segunda-feira, 13 de maio de 2013




               O DIREITO USA SUSPENSÓRIO

          E
le é filho de dona Benta, que nós chamávamos carinhosamente de vovó Benta. Irmão de Marlene, Maísa, Meló e Cascoré (em memória), esse negro, que nasceu na Rua Rui Barbosa, na casa onde mora boa parte da sua família e onde todas as noites ele reúne seus amigos para uma conversa regada a um bom café, ele mudou a idéia de negro em Bacabal. Esse cidadão é Bento Vieira. De uma infância difícil, ele vendeu picolé, pirulito, bolo e com esse dinheiro, ajudava na receita da casa. Teve como seus melhores amigos, Fedeu a Fogo, Cabelo e Tabil, responsáveis por belas histórias que fazem parte da sua própria história, 

Bento em toda sua trajetória, reciclou o lixo das inverdades e se impôs, mostrando que o negro bacabalense, também podia ser doutor, também podia ser alguém, já que os forasteiros que invadiram a cidade, na época, nos tratavam com sentimentos de pena e nossas mães, submissas por inexperiência, aceitavam o que os brancos diziam e nós negros, acuados em nosso próprio reduto, tínhamos que ouvir o celebre adágio : “boa romaria faz, quem em sua casa vive em paz” e nos sobrava apenas as oficinas para aprendermos um ofício e éramos discriminados pelos próprios negros. Bento quebrou a barreira do preconceito, dos bailes na União, clube de pretos mas que execrava pretos. Um dos marcos na vida de Bentão, é o fato de antes mesmo de passar no vestibular, já tinha um cursinho, ensinava todas as matérias e conseguia um índice de aprovação invejável. 

Bento pescou para alimentar a família, jogou bola, empinou papagaios, pegou passarinhos, capinou quintais, jogou pião, andou de bicicleta, levou surras de dona Benta, saiu de Bacabal e virou o famoso Dr. Bento. Formado em Veterinária, ele foi dono de uma grande loja de artigos para fazendeiros, largando para se dedicar ao Direito, curso que lhe tornou um dos melhores e mais respeitáveis advogados do estado, o monstro sagrado do direito penal.Dr. Bento Vieira se aventurou na política e seu discurso é duo, muitos aceitam outros o acham radical, mas seu tino de ajudar as pessoas, de ser amigo dos amigos, vai muito além das profissões, ele é um exemplo seguido por muitos discípulos, inclusive dentro de casa, como é o caso de Bruno, seu filho e Bentinho, seu sobrinho, que também se aventuram no mundo da advocacia. 
Esse Dr. Bento, é perfeito em tudo que bota para fazer, é líder de audiência em um programa de televisão, tem um cursinho que, pelo alto índice de aprovação em vestibulares e concursos, é referência no Maranhão e hoje se tornou um grande empresário no mundo do entretenimento com um parque aquático que leva o nome da sua querida mãe. Lembro-me. Certa vez quando Dr, Bento comprou uma lancha, uma certa pessoa falou com ar de reprovação:
- Porra meu, o Bento comprou uma lancha e agora só quer aparecer!
E Dr. Bento Respondeu cheio de orgulho:
- O meu tempo de vender bolo já passou.
E salve Bento, esse abençoado Dr. Bento, dono de uma linda história que só a literata vida, foi capaz de escrever... e em muitos capítulos.





No editorial que escrevi e postei no dia 05 de maio referindo-me ao Bacabal Esporte Clube, está mais   atual do que nunca. 

O PERIGO MORA EM CASA
          O Bacabal Esporte Clube não vem desempenhando um bom futebol dentro de casa, como na casa dos adversários. As estatísticas provam que o time azul e branco dentro do seu próprio domínio, tem se mostrado apático e com baixo desempenho, um rendimento muito fraco, a prova disso são os resultados e para selar a escrita, o empate de três a três contra o time do imperatriz na primeira partida da final do primeiro turno, tirou qualquer pretensão do leão sagrar-se campeão.  

Com a derrota para o Maranhão dentro de casa, o Bacabal perdeu a chance de liquidar a fatura e ficar olhando de longe quem pegaria na semi-final, mas como a lição de casa não está sendo feita, teme-se que o Imperatriz possa jogar, novamente, água no chopp do BEC e ele tenha que passar por tudo que passou no primeiro turno, ou seja, nadou, nadou e morreu na praia. Baseado nas atuações que fez fora do Correão, tirando apenas a primeira partida contra o São José, no Castelão, onde o time se mostrou cansado, tudo correu bem,  o BEC foi buscar os resultados e até a sua classificação, na casa do adversário com jogos memoráveis, como o contra o Americano, em São Luis, quando começou perdendo por um a zero e terminou com a esmagadora vitória por seis a um. Que o time abra o olho e desça do salto nessa última partida contra o Imperatriz, pois uma derrota pode complicar todo o trabalho e o que se pode decidir em casa, ter-se que buscar fora, só que na fase mais difícil. 

Chutando todo o desconforto desta fase, o leão tem que rugir para que, muitos torcedores, não botem culpa no baixo desempenho dentro do Correão, as suas ausências nas arquibancadas..

Vejam o que diz o Sérgio Mathias



VAIDADE E INDISCIPLINA
Essa queda de rendimento é um claro reflexo do amadorismo, tanto da diretoria como dos próprios atletas. Ainda envaidecido pelo fato de ter sido destaque no programa Fantástico da Rede Globo por ter feito 3 gols em uma única partida o centroavante Cris se achou no direito de abandonar a concentração e os treinos.

Segundo a assessoria de imprensa do clube, o jogador não foi relacionado para a partida de hoje porque no último final de semana disputou uma partida de futebol amador em Igarapé Grande.

Ainda segundo o clube, há pouco tempo o atacante Romário, enquanto estava de licença médica foi flagrado por diretores do BEC que foram visitá-lo no povoado Vila Nova, disputando uma partida de futebol amador.

"PUXANDO O FREIO DE MÃO"
Outro que também andou faltando aos treinos foi justamente o maior ídolo dos torcedores. Apesar de pessoas próximas ao atleta negarem, Pedro Gusmão faltou a dois dias de treinos para viajar à Curitiba. Na capital do Paraná ele tratou de detalhes da sua transferência para o Atlético Paranaense, o que só deve acontecer após o estadual.

O fato é que após acertar seu destino profissional, o atual artilheiro do Campeonato Maranhense perdeu completamente o foco e o interesse pela competição.

A ser substituído na segunda etapa da partida de hoje o atacante foi vaiado pelos poucos torcedores que compareceram ao Correão para prestigiar o representante bacabalense. 
Vejam o que disse l.ouremar Fernandes no primeiro jogo do BEC no segundo turno.




O Bacabal Esporte Clube jogou uma ‘pelada’ ontem à noite contra o São José no Castelão. O resultado é que o São José ganhou por 3 a 1.

O BEC tinha, pela primeira vez durante o campeonato, a obrigação de vencer. Por vários motivos: vem de uma boa campanha no primeiro turno quando chegou na disputa do título; É um time com mais entrosamento; Estava diante de um adversário sem confiança em si; É uma equipe com mais estrutura de apoio logístico, basta saber que os jogadores do São José chegaram para partida por conta própria, cada um em seu veículo. O BEC, não há partida em que o time não fique concentrado em um hotel de Bacabal. São detalhes.

E por detalhes o BEC perdeu a oportunidade de conquistar valiosos pontos logo no início do segundo turno. O time marcou o  primeiro gol e se acomodou. A inércia tomou conta dos jogadores. Salvo raras exceções.

MAS O QUE HOUVE?

O problema pode ser psicológico. Os atletas do BEC, em sua maioria, não tem idéia das limitações técnicas de que são portadores. Some-se a isso a falta de amor a um Clube de futebol. Isso não é crime, mas é um pecado grande que portam até os grandes craques do nosso futebol. Muitos estão na equipe como alternativa para serem vistos por outros clubes, por empresários do futebol.

A deficiência técnica foi superada na primeira fase pelo trabalho em equipe. O trabalho de grupo comandado pelo treinador Erasmo Fortes rendeu um bom resultado. Os jogadores incutiram em si o espírito de luta que deve prevalecer em uma disputa. Vestiram a camisa como diz o jargão.

Ontem eles se despiram desse espírito quando entraram no Castelão para enfrentar o São José. Ou será que vestiram a camisa do empáfia futebol clube? O fato de terem chegado à simples final de um turno do Campeonato Maranhense tenha feito com que jogassem nas águas do Mearim as sandálias da humildade. 
Teriam os jogadores calçado chuteiras com salto alto? Somente os atletas podem responder.

Quem viu a equipe que enfrentou o Sampaio e o Imperatriz não reconheceu o time de ontem. Faltou muita coisa que pode ser resumida em poucas palavras: faltou responsabilidade. Os poucos torcedores que foram ao Castelão viram, desde o início do jogo que o BEC seria o vencedor. Viram mal, a visão dos atletas do Leão do Mearim era outra. 
...
Pois é, o que acreditávamos que era um "projeto que deu certo", ja começa a nós preocupar e essa história de já estar classificado não convence  e mais uma vez, a torcida está desconfiada e se esse foi o presente que o Bacabal Esporte Clube deu para as mães, coitado dos filhos, que passrão por mais uma prova de fogo na quinta-feira. É esperar pra ver.

  Por Louremar Fernandes

O Bacabal Esporte Clube jogou e perdeu para o Imperatriz neste domingo no estádio Correão. O BEC começou vencendo o jogo e terminou perdendo por 3 a 1.

Com o resultado, o BEC fica em terceiro lugar na tabela de classificação e vai enfrentar o segundo colocado, o Maranhão Atlético Clube nos dois jogos da semifinal do segundo turno.

Como o Maranhão está em vantagem, jogará a primeira partida na quinta-feira no estádio Correão e a segunda em São Luis.


domingo, 12 de maio de 2013




          Estão abertas as inscrições para o Concurso Musical de Toadas de Orquestra Prêmio Ruy Maranhão, produzido pela policia Militar do Maranhão. .  Compositores de todo o estado podem participar, lembrando que o festival é temático  e a pauta é Ruy Maranhão, “Músico Cantador”, ícone do nosso folclore, arranjador, trumpetista, cantor e compositor que morreu há poucos dias.  Das inscritas, 10 toadas participarão de uma final no dia 22 de junho durante o 12º arraial de São Sebastião, no Quartel Central da Policia Militar. As inscrições estão abertas até o dia 29 de maio e maiores informações pelo site WWW.pm.ma.gov.br



MAZELAS DE UM ANO ATÍPICO
          Quando 2013 chegou, cheio de novas energias, de esperanças renovadas, trazendo um novo momento politico, com promessas de mudanças e valorização da prata da casa, achei que era o momento de me reaproximar da minha cidade, dos meus amigos e por em prática alguns projetos e algumas idéias que tinha em mente, se não de dizimar, pelo menos amenizar a agonia em que sucumbia a nossa cultura. Na primeira reunião em que fui apresentado como colaborador, já senti entre alguns, aquela ponta de um sentimento ruim, um misto de inveja, ciúme, raiva, incômodo, como se eu tivesse nas mãos, a chave de um mundo, que nem porta tinha, mas que todos queriam entrar. Ninguém, mas ninguém mesmo, aparece no cenário cultural do estado, elevando o nome de sua terra e eu sim, e pago um preço tão alto por isso, que muitas vezes não sei se ainda vale a pena se dizer bacabalense. Nunca pensei, ter que responder a ofensas, a insultos, a injurias, a calúnias, a difamações e proferidas logo por quem!. Em meus artigos, nunca citei um nome e se o sujeito ficou oculto, foi apenas para me defender. Todos escrevem mal de mim e se eu me defendo, a coisa piora e sou ameaçado, achincalhado, julgado e condenado e hoje tenho que andar precavido e sem saber o destino do meu próximo passo. Um dia escrevi que tem pessoas que passaram por varias gestões para descobrir que o gestor não prestava, que burro que fui, hoje descobri que passei esses meus longos 49 anos para descobrir que o meu inimigo andava ao meu lado e sorria das minhas anedotas. Meu Deus, eu nunca quis ser mais do que sou, estou na minha melhor fase de produção. Passei por momentos tempestuosos, mas quem não passa? Longe de mim querer ser intelectual, longe de mim ser bajulador, talvez se fosse, não estaria trabalhando diuturnamente, de segunda a segunda. A minha geração está envelhecendo, está atordoada e o pior, está doente e acometida de uma patologia que não se cura com qualquer remédio, o medicamento é injetável e dói, e faz das noites longas, um tormento e a manhã vem sempre com cheiro de éter, entorpece e o novo dia é rotina, é velho e tudo começa do nada, segue ao nada e assim vai. No que conseguiram me transformar? num estorvo, numa persona non grata, num bobo da corte, num calo social e eu que só queria ajudar.  O que foi feito daqueles jovens, cabeças, poetas, bairristas, intelectuais. O que foi feito daqueles que se diziam meus amigos? O que foi feito daquele Zé que havia em mim, que sonhava, que idealizava, que projetava futuros? Aquele Zé, no presente, vive embrulhado em um passado, cheio de boas lembranças e um medo horrível do futuro. Não quero pra mim, nem pra ninguém, esse fogo cruzado, esse campo minado por granadas de palavras, esses tiros de injustiças, essa guerra fria, aquecida por bobagens. Ainda bem que esse atípico 2013, vai passando a galope e se prestarmos bem atenção, já estamos na metade do quinto mês e que ele se vá para que eu, com prazer, rasgue a última data da folhinha e o considere como um ano pra se esquecer. Se, como disse meu velho avô, Chico Moraes – “Bacabal dá e toma”, com o pouco que tenho, sigo feliz por saber que não foi Bacabal quem me deu e por isso não tem o direito de me tomar.
Um bom domingo


COMENTANDO... CANTORES 

ALCIONE

         Assisti, na Tv Gazeta, o programa "Todo Seu", do Ronnie Von, no dia dedicado a homenagear as mulheres que foram destaques.
Coincidentemente era o dia da Alcione, maranhense, 21 discos de ouro, homenageada com a Ordem de Rio Branco, várias vezes Prêmio Grammy Latino, Melhor Cantora de Samba pela Academia Brasileira de Letras. Um fenômeno no meio artístico.
A primeira vez que ouvi falar dela, estava em Belo Horizonte, morava numa república de estudantes, ali na Avenida do Contorno 17.777, vizinha de uma "zona". Naquele tempo não era perigoso morar naquelas "paradas", onde a "Hilda Furacão" fazia das suas.
Alcione se destacava, além de cantora, exímia no tocar trombone. O show foi de graça no Parque Municipal. Não pude ir, mas gravei o nome da artista, fiquei aguardando um momento de conhecê-la e ouvi-la melhor.
No show de Zezé Di Camargo e Luciano, "regado" a muita chuva (um verdadeiro toró), ela deu uma canja e cantou um de seus sambas. Mas, ainda não tive uma oportunidade de estar presente a um de seus shows aqui na capital de todos os maranhenses.
Muitos são críticos a esses cantores, "rotulam" como brega ou dos piores de todos os tempos. Eu, ao contrário, acho a marrom o máximo, muito afinada, vozeirão de dar inveja.
Lógico que entre os cantores, a gente sempre tem uma ressalva "negativa". Não esqueço a "esnobada" que sofri do Moraes Moreira lá em Ituaçu-BA, terra do cantor baiano. Eu era amigo do Eduardo, irmão do cantor, que me presenteou, na época, com uma fita cassete de músicas que seriam, ainda, lançadas em CD. Um privilégio "legado" a poucos. Deve ter sido um mal entendido. Um "caroneiro" que eu levava quase todo dia para Tanhaçu, amigo do cantor, cismou de me apresentar ao dito cujo. Só que a hora foi imprópria, o "homem" acabava de acordar e estava de pijama.
Quanto a Alcione, a minha "diferença" é porque conheço muito a Dindinha, que está na "casa" dos 100 anos, que mora com minha cunhada Ângela e madrinha de batismo de Alcione. Moro há 6 anos em São Luís, trabalhei em Pinheiro em 1985, e, nesse período nunca soube de uma visita de Alcione à sua madrinha. E Dindinha era cozinheira da família Sarney, que a requisitou muitas vezes para prestar serviços em Brasília, quando Sarney era Presidente da República.
E, segundo soube, Roseana tem mais consideração com Dindinha do que a afilhada.
Ressalve-se que Alcione tem uma amizade secular e siamesa com os Sarney e, vira e mexe, está em São Luís (a passeio ou a trabalho). Aqui é seu habitat.
Deixemos isso pra lá. 
O certo é que Alcione é a maior sambista e dona da melhor voz do samba. E destaque na Mangueira.
A gente tem que relevar essas "passagens" pouco lisonjeiras e compreender que artistas são seres incomuns, feitos para serem admirados, cortejados e paparicados, com direito a lampejos de estrelismo.
O resto...
É nunca deixar de "curtir" aquele vozeirão de dar inveja!




]
MAMÃE

E os últimos pingos
Que ainda caiam do telhado
Fazendo lembrar
A chuva de ontem
Eram como lágrimas
Que caiam dos meus olhos
Fazendo lembrar
A tua ausência para sempre.

Do livro  “CHÃO DE CONCRETO”, de Zé Lopes
                                    Serginho Panick, Tom Cleber, Paul Getty e Zé Lopes

                                    Zé Lopes, celso Borges, Nosly Junior e Mano Borges




O FOTÓGRAFO

Ventão fotógrafo,  em uma domingueira na União Artística e Operária Bacabalense, fotografou o então presidente Otomil. Dias depois, ao entregar a foto, Otomil reclamou barbaridades que não pagaria a foto pois saíra muito feio. Ventão olhou bem para Otomil, depois olhou bem para foto e bradou:
- Olha Otomil, eu só sou fotógrafo, eu não sou mágico!!!


SONETO PARA MINHA CIDADE

Hoje olho esta cidade nua
Procuro em meus amigos um alegre passado
Vejo um sofrimento neles estampado
E as vozes do sil~encio ecoam em minha rua.

Mesmo que a ação do tempo destrua
Cabe ao próprio homem evitar a ruína
Fazer do sentimento uma oficina
Com ferramentas que a reconstrua.

Sobre a noite cai uma tristeza
Teus ditos donos cheios de avareza
Mostram os seus verdadeiros rostos.

Teus filhos querem só o pão na mesa
E ter de volta a tua beleza
E ver os teus algozes todos mortos.

Do livro de sonetos “A DOR E EU” de Zé Lopes