Dilma e Aécio no 2º Turno |
A
presidente Dilma Rousseff (PT) elevou o tom neste domingo contra o candidato do
PSDB, Aécio Neves (PSDB), que será seu adversário no segundo turno da eleição,
em seu primeiro pronunciamento após a divulgação do resultado da votação.
Dilma, que teve o
pior desempenho do PT para um primeiro turno desde a eleição de 1998, reafirmou
ter entendido o desejo de mudança expresso nas manifestações populares do ano
passado e que, se reeleita, vai fazer "um segundo governo muito melhor do
que o primeiro".
"O povo
brasileiro anseia por mais avanços... governo novo, ideias novas", afirmou
ela.
Em parte relevante de
seu pronunciamento em Brasília, que durou mais de 20 minutos, a presidente
disparou contra o PSDB.
Segundo ela, o povo
brasileiro não quer os "fantasmas do passado" que teve durante o
governo tucano, como recessão, arrocho e desemprego.
A presidente disse
ainda que o "PSDB quebrou o país três vezes" e jamais promoveu
"quando puderam, quando tiveram oportunidade, políticas de inclusão social
e de redução da desigualdade".
"O povo
brasileiro não quer... uma inserção internacional subordinada, que se ajoelhava
diante do FMI", disparou a presidente, indicando qual será o tom campanha
petista nas próximas três semanas até o segundo turno, no próximo dia 26.
Dilma teve 41,6 por
cento dos votos válidos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
após 99,8 por cento da apuração. Aécio ficou com 33,6 por cento.
O
candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, comemorou sua
chegada ao segundo turno da eleição contra a presidente Dilma Rousseff (PT),
que tenta a reeleição, e afirmou que o sentimento da mudança venceu neste
domingo.
Em
pronunciamento em Belo Horizonte, capital do Estado que o elegeu duas vezes
governador e uma vez senador, Aécio disse que a maioria dos votos no primeiro
turno foi para candidatos que defendem a mudança em relação ao atual governo.
"A
minha primeira constatação é de que esse sentimento de mudança, amplamente
presente em todo o Brasil, já foi vitorioso no primeiro turno. Os candidatos de
oposição somados foram vitoriosos, tiveram a maioria dos votos", disse.
"E é isso que temos que buscar no segundo turno."
Mesmo
sem citar o nome de Marina Silva (PSB), que até a reta final da campanha foi
sua adversária direta na disputa pela segunda posição, o tucano se referiu ao
fato de seus votos somados aos da ex-senadora superarem com folga os obtidos
por Dilma.
Com
a apuração pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) praticamente concluída, Aécio
e Marina tinham juntos 57 milhões de votos, contra 43,2 milhões de Dilma.
Uma
fonte do PSDB disse à Reuters que o desempenho de Aécio surpreendeu mesmo os
mais otimistas do partido, sobretudo no Estado de São Paulo, maior colégio
eleitoral do país e onde o tucano teve quase 10,2 milhões de votos, contra 5,9
milhões de Dilma.
Mesmo
a derrota do senador mineiro em sua terra natal não foi considerada ruim,
porque as pesquisas de intenção de voto indicavam que Aécio teria desempenho
muito pior do que o obtido em Minas: no Estado, ele obteve 4,4 milhões de
votos, enquanto a presidente ficou com 4,8 milhões.
Em
um gesto de aproximação à campanha do PSB durante seu discurso, Aécio prestou
uma homenagem a Eduardo Campos, que concorria à Presidência pelo partido
socialista, mas após a morte trágica em um acidente aéreo em agosto foi
substituído por Marina, que até então concorria como vice.
"A
ele e seus ideais e a seus sonhos também, a minha reverência, que nós saberemos
juntos transformá-los em realidade", disse Aécio.
"Portanto
é hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais a candidatura de um
partido político ou de um conjunto de alianças. É o sentimento mais puro de
todos os brasileiros que ainda têm a capacidade de se indignar, mas principalmente
a capacidade de sonhar", disse.
Segundo
a fonte do PSDB, que falou sob condição de anonimato, nas três semanas até o
segundo turno, no dia 26, a campanha tucana reforçará o discurso de mudança. A
estratégia será mirar para o Sudeste, que concentra quase 44 por cento dos
eleitores de todo o Brasil.
"Mais
do que o apoio da Marina, temos que garantir o eleitor dela", disse a
fonte.
"O
Estado do Rio de Janeiro é onde há mais eleitores órfãos, já que mais de 30 por
cento votaram em Marina. Temos que reforçar a aliança com alguns partidos e
lugares", acrescentou a fonte, citando Rio Grande do Sul e Distrito
Federal, além do Rio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário