DOR
CORTADA
Mastigo com furor a auto-estima
E deito sobre o ego esfaqueado
O pensamento sangra esfacelado
E o lado são rasteja e desanima.
O grito de agonia que a vidav ensina
É o lado da tristeza fria e macerada
É a pele fina ardendo e marcada
Pelo ferro em brasa que a mão domina.
Os restos de pecados que o perdão rumina
Em esterco fértil essa ação culmina
Deixando a razão no chão pisoteada.
Na lama negra que ao sol calcina
Enterro uma vontade em ruína
E planto sobre ela a dor cortada.
Do livro de sonetos “A DOR E EU” de Zé Lopes
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