Enquanto cada vez mais se exige transparência nas decisões das autoridades, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), saiu com uma ideia que vai exatamente na contramão dessa iniciativa.
Lula defendeu que os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como os votos dos magistrados, não sejam divulgados. O petista justificou o “voto secreto” para evitar animosidade contra as instituições.
“Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou.
Lula defende que apenas o resultado final do julgamento seja divulgado, sem que a população saiba como os ministros do STF se posicionaram sobre os assuntos apreciados.
Apoio – A ideia de Lula contou com o apoio do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB).
Dino ressaltou que esse modelo sem a divulgação dos votos de cada um dos ministros do STF não comprometeria o trabalho da Corte.
“A decisão é comunicada, de modo transparente. Apenas há a primazia do colegiado sobre as vontades individuais. É um modelo possível. Eu não tenho elementos a essas alturas para dizer qual modelo é melhor do que o outro. Apenas acentuar que em ambos há transparência. Em um se valoriza mais a posição transparente do colegiado, no outro se privilegia a ideia de cada um votando separadamente”, disse.
No entanto, para a alegria de quem defende a transparência, essa iniciativa não deve ser sequer apresentada no momento.
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