Um
dos votos mais questionados da Bancada do Maranhão na Câmara Federal na votação
que decidiu rejeitar a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), foi do
ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).
José Reinaldo que é
pré-candidato ao Senado, esperando contar com o apoio do seu “afilhado”
político, o governador Flávio Dino (PCdoB), pela segunda vez votou contra o que
pensa o comunista.
Nesta segunda-feira
(07), através de um artigo José Reinaldo, sem tocar no nome de Flávio Dino,
justificou seu voto e fez uma revelação bombástica, “Lula me pediu para acabar
com a briga com o Sarney”, revelou o ex-governador. Veja abaixo o artigo na
íntegra.
A
reunião de quarta-feira última que decidiu se a Câmara daria o aval para que o
presidente Temer fosse processado alvoroçou os fazedores de “pós-verdade” aqui
no Maranhão. Estes partiram para queimar todos os que consideram adversários,
certamente a serviço de causas inconfessáveis, remunerados ou não.
Na
verdade, foi a reunião dessa gravidade – tirar ou não um presidente do
exercício do cargo – mais calma e sem tensão da qual jamais participara. E
estive presente nas três vezes em que eventos dessa natureza ocorreram: os
impeachments de Collor, Dilma e o aval para processar Temer.
Dentro
da Câmara não havia nenhum grupo de pressão atuando, nem nas galerias, tampouco
na esplanada. Não apareceu um único petista naquele imenso espaço em frente ao
Congresso. Ninguém. Esquisito, não?
É claro
que no recinto da sessão, a oposição bradava contra Temer. Fez o que devia
fazer, ou seja, política.
Mas
estranho ainda, não? Porém, uma entrevista de Luciana Genro, filha de Tasso
Genro, grão-duque petista, deu luz ao que acontecia: ela declarou que Lula
preferia manter Temer no poder, sangrando (nas palavras dela) pois assim seria
mais fácil derrotá-lo no próximo ano.
Lula é
pragmático. A decisão de quarta-feira não era Temer contra ele. Só aqui no
Maranhão alguns espertos tentaram fazer essa vinculação em seu próprio
benefícios.
Lula
sabe que, se o presidente saísse, Rodrigo Maia assumiria: um político novo,
experiente, competente, uma incógnita. Melhor deixar Temer.
Se vai
ser assim mesmo, não sei. Mas é o que parece para muitos…
Foi
então que inventaram que os deputados foram comprados para votar a favor de
Temer. A Folha de São Paulo de sexta-feira passada mostra a verdade. As emendas
dos parlamentares, desde o governo de Dilma, são impositivas. É obrigação
liberar, não existe favor nenhum. E os dados? Na média cada parlamentar que
votou em Temer obteve a liberação de 3,4 milhões de reais. Já os contrários
tiveram 3,2 milhões. A comunista Alice Portugal, por exemplo, que em seu voto
denunciou a compra indiscriminada de deputados, recebeu – pasmem – 10,5 milhões
de reais oriundos das mesmas emendas. Compra de deputados destrambelhada essa,
não?
E tem mais:
é possível afirmar que – em média – petistas receberam mais do que os deputados
do PSDB que votaram contra Temer.
Eu
conheço Lula melhor que muitos petistas daqui do estado, pois convivi muito com
ele quando eu governava o Maranhão e ele era presidente. Um dia, em plena
semana santa, ele me tirou de um repouso em Barreirinhas para me pedir que
acabasse a briga com Sarney, demonstrando seu pragmatismo e o apreço pelo
ex-presidente.
Nunca
me chamou para fortalecer o PT aqui. Só recebi um pedido nessa direção: foi o
de Zé Dirceu, que me pediu para nomear Remi Trinta como secretário de estado,
para que Washington Oliveira assumisse a Câmara como deputado no lugar daquele.
E o pedido foi atendido.
Não
desconheço que o Bolsa Família alcança quase sessenta por cento das famílias
maranhenses e que, por isso, os maranhenses são gratos a Lula.
Portanto,
“amigos”, não tentem confundir mais ainda a cabeça do cidadão. Um pouco de
verdade não faria mal. Lula não perdeu nada e nem eu votei contra ele.
Votei
na estabilidade, no emprego, na recuperação econômica, que, a meu ver, é a
única maneira de melhorar a vida da população e combater a miséria. Estou
absolutamente convicto de que o país não aguentaria outra troca de presidente,
o que, sem dúvidas, paralisaria o país. E ainda o fato de que no ano que vem
teremos eleição presidencial. É muita irresponsabilidade concorrer para isso, é
virar as costas para o povo brasileiro e seus problemas. Uma estratégia como
essa parece coisa de gente que é favorável ao cenário do “o quanto pior,
melhor”, mas isso o Brasil não tem como aguentar.
Além do
mais, ninguém deu um perdão a Temer e nem o julgou, pois quando ele deixar de
ser presidente, no final do ano que vem, o processo contra ele terá
prosseguimento na justiça de primeiro grau.
O povo
pode não gostar de Temer, como mostram as pesquisas. Contudo, definitivamente
não quer tirá-lo da presidência. As ruas estão vazias e o “Fora Temer” não
vingou.
Essa é
a verdade, que independe da vontade de candidatos ou seus acólitos.
E a
Câmara cometeu alguma ilegalidade ou fez alguma coisa vergonhosa? Não,
definitivamente não. A Câmara seguiu, estritamente, a Constituição. Nem um
abuso, nenhum golpe. E moralmente? Também, pois inclusive vários ministros do
Supremo elogiaram a decisão daquela Casa sobre a denúncia, afirmando que o
arquivamento traz estabilidade ao país.
Eu
votei com a minha consciência. Votei pelo país. Estou tranquilo.
E para
encerrar, o presidente Temer, a pedido da bancada, resolveu o desastre que
poderia acontecer com as administrações municipais, decorrente de um erro na
liberação de recursos do FUNDEB (a mais), em dezembro do ano passado, que
teriam que ser descontados em uma única parcela das novas administrações
municipais. Essa atitude faria com que as prefeituras corressem o risco de não
poder pagar professores, desorganizando a economia de todas elas, um caos
iminente.
Com
grande sensibilidade, vários deputados e o presidente da FAMEM, o prefeito
Tema, compareceram em audiência marcada por mim e felizmente encontramos a
solução do problema, já resolvido em definitivo.
Para
concluir, tenho a honra de informar que no próximo dia 15 de agosto, no Centro
de Lançamento de Alcântara, será assinado o Convênio entre o ITA e a UFMA, com
os termos do acordo definidos, o que vai possibilitar o início das aulas do
curso de Engenharia Aeroespacial. Um importantíssimo passo para o
desenvolvimento do Centro Espacial de Alcântara e para o desenvolvimento do
nosso estado.
Avante,
Maranhão!