Salvo pelo V.A.R*
Fernando Melo
Um experiente advogado no afã de resolver uma ação de execução...
E, como já muito atarefado encaminhou o caso a um jovem advogado.
Passada a bola da ex cliente, o patrono logo recomendou ao colega peticionasse no processo para uma possível composição...
A solução em resolver a ação, era no mínimo dividir a dívida, parcelamento ou prestação....
Eis que a injusta insensível justiça permitiu em afronta que o advogado credor em seu favor transformasse o valor de sete mil ao seu favor, o credito do próprio causídico, esperto e matreiro ante a omissão do julgador....permitindo assim que seu valor , que era sete mil chegasse a vinte e sete em menos de três anos! Eita matemática, em mirabolante equação fez tremer os ossos de Pitagoras de Samos, vendo ai que perdeu feio em suas regras e princípios aritmético....
Pois bem, ao pedir ao jovem advogado o cuidado, o zelo e a correta condução da ação, confiou o velho advogado no saber do jovem então...
De repente uma mensagem do recente doutor me apareceu no celular!
---- Doutor o processo já até foi arquivado.!! --- Será se já? assim imaginei...que bom seria....
Em total confiança nas palavras do mancebo causídico, acreditamos fielmente na afirmação proferidas. e de forma eufórica, fui até comemorar! Com euforia na mão repliquei a mensagem para a ex cliente e confirmei a notícia, sem, contudo, comprovar.
Porém, quando fui no processo olhar a informação do arquivamento, então percebi uma surpresa, mas que tormento....
De fato vi outra história se apresentar, um susto total era uma precatória do interior para a capital intimando a devedora da sua conta a pagar...
Mas como a carta não pode a ela encontra, o juiz devolveu-a arquivando e devolvendo ao juiz do interior deprecante (aquele que a envia ato a ser cumprido em outra comarca), que de praxe dizia cumprida, dando baixa e arquivar....
E o que tinha sido arquivado ? Nada do principal, apenas o ato formal que não resolveu a ação de execução...mas que situação meu irmão, ai que dor no coração….
E como agora explicar! restou falar ex cliente que a informação do jovem mancebo foi equivocada! E expliquei da mesma forma como ocorre em uma partida de futebol em que a torcida comemora antes do arbitro var revisar !! E veja como essa historia vai terminar...
A esta altura a ex cliente já tinha até pago promessa, fez voto, e tudo que pode para desta conta se livrar.....e em que isso tudo vai dar !
A devedora inclusive já havia me agradecido por tudo, inclusive aos seus telefonemas aturar para essa causa solucionar…kkkk
Pois bem, me lembrei do VAR (arbitro assistente de vídeo- no futebol, onde após o gol assinalado, para tirar a dúvida o arbitro pede para fazer a revisão do lance a ser validado...kkkkkakakakakakkakak
E assim pensei: já sei como explicar, o gol foi marcado, comemorado porem foi revisado... e para na forma da lei foi invalidado... o jogo continua empatado, a execução prossegue e a defesa lutando para o gol evitar... ou conta pagar...
E foi assim que pensei...a melhor forma para adequar...
De fato, tanto no instante de um gol assinalado, como do arquivamento comemorado, ao cuidadoso juiz e ao experiente advogado, em tudo devemos provar e comprovar.
Tanto na forma da lei, como na regra de futebol, o jogo tem que continuar...
Por fim o que pensamos ter sido arquivado, foi o mesmo equivoco malgrado, quase um gol anulado ou mesmo como ao gol duvidoso que logo è assinalado, mas em seguida, revisado, tornou-se invalidado....
E o jogo continua, um de um lado outro de outro lado, ambos se defendendo e atacando... e a vida segue em frente....
Ainda bem que tempos depois as partes firmaram uma composição, justa e legal que pôs fim ao processual deixando uma lição sem igual...
E que ironia... quem diria comparar do exemplo do VAR para ilustrar uma lição a tirar, do cuidado ao falar, de um causo jurídico a explicar....
fui salvo pelo var.....kkkkkkkk
(* Video Assistant Referee (VAR) ou Árbitro Assistente de Vídeo, na tradução para o nosso idioma, é a ferramenta que analisa imagens de vídeo para auxiliar o árbitro principal de uma disputa de futebol a conseguir tomar decisões melhores em lances que precisam ser analisados, como: pênaltis ou impedimentos.)
Fernando Melo é advogado, politico, cronista e poeta
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