terça-feira, 2 de dezembro de 2025

POESIA - EREMITÉRIO - POR ABEL CARVALHO

 


EREMITÉRIO 

Quando a solidāo te afagar o pranto,
Deixa, pois  nessa dor se pode confiar...
Quando a solidão te fizer companhia, 
Fia, sente a voz do silêncio,  respira,
Ouve o bater do coração que chora,
Embora são, mira um tempo sem nexo,
Sem provimento, sequência de um sonho em vão. 

Quando a solidão adentrar teu canto,
Se fizer em versos, se rogar em rimas,
Se disser benvinda, se entregue sem cismas,
Ouça a voz profunda do silêncio,
Verbalize o vento, sinta o devaneio,
Evoque a palavra, a linha, nunca diga não,
Aceite e lhe entregue as mãos, 
Caminhe, viva, insisto, nunca diga
Não a companhia da solidão...

Abel Carvalho

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