AUTODIDATA
Sou autodidata por conveniência
Tudo o que jogaram, segurei
Valho-me de tudo que ainda não sei
E o que sei é causa e também consequência.
Mórbida, cansada a minha aparència
Deixa aos outros olhos um aspecto de pena
Como um faquir, a minha dor é plena
E o sono encena um sonho roxo em tortura.
O que conspiro vem cercado de ciência
Por isso aborto um plano que na iminência
De acontecer parece iluminado.
É tesouro, é ouro há muito enterrado
Quadro de Monet a sete chaves trancado
É o cadeado aberto da minha consciência.
Do livro de sonetos “A Dor e Eu” de Zé Lopes.
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