sexta-feira, 24 de maio de 2013




O MANGUE

Sinto-me atraído pela clama fétida do mangue
Talvez por sua vida e sua cor escura
O sal, parte dessa amarga mistura
Faz arder o corte fundo em sangue.

As impressões deixadas por meus pés
É a arte esculpida nesse solo
Onde piso em falso e me atolo
E escapo entre plantas em viés.

Vejo caranguejos espalhados
Outros bichos correrem assustados
Com a presença dos valentes gabirus.

Entre as folhagens são jogados
Restos de comidas, de pescados
Que alimentam os famintos urubus.

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