Depois de a Oposição
conseguir adiar por dois dias a votação do Projeto de Lei 224/2016, que ficou
conhecido como “Robin Hood às avessas”, por beneficiar as grandes empresas em
detrimentos das médias e pequenas, a base governista conseguiu a aprovação como
desejava o governador Flávio Dino.
Mesmo assim, a
aprovação não foi fácil e ainda gerou desgaste para o Governo Flávio Dino,
tanto que foi necessário até o retorno antecipado do Líder do Governo na Casa,
deputado Rogério Cafeteira, recém operado e que estava no “departamento
médico”.
O curioso é que mais
uma vez faltava quórum para a votação, mas quem foi decisivo para que a votação
ocorresse foi justamente o deputado Roberto Costa, um dos principais líderes do
Governo Roseana. O Bloco da Oposição, comandado por Andrea Murad e que Roberto
Costa estava inserido, estava em obstrução, mas ele exigiu que sua presença
fosse computada e garantido assim a votação.
A votação aconteceu
na manhã desta quinta-feira (30) e contou com a presença de empresários e
representantes da Associação Comercial do Maranhão e da Associação Maranhense
de Distribuidores e Atacadistas que protestaram contra o projeto, chegando a inclusive
emitirem Nota discordando do Projeto “Robin Hood às Avessas”.
Dos 28 deputados
presentes, dois votaram contra (Andrea Murad e Sousa Neto), quatro se
abstiveram de votar (Adriano Sarney, Eduardo Braide, Max Barros e Nina Melo) e
os demais 22 presentes votaram pela aprovação.
Projeto – O Projeto de Lei
aprovado trata sobre um tal Programa de Incentivo ao Desenvolvimento dos
Centros de Distribuição do Maranhão, mas que só beneficia os atacadistas que
possuem, no mínimo, um capital social de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de
reais). Ou seja, o tal projeto só irá incentivar justamente os mais abastados,
esquecendo os que mais precisam de um aporte do governo, que são os médios e
pequenos empresários do ramo no Maranhão.
O problema é que o
projeto por si só apresenta duas incoerências latentes e recentes do governador
Flávio Dino. Recentemente, Dino aprovou um aumento absurdo do ICMS – que
incidiu nos reajustes da gasolina, telefonia móvel, TV por assinatura e energia
elétrica. Na oportunidade, o Governo Flávio Dino alegou que o aumento seria
para evitar um colapso econômico no Maranhão. Só que agora, menos de 15 dias
depois do aumento do ICMS iniciado, o comunista quer beneficiar quem menos
precisa.
A segunda
incoerência, tão gritante quanto a primeira, é que Flávio Dino, para ganhar
espaço na mídia nacional, afirmou recentemente que o melhor caminho para o
Brasil seria a criação de impostos sobre grandes fortunas, mas agora, no
Maranhão com o seu Projeto de Lei, quer justamente beneficiar os mais abastados
em detrimento de quem teoricamente mais precisa.
Novamente, assim como
aconteceu na votação do polêmico reajuste dos professores estaduais, os
deputados governistas se acovardaram e só utilizaram a Tribuna da Assembleia
após representantes da categoria, no caso de hoje os empresários, deixarem o
recinto para se manifestar.
Além da covardia,
demonstram incoerência, afinal se o Projeto de Lei é tão bom quanto afirmam e
votam, por qual motivo não o defendem na presença dos representantes das
categorias?
O certo é que o
Governo Flávio Dino segue sendo o Governo da Mudança, mas da mudança de
opinião.