segunda-feira, 20 de maio de 2013



O SUICIDA

          Contou-me Jorge Café, pescador do Rio Mearim, que havia em Bacabal, um porto onde as lavadeiras se reuniam para a labuta do dia a dia chamado “Por Enquanto”.  Entre tantas histórias e estórias, uma é muito interessante. Disse-me ele, que havia um rapaz que resolveu se suicidar e foi para o porto com um revolver, uma corda e um vidro com veneno. Ao chegar, subiu na árvore que tinha na beira do rio e que dava suas galhas para o leito, amarrou a corda, colocou no pescoço, tomou o vidrinho de veneno, botou o revolver no ouvido e simultaneamente pulou e atirou. A bala pegou na corda, a corda se partiu, ele caiu na água e como não sabia nadar, começou a se afogar e se afogando bebeu muita água. Algumas pessoas pularam no rio, tiraram o suicida, o botaram de cabeça para baixo e ele vomitou toda a água que bebeu, incluindo o veneno. 

Do novo Livro de Zé Lopes ainda inédito

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