Deforma no espelho o meu fracasso
E esse rosto envelhecido me assusta
Esmoreço por saber o quanto custa
Ao meu tempo, a noção do teu espaço.
E assim vou me arrastando aos bagaços
Feito escarro em paredes de azulejos
Que desliza pelas fendas dos desejos
Onde o elo dos olhares são
mais lassos.
Procurando solução apresso os passos
E ao chorar eu sinto um mar formar os traços
Que modelam a frialdade das desgraças.
E olho o céu lilás com seus mormaços
A angústia me carrega em seus braços
E o amor me joga ao léu , as cruéis traças.
Do livro de sonetos “A DOR E EU” de Zé Lopes
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