domingo, 5 de maio de 2013



SOU JOSÉ, NÃO SOU JESUS

Não me julgo arbitrário, nem tento
Continuo temente ao meu bom Deus
Sinto ódio de ti neste momento
Como Hitler odiava aos judeus.

Se te fiz algum mal, juro que não sei,
Tudo que eu fiz, foi querer te ajudar
Amizade pra mim, é a lei
Falsidade é um jogo de azar.

A vida está aí, então, acorda
Vai no fundo do poço e pega esta corda
Te amarra e arrasta a tua cruz.

Desculpas, vá lá, tudo bem
Perdão, não vem que aqui não tem
Só sou José, simples Zé, não sou Jesus.

Do livro de sonetos “A Dor e Eu” de Zé Lopes.   


UMA ESTRELA CHAMADA DALVA




          Negra, de infância pobre, hoje a bem sucedida empresária no ramo imobiliário, em pesquisa de opinião pública e na comunicação, Dalva Lemos, dá um grande exemplo de garra e determinação.  Proprietária de imóveis, diretora proprietária  do IOP - Instituto de Opinião Pública,  diretora proprietária da maior revista do norte-nordeste, quiçá do Brasil, a Caras e Nomes, ela vendeu bananas e tinha um sonho de trabalhar no Armazém Paraíba. Mãe de Paulo Lemos (médico), Luana Lemos (advogada) e Rafaela Lemos (publicitária, artista cênica e estudante de direito), Dalva Lemos se desdobra e se mostra incansável, achando tempo para, além de cuidar dos negócios , da casa, do sítio, das pautas da revista, da família, dos netos Paola, Nathalia, Thiago, Rayca e até da própria cozinha, até para si e para sorrir. Ela que hoje é uma referência nas áreas em que atua. 

Dalva Lemos é  mais uma bacabalense que deixou a cidade atrás de melhores dias, e o melhor, conseguiu e com o suor do próprio rosto, que tanto adubou a terra onde plantou todos os seus planos, construiu uma linda história em nossa capital e hoje colhe os frutos mais doces desse investimento, os filhos dando a alegria do tão concorrido e perseguido “Dr (a).” antes do nome. Ela que não nega a sua origem, até ri da pequenez dos seus antigos sonhos. 

Dalva carregou nas costas o fardo de ser diferente em uma cidade que sempre quis o igual e caiu em campo em suas múltiplas facetas de radialista, comerciante, manequim, estilista, promotora de eventos, repórter, produtora, diretora, apresentadora de programas de televisão, âncora, romântica, mãe, filha e excelente administradora de tudo que quis pra si. Essa dona da vida. também já se indignou, também já sentiu na pele a feroz discriminação, mas nunca perdeu as rédeas  dos  seus projetos. Musa de tantas, canções, de tantas poesias, faxineira de palavras e artista de todos os momentos, não se curva diante de nenhuma dificuldade e quem a conhece, sabe da sua influência, da sua amizade que vai do menos favorecido ao mais afortunado, do simples pedinte ao mais importante político. 

Dalva não é Dalva por acaso e se entre milhões de estrelas no céu , só ela brilha pela manhã, Deus, em toda a sua magnitude, soube escolher também uma estrela na terra, essa negra, essa estrela negra que nasceu para brilhar, muito além das manhãs, das tardes e das noites. Essa estrela é Dalva Lemos.



















CUSCUZ QUENTINHO
          Walter Corrêa, na época, supervisor de uma revendedora de bebidas, levou sua esposa para uma tradicional festa junina. Meia noite ele se disse cansado e a levou de volta para casa. Dando uma desculpa qualquer, ele disse que precisava voltar. Ao chegar no local da festa, encontrou uma antiga namorada e saíram para uma bela orgia. Depois da farra, Walter Corrêa se livrou da mulher. O dia já clareando, ao passar no canto do Gramixó, comprou na banca de dona Maria Paú um cuscuz quentinho, que acabara de sair da cuscuzeira. Chegou em casa, abriu a porta bem devagarinho para não chamar a atenção, deixou o cuscuz em cima da mesa e foi para lo quarto de hóspedes. Logo que pregou os olhos foi surpreendido por sua esposa que raivosa, puxou a tomada do ventilador e perguntou:
- A que horas tu chegou?
E Walter bocejando, respondeu:
- Logo depois que saí, só demorei meia hora!
E ela:
- E esse cuscuz quentinho que tá aí em cima da mesa, fumaçando heimmmmm!!!

Do livro “Bacabal- Cenas de um capítulo passado” de Zé Lopes 




MULHER NÃO FALA PALAVRÃO


          Estava assistindo ao programa do Cajuru no canal de tv "Esporte Interativo". Passava um vídeo onde um jogador ou um locutor (não sei ao certo) se sentiu apertado, interrompeu a entrevista para correr ao banheiro.
A assistente de Cajuru, uma loirona, "lascou": "-ele correu pois estava de caganeira"! Kajuru não deixou barato: "-não diz isso, não fica bem pra você, mulher não fala isso, mulher não fala palavrão!!!
Eu, como o distinto apresentador, penso do mesmo jeito, acostumado a ver a mulher lá no pedestal, "cheia de charme", dengosa, linda e maravilhosa! E, jamais dizendo palavrão ou coisa do gênero!
No "Dia Internacional da Mulher", coloquei no facebook um vídeo do Erasmo Carlos que começava assim: "Dizem que a mulher é sexo frágil...", e uma amiga deu o troco na hora, no "comentário": "-fraco é quem diz"! 
Ela foi esperta. Se dissesse: "sexo frágil é a mãe" ou "sexo frágil é a véia", não ficaria bem porque estaria admitindo e confessando. Ela se precipitou, pois o Erasmo um pouco mais na frente, diria: "mas que mentira absuuuurrrda". E, conclui mais adiante: "sou forte, mas não chego aos teus pés!!!".
Aprendi, desde pequenininho, que mulher é para ser respeitada, cultivada, "curtida", "comentada" e "cutucada" (como fazem no facebook).
E que mulher escolhe as palavras certas, não extrapola, não sai "atirando" palavrão a esmo. 
Não é de bom tom escutar palavras chulas saídas da boca de uma mulher. 
Entre quatro paredes tudo bem!!! Na intimidade pode até ser um estimulante, pois nestas horas vale-tudo!
Mas, fora isso, como diziam os antigos: "não é de bom alvitre!".
O respeito ao sexo feminino vem de longe, reporta aos primórdios, imposta de forma afetiva pela mãe.
Sua presença física, sua maneira de conduzir os filhos, seu modo peculiar de lidar com crianças e adultos nos levam a ter uma visão toda especial quando se fala em modelo de mulher.
Mãe possui aquela reserva essencial à criação: carinho, cuidado, paciência, rigor e sutileza nos momentos de ralhar na hora certa, dando o corretivo conforme o figurino. E se a gente tivesse "irmã", a mãe impunha aquela distância regulamentar, nada de muitas aproximações, intimidades. Respeitar a irmã era fundamental! E, ai daquele que desobedecesse e fizesse alguma gracinha!!!
Mulher de verdade, sim senhor (lembrando Benito Di Paula), tem o formato curvilíneo, arredondado, com aquela flacidez peculiar do sexo feminino. 
Mulher não foi feita para ser siliconada, ganhar músculos, ter bumbum fora do comum (popozuda), seios fartos e grandes demais.
A natureza é pródiga em dar à mulher toda a feminilidade que precisa! Mulher é mulher!!!
Não existe mulher feia!!! (por causa da parafernália de produtos de beleza que lhe são colocados à disposição hoje em dia). Ou, então, não existe mulher feia (você é que está bêbado!!!).
Tudo isso aqui é para dizer: mulher, seja você mesma, do jeito que a natureza lhe fez!!! Só cuide de melhorar, mas sem alterar, sem violentar a aparência, o corpo, o geral!!!
Estamos juntos nessa!!!
Tô contigo e não abro!!!












                                                           Zé Lopes e Toni Garrido
                                                                Bira do Pindaré e Zé Lopes


sábado, 4 de maio de 2013


AMANHÃ TEM JAMIR LIMA 


          Atenção leitores, amanhã o nosso blog irá presenteá-los com mais um artigo apimentado de Jamir Lima, Quando tudo é importante.

Albert Abrantes, Eric donaldson, Zé Lopes e o Tradutor

                                                                   Zé Lopes e Paulinho da viola




AUTODIDATA

Sou autodidata por conveniência
Tudo o que jogaram, segurei
Valho-me de tudo que ainda não sei
E o que sei é causa e também consequência.

Mórbida, cansada a minha aparència
Deixa aos outros olhos um aspecto de pena
Como um faquir, a minha dor é plena
E o sono encena um sonho roxo em tortura.

O que conspiro vem cercado de ciência
Por isso aborto um plano que na iminência
De acontecer parece iluminado.

É tesouro, é ouro há muito enterrado
Quadro de Monet a sete chaves trancado
É o cadeado aberto da minha consciência.

Do livro de sonetos “A Dor e Eu” de Zé Lopes.



CABEÇA DE PEIXE

          Sotero saiu bem cedinho com uma gaiola na mão para pegar passarinhos. Duas horas da tarde, já chegando, notou um movimento estranho na porta de sua casa, Apressou o passo e ao entrar, viu sua avó morta no meio da sala. Ele passou pelo corpo e foi direto para a cozinha e minutos depois ouviu-se um choro aterrorizador. Todos correram para consolar Sotero e um amigo falou:
- Não chora Sotero, Deus sabe o que faz!
E ele aos prantos e soluços finaçlizou:
- Eu num tô chorando né porque ela morreu, não, eu tô chorando é porque só deixaram uma cabeçade peixe pra mim.