Na segunda escala do dia pelo Nordeste,
a presidente Dilma Rousseff (PT) utilizou o palanque na noite desta
quarta-feira (8), em João Pessoa, para atacar as gestões do PSDB no Planalto.
A candidata à reeleição citou índices
na economia e sugeriu a possibilidade de elevação dos juros e do desemprego
caso os tucanos retomem o poder.
"Quando o outro projeto, o projeto
tucano, do PSDB, dirigiu o nosso pais, muitos de vocês ainda eram muito jovens,
por isso a gente tem que lembrar o que houve", afirmou Dilma, para em
seguida citar que havia "salário pequenininho" e "desemprego
alto" na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Além disso, eles elevaram os
juros à estratosfera", disse a presidente, que criticou o economista
Armínio Fraga, presidente do Banco Central no segundo mandato de FHC e virtual
ministro da Fazenda de Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência.
"Teve um ministro que se chama
Armínio Fraga, esse ministro conseguiu que os juros médios praticados no Brasil
fossem de 25%. Hoje é 11%. Conseguiram que o desemprego fosse 11,5%, hoje é
5%", afirmou.
A presidente disse que houve redução do
ensino técnico federal sob FHC: "Conseguiram uma verdadeira e fantástica
maldade com os jovens".
Citou o combate à corrupção como
"fundamento moral" de sua gestão e disse que a Polícia Federal foi
"aparelhada" na era tucana no Planalto.
"No passado, a Polícia Federal foi
aparelhada. O diretor da Polícia Federal [Agílio Monteiro Filho, que ocupou o
cargo entre 1999 e 2002] era filiado ao PSDB. No meu governo, diretor da
Polícia Federal não é filiado a partido nenhum nem faz o jogo de
partidos", afirmou.
Como havia feito na primeira agenda do
dia, em Teresina, a presidente usou o Bolsa Família para se contrapor ao PSDB.
"Nós, com o Bolsa Família,
atingimos a faixa de 50 milhões de pessoas [beneficiadas]. Eles chegaram, se
muito, a cinco milhões."
ALIANÇA LOCAL
Na casa de shows que abrigou o ato,
balões laranjas e vermelhos simbolizavam a união PT-PSB.
Dilma recebeu o apoio do governador
Ricardo Coutinho (PSB), que fez campanha para Marina Silva (PSB) no primeiro
turno.
O PSB fechou hoje (8) apoio à
candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, mas liberou seus
governadores para alianças diferentes.
Coutinho disputa contra o ex-governador
tucano Cássio Cunha Lima (PSDB), que venceu o primeiro turno por margem
apertada: 47,4% x 46%.
Dilma teve uma vitória tranquila na
Paraíba: 55,6% dos votos, ante 23,3% de Aécio % e 18,75% de Marina.
No palanque, Coutinho fez elogios a
Dilma e criticou Aécio e Cunha Lima. Fez referência ao candidato tucano à
Presidência como "candidato das elites" que tenta "partir o
Brasil no meio".
"A Paraíba não pode experimentar o
retrocesso que significa a gestão do PSDB", disse Coutinho, anunciado pelo
locutor do evento como "o governador de Dilma".
Sem fazer menção aos candidatos
nacionais, Coutinho disse que, durante o governo do PSDB, "escândalos
aconteciam e não eram apurados".
"Escândalos não se pode evitar. A
grande diferença é se eram apurados ou colocados debaixo do tapete, como eram
antes", afirmou.
Coutinho defendeu a reeleição de Dilma
para evitar um "retrocesso". "A vitória de Dilma precisa ser
maior inclusive do que aquela que nós tivemos nas eleições de Lula, nas
eleições de 2010", disse o governador que tenta a reeleição.
O governador também conclamou o público
a defender Dilma nas redes sociais –como havia feito para Marina no
primeiro turno.
A Paraíba é o segundo Estado nordestino
que a presidente visitou nesta quarta-feira. Antes esteve no Piauí. Até o final
desta semana, ela ainda deve passar por Bahia, Sergipe e Alagoas. Nesta noite,
ela já segue para Salvador, onde tem agenda política na manhã de quinta-feira
(8)
Dilma decidiu neste segundo turno dar prioridade à região onde obteve
50% dos votos na primeira fase das eleições. Dos nove Estados, só não ganhou em
Pernambuco, onde predominou o voto em Marina.
Marina se reúne com com FHC em São Paulo, diz porta-voz da Rede
A candidata derrotada à Presidência da República pelo PSB, Marina
Silva, se reuniu nesta quarta-feira (8) com o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) em São Paulo, segundo informou o porta-voz da Rede
Sustentabilidade, grupo político ao qual Marina pertence que tenta fundar um
partido.
Marina saiu da disputa eleitoral no último domingo (6), após os
candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) terem os nomes definidos
para o segundo turno com 43.267.668 votos (41,59%) e 34.897.211 (33,55%),
respectivamente.
No dia da votação, Fernando Henrique Cardoso chegou a afirmar a
jornalistas que gostaria de contar com o apoio de Marina caso o presidenciável
tucano fosse para o segundo turno com Dilma Rousseff. Nesta quarta, o porta-voz
da Rede informou que o encontro entre Marina e FHC ocorreu na casa do
ex-presidente. Ele não explicou, no entanto, o teor da conversa
A ex-senadora participa na noite desta quinta, por
teleconferência, de reunião da executiva nacional da Rede Sustentabilidade para
definir o posicionamento do partido em relação ao segundo turno das eleições. A
expectativa é que a Rede anuncie ainda nesta noite se apoiará Aécio Neves,
Dilma Rousseff ou se adotará posição de neutralidade no segundo turno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário