafio novo.
Neste mundo tudo é movido a dinheiro, ninguém quer perder a oportunidade de poder ganhar bem e melhor mesmo que contrarie alguns princípios e alguns ideais. É aquela de que uma porta não se abre duas vezes.
É a explicação que tenho para explicar porque não trabalhar feliz, porque ser profissional autêntico onde a gente se realiza de verdade não é fácil.
Isto tudo aqui foi inspirado em um debate no programa "Encontro com Fátima Bernardes"que assisti dia desses e que me chamou a atenção para o tema.
Comigo foi assim! Eu era feliz e não sabia?!!! Ou sabia e não era feliz!


FRASE DO DOMINGO


“Droga é como a traição.não é uma condição, é uma escolha”

Coronel Marcos Pimentel

sábado, 28 de setembro de 2013

ATRASO DO GOVERNO NA LIBERAÇÃO DE RECURSOS DEIXA TJ EM DÉBITO COM FORNECEDORES

O presidente do TJ, Guerreiro Júnior e a governadora Roseana Sarney
O presidente do TJ, Guerreiro Júnior e a governadora Roseana Sarney
Matéria publicada nesta sexta no Jornal Pequeno relata a situação constrangedora vivida pelo Tribunal de Justiça do Maranhão em relação aos débitos com os fornecedores que corre o risco de não ser quitado caso o governo do Estado não agilize a liberação dos recursos destinados a este procedimento
O presidente do Tribunal de Justiça pediu ao governo do Estado a liberação de  R$ 27.762.428,00 do saldo de reserva de contingência do orçamento destinado ao Poder Judiciário na Lei Orçamentária Anual (LOA) para que o tribunal honre com estes compromissos financeiros. Ele reclamou do atraso recorrente na liberação de recursos para a instituição e alertou que isto pode trazer graves problemas para as finanças do Tribunal de Justiça no mês de outubro.
Estes recursos também devem ser utilizados para cumprir decisão do Superior Tribunal de Justiça(STJ) que assegurou aos servidores do Poder Judiciário incorporação de percentual de 11,98% referentes a reposição da URV aos vencimentos destes servidores que podem realizar uma greve

A Belissima Paola Lemos.


     

  A Polícia Federal (PF) no Maranhão indiciou, ontem, o agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho; o pai dele, José de Alencar Miranda Carvalho, e outros sete ex-gestores municipais por desvio de recursos públicos federais destinados às áreas da saúde e da educação. Trinta e duas prefeituras no estado estão sendo investigadas por crime de agiotagem. Segundo a PF, as cifras desviadas pela organização criminosa, liderada pelo acusado de ser o mandante e financiador da morte do jornalista Décio Sá, porém, são incalculáveis. Nesta primeira parte da investigação, compreendem um período de cinco anos de apropriação indébita de verbas fornecidas pela União.
Em entrevista coletiva, na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal (SRPF), na Cohama, o delegado Alexandre Lucena, superintendente interino da corporação, informou que a conclusão da participação do indiciado no esquema de agiotagem – denunciado pelo blogueiro 23 dias antes de seu assassinato, em abril de 2012 – se deu com mais evidência em sete prefeituras, cujos ex-gestores foram conduzidos e interrogados ontem. Na lista, estão os ex-administradores dos municípios de Arari, Cajapió, Paulo Ramos, Pedro do Rosário, Serrano do Maranhão, Turilândia e Vitória do Mearim, que foram alvo da Operação Cheque em Branco, realizada ontem.
“Foi denominada assim a ação policial, justamente porque as pessoas que formavam esta rede de agiotagem ficavam, de fato, com talonários de cheques em branco, porém assinados e entregues pelos gestores, que geralmente acumulavam dívidas com a organização criminosa por financiamento de campanhas eleitorais. Em algumas prefeituras citadas, chegamos a recolher mais de 300 documentos como estes, que autorizavam a quadrilha a realizar saques de recursos destinados à compra de merenda escolar e medicamentos”, afirmou Alexandre Lucena.
Segundo ainda o que foi constatado na operação, a impossibilidade de calcular o montante desviado por Gláucio Carvalho e seu pai é algo inédito na conclusão de inquéritos desta categoria de crimes apurados pela PF no Maranhão, já que a apropriação indevida da verba pública federal se deu entre os anos de 2007 e 2011. “Literalmente, todo o dinheiro destinado pelo Governo Federal nesse período ficou à disposição da quadrilha, que fazia uma verdadeira sangria nos cofres públicos, contando com apoio político, jurídico e armado”, revelou o superintendente.
Detonando – Na apresentação do resultado da Operação Cheque em Branco, também realizada pelos delegados Rodrigo Motta, Rodrigo Corrêa e Luis André Almeida, este último coordenador da ação, por meio do Grupo de Repressão a Desvio de Recursos Públicos (GRDRP) da PF, o grupo especializado federal lembrou que o sucesso da investigação se deve ao trabalho da Polícia Civil do Maranhão. Boa parte do material analisado foi apreendida durante a Operação Detonando, que apurou a motivação da morte do jornalista Décio Sá.
“Após seis meses de investigação, analisando a documentação apreendida pela polícia judiciária do estado, nos deparamos com a evidência de que, de fato, esta quadrilha tirava dinheiro que seria para reformar e construir escolas públicas, comprar merenda escolar, medicamentos e material de uso hospitalar. Enfim, com os cheques em branco a organização criminosa se apossava dessas verbas públicas, enriquecia de forma desenfreada e contribuía para que o estado se mantivesse entre os com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, lembrou Almeida.
A Polícia Federal informou que 10 pessoas foram conduzidas ontem para prestar depoimento e ser indiciadas pelo desvio de recursos públicos, entre elas os sete ex-prefeitos dos respectivos municípios citados e investigados na operação, além de ex-secretários municipais e empresários. Entre os envolvidos na agiotagem comprovada pelos agentes federais, apenas Gláucio Carvalho e o pai dele, José de Alencar Miranda Carvalho, de 73 anos, também preso no inquérito relativo ao assassinato de Décio Sá, continuam presos por ordem da Justiça do Maranhão.
Usura II – Esta foi a segunda ação da Polícia Federal realizada no interior do Maranhão em combate aos crimes de agiotagem, em menos de 48 horas. Na manhã de quarta-feira (25), resultados da Operação Usura II apresentaram desvios de R$ 12 milhões; R$ 7,5 milhões de verbas da Saúde repassadas ao município de Bacabal e R$ 4,5 milhões, referentes a repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo de Desenvolvimento da Educação e Valorização do Magistério (Fundeb), na cidade de Zé Doca, desde 2008.
Na ação dos agentes federais, coordenada pelo delegado Mário Fanton, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU) foram cumpridos 19 mandados de condução coercitiva, entre eles um em desfavor do agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan, e outros 10 mandados de busca e apreensão nos referidos municípios. Todos foram ouvidos na sede da Polícia Federal do Maranhão, na Cohama.
Mais
32 Prefeituras estão sendo investigadas por envolvimento com agiotas, mas em sete delas os desvios foram mais acentuados
90% dos 217 municípios do Maranhão estão sendo investigados pela Polícia Federal por desvio de recursos público
Entenda o caso
Décio Sá foi assassinado na noite de 23 de abril de 2012, no Bar e Restaurante Estrela do Mar, situado na Avenida Litorânea, em São Luís. O jornalista aguardava amigos para um jantar, sentado a uma mesa, quando o autor do crime desceu da garupa de uma motocicleta, se aproximou e disparou seis tiros de pistola calibre ponto 40 mm. Três tiros atingiram a cabeça do jornalista e outros dois a região dorsal. Conforme apurou a Polícia Civil, Décio Sá foi morto porque foi o primeiro a denunciar, em sua página na internet (blogdodecio.com.br), que o assassinato do empresário Fábio dos Santos Brasil Filho, o Fábio Brasil, de 33 anos – executado com três tiros na cabeça, no dia 31 de março, na cidade de Teresina, no estado do Piauí -, havia sido encomendado por um grupo de agiotas estabelecido no Maranhão.
Mais
Os quatro delegados que integram o Grupo de Repressão a Desvio de Recursos Públicos (GRDRP) da PF informaram que o Maranhão tem 700 inquéritos em aberto sobre crimes de desvio de verbas públicas federais. O total de procedimentos instaurados em curso, para se ter ideia, representa