DONA BEBÊ- UMA JARDINEIRA A SERVIÇO DE DEUS

 

A vida sempre nos prega peças, sempre dá destino a coisas e pessoas, muito antagonismo entre o ser e o estar e quando menos esperamos, perdemos alguém que temos um sentimento profundo, um amor maior e aí sentimos que estamos cada vez mais sozinhos. As gerações  se acabam, se dissolvem e deixam marcas indeléveis, uma lacuna tão grande que nem mesmo todas as lágrimas,  seriam capaz de preencher. E perdemos a senhora Joselina Silva e Parma Leite,  nome que usou durante toda a vida apenas para assinar documentos.

Conhecida popularmente como Dona Bebê,  essa mãe,  avó, bisavó, amiga, escreveu boa parte da história dessa cidade. Militante e amante da cultura, ela foi a grande secretária na Gestão Raimunda Loiola  e o seu empenho para com a pasta, até os dias de hoje tem seus reflexos.

Linda, competente, educada, Dona Bebê sempre cultivou um estilo próprio. Cabelo sempre curtinho, roupas combinadas, oculos escuros grandes, brincos, pulseiras, anéis, colares, tanto de ouro ou bijuterias,  dependendo do momento, lá estava ela desfilando o seu look impar e particular. 

Dona Bebê gostava do que é bom, sempre perfumada e com seu jeito alegre, deixava por onde passava, o cheiro das rosas que ela cultivava no seu colorido jardim.

Cheia de inspiração,  essa musa escrevia, cantava, dançava e ninava as manhãs, como ninou seus filhos. Cheia de luz, de sol, de lua, de brisa, ela era a natureza em pessoa, era a pura poesia, era as notas da canção,  era a própria canção. 

A cidade ficou mais triste, a cultura ficou mais pobre. As flores da sua praça, de tristeza murcharam, os passarinhos que cantavam no seu quintal, emudeceram e a madrugada chorou a sua partida.

Leva todo o amor que temos, deixa cair no caminho pro céu, fragmentos de estrelas para marcar a sua viagem iluminada.

Ficamos aqui lamentando a sua ausência, mas a sua presença em espírito, nos dá a certeza que Deus precisou de uma linda jardineira para cuidar dos jardins do céu. As flores agradecerão.

Saudades eternas.