segunda-feira, 20 de maio de 2013




DOR CORTADA

Mastigo com furor a auto-estima
E deito sobre o ego esfaqueado
O pensamento sangra esfacelado
E o lado são rasteja e desanima.

O grito de agonia que a vidav ensina
É o lado da tristeza fria e macerada
É a pele fina ardendo e marcada
Pelo ferro em brasa que a mão domina.

Os restos de pecados que o perdão rumina
Em esterco fértil essa ação culmina
Deixando a razão no chão pisoteada.

Na lama negra que ao sol calcina
Enterro uma vontade em ruína
E planto sobre ela a dor cortada.

Do livro de sonetos “A DOR E EU” de Zé Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário