segunda-feira, 20 de maio de 2024

DESATOLAMENTO D’ALGUNS IDEAIS E/OU IDEIAS

Sem paredes, chão batido, no barraco :

Dizem que tem muitas muriçocas. Eu provei.

Nada demais , tão somente a manifestação da pura natureza em harmonia com pássaros e bichos, inclusive humanos.

Coachar dos sapos , canto dos grilos , pisoteio de caças, canto do vento ao tocar nas folhas das grandes árvores. É a floresta dançando em sua festa noturna-diária.

Os pingos da chuva lavando tetos e solados , limpando o chão, folhagens  e cabeças.

Purificador d’almas.

Não tão longe , o grito da rainha. Após o esturro da onça um silêncio sepulcral. Todos os bichos param , até o trovão desaparece .

Nas redes ao lado, apesar da escuridão, os antes deitados já estão sentados e com baticuns aumentados, mesmo sem estetoscópio conseguimos saber que alguns homens tem coração.

Amanheceu!

A sinfonia recomeça 

Alguns donos da mata parecem dormir 

Nos sons graves ou agudos , as árvores dançam , muitos pássaros cantam e, eu como um bicho selvagem , quase domesticado, desarmo a rede e com a divina mistura de cores e sons ao meu redor , consigo ver e entender que casas ou prédios das cidades são na verdade as prisões daqueles seres de modo parcialmente domesticados, locais que nesse momento cumprem suas penas.

Por 

Luiz Eufrasio Ribeiro Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário