“A MORTE DO BANDIDO CARA DE CAVALO”
No fascinante mundo do crime existe algo sobre o criminoso que nos deixa perplexos. A maneira como ele opera nos cativa e nos obriga a descobrir mais sobre sua vida, sua origem, seus motivos e até mesmo sobre aquelas pessoas vítimas dos seus crimes brutais. Talvez sejam esses os motivos pelos quais as plataformas You tube e Netflix optem pelo gênero dos crimes reais. Até parece incitação ao crime, mas não é isso, mas sim, a história da própria natureza humana. No Rio de janeiro, entre os anos 1941 e 1964 viveu o bandido Manoel Moreira, apelidado de CARA DE CAVALO, atuava na Favela do Esqueleto enquanto fazia proteção de banqueiros do jogo do bicho para que não roubassem seus lucrativos pontos de jogo. Ele foi acusado de assassinar Milton Le Cocq. Quem era LE COCQ? Era um famoso detetive de polícia do estado do Rio de Janeiro (antigo Distrito Federal), integrante da guarda pessoal de Getúlio Vargas e primo do Brigadeiro Eduardo Gomes. Segundo dizem as más línguas, Cara de Cavalo não reagiu aos disparos realizados por Le Cocq e mais 3 policiais, sendo o disparo que matou o detetive proveniente do próprio carro em que ele se encontrava. A morte de CARA DE CAVALO mobilizou diversos policiais que se apresentaram voluntariamente para participar das diligências. Ele foi encontrado e morto poucos dias depois da morte do famoso detetive. Cavalo sofreu dezenas de tiros pelo corpo. Entre os executores do bandido se encontravam Luís Mariano e Guilherme Godinho Ferreira, o SIVUCA, que depois se elegeu deputado estadual pelo Rio de Janeiro, com o bordão "BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO", depois complementado por “E ENTERRADO DE PÉ, PARA NÃO OCUPAR MUITO ESPAÇO”. Frases ainda usadas por alguns “justiceiros”, atualmente. Cara de Cavalo iniciou-se na criminalidade ainda garoto, ele vendia maconha na Central do Brasil. Despois tornou-se cafetão, e ligou-se ao jogo do bicho. Diariamente, cumpria a rotina de percorrer de táxi os pontos de jogo da VILA ISABEL, acompanhado de uma amante, a quem dava a tarefa de recolher o pagamento compulsório do dia.
Ocasionalmente, tornou-se amigo do artista plástico HÉLIO OITICICA que, passista da Mangueira e frequentador de favelas, era fascinado pela marginalidade. Oiticica é o criador da obra OS PARANGOLÉS, através do seu trabalho é possível compreender a evolução de suas ideias, que ao longo do tempo foram objetivando cada vez mais a inclusão do público, em uma união entre a ARTE e a VIDA. Mas vamos falar de Cara de Cavalo e Le Cocq. Insatisfeito com os pagamentos, um bicheiro procurou o detetive LE COCQ, que organizou um grupo clandestino de policiais para caçar criminosos. No dia 27 de agosto de 1964, o detetive, acompanhado dos colegas Jacaré, Cartola e Hélio Vígio, armou o cerco ao famoso bandido em um dos pontos de jogo. Percebendo a armadilha, o bandido tentou fugir, mas teve seu táxi cercado pelo Fusca de Le Cocq. Após um breve tiroteio, o detetive caiu morto com um tiro de uma Colt 45 que disseram ser de Cara de Cavalo. Esse incidente decretou a sentença de morte de Cavalo; de reles marginal, passou a ser um dos criminosos mais procurados de Rio de Janeiro. Armou-se então uma grande operação à sua caça, mobilizando 2 mil policiais, em quatro estados. A caçada a Cavalo deixou a polícia desorientada. Motivados pelo bordão de Le Cocq de que "BANDIDO QUE ATIRA NUM POLICIAL NÃO DEVE VIVER", as autoridades se desentenderam na corrida por deter o criminoso, enquanto pessoas parecidas com ele eram mortas por engano. Em 3 de outubro, o criminoso foi cercado em Cabo Frio no seu esconderijo pela denominada "turma da pesada" (formada pelos policiais Sivuca, Euclides Nascimento, Guaíba, Cartola, Jacaré e Hélio Vígio, entre outros) e sumariamente executado com mais de cem disparos, 52 dos quais o atingiram, 25 apenas na região do estômago. Moral da história: A história é como uma espiral, em que se repete de tempos em tempos quando as linhas se cruzam. Sabe-se que há semelhança em certos fatos históricos, que parecem se repetir até hoje. Fonte: Wikipédia.
E como aconte. As estatísticas nos mostra que a quantidade só aumentou, enquanto a dinâmica dos atos continuam a mesma.. Casos recentes nos mostram essa dura e triste realidade, ou seja, a sede de alguns não são por vinganca, mas sim por pura crueldade.
ResponderExcluirPuramente assim.
A solução é a educação e uma melhor distribuição de renda. Cara de cavalo era bandido desde menino.
ResponderExcluirSempre existirá alguém para ocupar determinado lugar na sociedade, seja de qual lado for. O crime de uma forma geral aparenta ser um mal necessário, que diante de suas organizações, regem normas para priorizar segurança a moradores e liberdade para que certos tipos de serviços ilícitos aconteçam.
ResponderExcluirEssa briga entre o crime e o estado será eterna. Nós apenas seremos sempre de geração em geração, espectadores ou autores da ocasião.