Por Joaquim
Haickel
Dentre os assuntos de minha predileção se destacam cinema e política e
hoje vou tentar traçar um sutil paralelo entre eles.
Eu sempre preferi os atores coadjuvantes aos principais. De astros mais
antigos como Walter Brennan, Walter Huston e Peter Ustinov, até os mais
recentes como Gene Hackmam, Robert Duvall e Mahershala Ali, os coadjuvantes, a
meu ver, realizam trabalhos muito importantes para que os atores principais se
notabilizem e brilhem.
Feito este preâmbulo, adentro propriamente ao assunto deste texto. Os
personagens coadjuvantes da política conseguem manter-se em evidência por mais
tempo e com mais efetividade, eficiência e eficácia que os personagens
principais, que estão mais sujeitos aos desgastes ocasionados pela maquiagem e
os holofotes. Falo isso para comentar sobre uma pessoa que se manteve durante
toda sua vida atuando num segundo plano, nunca gostou dos flashes, nunca ocupou
os lugares centrais do palco, e apesar disso sempre desenvolveu o seu trabalho
com extrema dedicação e perícia, algumas vezes até bem mais que era esperado.
O nosso personagem nasceu em uma família bem estruturada, foi criado no
respeito aos bons costumes, comuns aos anos de 1960. Estudou em um colégio tido
como repassador de ótimo conteúdo e de rígida disciplina, ingredientes
indispensáveis para formar um bom cidadão. Quando jovem não era o primeiro
aluno da turma, mas estava sempre entre os seus líderes. Atleta, nunca foi o
craque do time de basquete, mas era um dos titulares. Foi assim durante toda
sua vida: Sempre entre os melhores.
Seu pai destacou-se na vida pública. Foi deputado estadual, secretário
de estado e conselheiro no Tribunal de Contas do Maranhão. Chefe político no
sertão maranhense, onde seus filhos o sucederam, tanto nos negócios quanto na
política.
Estou falando de Carlos Orleans Brandão Júnior, político que teve a
paciência e a perseverança de aguardar o seu momento, passando por cargos de
assessoramento, sendo secretário de estado, deputado federal, chegando
gravitacionalmente ao cargo de vice-governador e agora é a bala na agulha para
ser o próximo governador do estado do Maranhão.
Você poderia me perguntar! Que méritos ele tem para ser governador!? Ao
que eu lhe responderia sem pestanejar: Inteligência física e emocional;
capacidade de entendimento da realidade e do jogo político; competência
administrativa e diplomática; maturidade como pessoa e como político; idade e
experiência suficiente para saber que o sucesso de um político hoje em dia
depende menos de dinheiro, poder ou mesmo de votos e muito mais de respeito,
confiança e credibilidade, como no tempo em que ele começou seu aprendizado, na
escola política onde seu pai e os amigos dele eram mestres, tempo em que os
políticos eram respeitados e bem quistos pelas pessoas.
Brandão foi coadjuvante do então governador José Reinaldo Tavares, foi
coadjuvante quando esteve na Câmara dos Deputados e tem sido um coadjuvante
privilegiado como vice-governador de Flávio Dino, onde sempre demonstrou grande
capacidade de diálogo e aglutinação, coisas para as quais seu superior só tem
demonstrado propensão de pouco tempo para cá.
Tenho certeza que com Carlos Brandão o Maranhão vai ter a oportunidade
de resgatar as boas práticas da política das décadas de 1960 e 1970, mas com
valores humanísticos do século XXI.
Muitos astros que ganharam prêmios de melhores atores coadjuvantes se
tornaram os maiores intérpretes de seu tempo e ganharam depois prêmios de
atores principais como Anthony Quinn, Robert de Niro e Denzel Washington. Tenho
a impressão que o mesmo acontecerá com Carlos Brandão, pois está chegando a
hora dele protagonizar seu próprio filme e penso que ele não abrirá mão disso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário