“Ai mas como é triste
Essa nossa vida de artista
Depois de perder Vilma pra São Paulo
Perder Maria Helena pro dentista
Porque cantar
Parece com não morrer
É igual a não se esquecer
Que a vida é que tem razao”
Ednardo
Muita gente me perguntou porque nao fui cantar no Arraial da Prefeitura de Bacabal, relutei em responder, até porque é uma longa história, vou resumi-la.
Fazendo a
citação da canção do cearense Ednardo, ilustro o que aconteceu, ou melhor, o
que está acontecendo comigo. Vendo que dispunha de uma quantidade significativa
de canções com motivos jujninos, gravadas por mim, por bumba-bois, por outros
cantores e grupos de forró, resolvi montar um CD de MP3 e nele, depois de uma
árdua seleção, montei um repertório com 119 canções mandei prensar e batizei de
“Arraial Maranhense”, mesmo sabendo que esse nome figura em outros CDs, mesmo
assim bati o martelo. O repertório é mesmo um “Arraial Maranhense”]
Fui convidado
pela secretária municipal de cultura de Bacabal, a senhora Cristina Miranda,
pessoa do mais alto nível intectual, uma grande técnica em cultura e altamente preparada para o cargo, nao fosse as cercas e paredes levantadas pela admnistração púplica, que tolhem todos os seus conhecimentos e capacidade para fazer realmente cultura, para participar de um tributo a Papete no dia 25, ontem, sábado, no Arraial Municipal,
o que de pronto aceitei, logo ficaria na cidade, pois toquei na sexta, dia 24, lançando um CD de grande impórtancia para a cidade, um verdadeiro documento, não fosse a programação da
Secretaria de Estado da Cultura que me escalou para fazer um show na abertura
do maior Arraiaial da Ilha na Praça Nauro Machado,
justamente no dia 25. Tentei ao máximo transferir a data, mas, infelizmente não
consegui.
Então,
comuniquei a intempérie a senhora secretária e como não poderia mais participar
do merecido tributo ao Papete, tentei
transferir a minha apresentação para outra data, fazendo um show e pelo mesmo
cachê, apenas para cantar no arraial da minha cidade, já que sou filho da terra
e, queiram ou não, *sou quem mais divulga o nome de Bacabal na cultura, sou o
mais premiado e referência, seja na música ou na literatura. - isso incomoda.
Ao receber um
não da própria secretária, pude constatar como é triste essa nossa vida de
artista e também pude sentir até onde chega o seu “poder”. Não quero aqui
expressar mágoas e nem ressentimento, Bacabal já me expulsou mesmo do seu meio
cultural, já me execraram publicamente mandando eu descer do palco porque uma banda cearense tinha que
subir, já fui vítima de complô de blogs, de pessoas que se dizem amantes da
cultura local, mesmo vindo de outras culturas, de outras terras, mas com grande credibilidade e se dando bem através dela e por aí vai.
Nao culpo a minha amiga e "secretária" de cultura Cristina Miranda, pessoa a quem tenho grande admiração e carinho por mais essa desconsideração, mas lhe deram apenas status e se negaram a lhe dar poderes. O buraco é mais embaixo, a ordem é lá de cima. Sei o quanto a minha presença incomoda artistas, produtores, músicos e até politicos. Eu apenas faço o meu trabalho e agora, mais do que nunca, vejo como Bacabal necessita de bacabalenses que pensem em Bacabal. É por essas e outras que todos os forasteiros que se alojam na cidade, fazem fortuna e depois se vão deixando o rombo e rindo da cara de nós idiotas. isso é um fato.
Se eu, que era
amigo de Papete, parceiro, a ultima canção gravada por ele é minha, tenho dois
show nas melhores datas e nos melhores arraiais da Ilha do Amor – dia 25 na
Praça Nauro Machado e dia 29 no Largo de São Pedro, sou o compositor mais
grava do Maranhão e um dos mais do Brasil, não tenho vez em minha própria
cidade!!! de parabéns os paraibanos e muitos mais "anos" e "enses" E viva a cultura
bacabalense.
Termino meu
texto citando uma frase do mestre Tom Jobim.
*“O sucesso, na sua própria terra, vira ofensa pessoal”
Em relação ao
Ednardo, que tive o prazer de abrir o texto com sua poesia, os que fazem a
“cultura de Bacabal” esqueceram do artista, até porque, cantar parece com não
morrer e dessa vez, “A vida não teve
razão” Mas continuo vivo, cantando e acho que tenho razão em me decepcionar.
Isso é cultura? Não!!! é sutura
E o prefeito Zé Alberto continua de olhos fechados, e olhem que a politica se avizinha e ele é candidato natural a reeleição. É como ele mesmo diz, -é problema na administração. Isso também é cultura.
Um bom domingo a todos.