Quando a solidāo te afagar o pranto,
Deixa, pois nessa dor se pode confiar...
Quando a solidão te fizer companhia,
Fia, sente a voz do silêncio, respira,
Ouve o bater do coração que chora,
Embora são, mira um tempo sem nexo,
Sem provimento, sequência de um sonho em vão.
Quando a solidão adentrar teu canto,
Se fizer em versos, se rogar em rimas,
Se disser benvinda, se entregue sem cismas,
Ouça a voz profunda do silêncio,
Verbalize o vento, sinta o devaneio,
Evoque a palavra, a linha, nunca diga não,
Aceite e lhe entregue as mãos,
Caminhe, viva, insisto, nunca diga
Não a companhia da solidão...
Abel Carvalho

Nenhum comentário:
Postar um comentário