domingo, 19 de maio de 2013




LAVRA (DOR)

A mesma mão que aduba
Planta multiplica,
Sangra, fiscaliza,
Blasfema e ora.
Igual espaço antepõe-se
Entre terras e donos distintos.
Ser cruel precisa mais?
Mais chumbo, choro, dizimação?
Antes comum farta era,
Era de sonhos distantes,
Passado sem volta. Revolta!
É mesmo o verde campo,
Folhas se foram,
Metamorfoseando o ciclo...
Somente – em dor – apenas,
Em mesmo corpo outrora transmutada,
A mesma gana de Homem,
Uniu-se a forme de bicho.

Lereno Nunes

 DO LIVRO ANTOLOGIA POÉTICA DAS CIDADES BRASILEIRAS 

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