terça-feira, 2 de dezembro de 2025

COM A PALAVRA - CRUZ E SOUZA - POR MARCELO HENRIQUE



       Filho de escravos alforriados, o poeta Cruz e Sousa nasceu, livre, no dia 24 de novembro de 1861 (portanto, há exatos 164 anos) no município de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, Santa Catarina. Com a alcunha de "Dante Negro" ou "Cisne Negro", foi um dos precursores do Simbolismo no Brasil. Segundo Antonio Candido, Cruz e Sousa foi o “único escritor eminente de pura raça negra na Literatura Brasileira, onde são numerosos os mestiços”.


       Foi criado como filho adotivo do marechal de campo Guilherme Xavier de Sousa e Clarinda Fagundes de Sousa, de quem herdou o sobrenome. Com a ajuda do velho marechal, estudou, adquiriu sólida cultura e deu mostras de uma capacidade intelectual fora do comum. 


       Poeta simbolista, Cruz e Sousa se autodefiniu como um “alquimista da dor”. Jornalista, juntou-se ao clã dos abolicionistas e tomou posição na linha de frente. 


       Vencido pela tuberculose, o “poeta da solidão” deixou o escafandro carnal no dia 19 de março de 1898, em Minas Gerais, na localidade de Curral Novo, então pertencente ao município de Barbacena. Tinha apenas 36 anos. Em 1948, a localidade se emancipou e passou a se chamar Antônio Carlos. Cruz e Sousa estava em Curral Novo, pois fora transportado às pressas, vencido pela tuberculose. Seu corpo foi levado de trem de Minas para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram, então, acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina | Palácio Cruz e Souza, no Centro de Florianópolis.


Marcelo Henrique 


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