Rui Falcão, presidente do partido, classifica
produção como 'fraude' mas prefere não atribuir confecção do vídeo ao PSB
O
presidente do PT, Rui Falcão, anunciou há pouco medidas judiciais e
administrativas para retirar do ar um vídeo em que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva aparece declarando apoio à candidata do PSB à Presidência, Marina
Silva. A gravação divulgada na internet é uma montagem com base em um
depoimento em que Lula pede votos para a deputada federal Marina Santanna,
candidata do PT ao Senado em Goiás.
O vídeo
fraudado traz o logo oficial da campanha de Marina Silva ao Palácio do Planalto
e o sobrenome da candidata petista ao Senado é suprimido, dando a entender que
o ex-presidente estaria pedindo apoio à adversária da presidente Dilma Rousseff
na corrida presidencial.
"Temos
uma candidata ao Senado, a deputada federal Marina Santanna, que recebeu, como
é natural, uma gravação de apoio do presidente Lula", disse Falcão.
"É uma montagem fraudada, que suprime o sobrenome (da candidata petista) e
coloca apenas o presidente Lula apoiando Marina', como se fosse a candidata do
PSB", concluiu. Ele não atribuiu a autoria do vídeo ao PSB ou a Marina
Silva.
De
acordo com ele, já foi enviado um pedido administrativo ao Google para retirar
a peça do Youtube. Será encaminhada ainda à Justiça Eleitoral uma representação
por propaganda eleitoral irregular que, de acordo com Falcão, "pode
induzir o eleitor a erro". Também será pedido ao Ministério Público
Eleitoral a instauração de um inquérito criminal para apurar as práticas de
"falsidade ideológica de cunho eleitoral" e para identificar os
responsáveis. O presidente do PT disse que, mais adiante, a coligação vai entrar
com uma ação cível para retirar o vídeo do ar. "Ele viola o direito
autoral e o direito de imagem (de Lula). Continuaremos na nossa linha de, nas
nossas redes sociais, não nos valermos de fraudes e adulteração", declarou
o petista.
O
coordenador jurídico da campanha de Dilma, Flávio Caetano, classificou a
gravação modificada de "absolutamente fraudulenta e criminosa". Por
último, Falcão disse que o PT não estuda pedir investigação sobre a origem dos
recursos para a compra do jatinho usado pelo ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na semana retrasada em Santos (SP).