O petista
e pré-candidato ao Senado, Márcio Jardim, emitiu Nota neste fim de semana
ratificando a sua intenção de disputar as eleições de 2018 na chapa que tentará
a reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB).
Márcio
Jardim além de deixar claro que o PT precisa estar na chapa de Flávio Dino,
também comenta o fato de que o comunista quer que o partido apoie a candidatura
de Eliziane Gama (PPS) ao Senado, uma parlamentar que votou e trabalhou pelo
impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Veja abaixo.
Peço
licença para encaminhar esta nota acerca dos debates na última reunião do
Diretório Regional do PT.
Sobre
o tema de candidatura própria ou apoio (incondicional ou não) a reeleição do
governador Flavio Dino: não existe nenhum ineditismo nesse debate.
E
quando digo isso não é pelo fato de ser assunto recorrente em qualquer
discussão eleitoral no PT Brasil afora, refiro-me a dados de realidade
histórica que envolvem o mesmo tipo de dilemas que tivemos já lá 2014. Naquela
ocasião, é bom lembrar, não foram poucos os que defenderam que o PT
apresentasse candidatura própria. E até mesmo nomes foram colocados. E julgo
que o fizeram com legitimidade e idoneidade de propósitos. Portanto, entre a
polarização estabelecida – apoio ao PMDB x apoio a FD – existiu um grupo que
queria que o PT disputasse com nome próprio. Embora esse fosse mais tensionado
pelo pólo que defendeu apoio a Flávio Dino (aqui me incluo) optou por não
participar do “Encontro Estadual de Petistas em Apoio a Dilma e Flávio Dino”.
Evento realizado em abril de 2014 que foi crucial e determinante na aglutinação
de petistas para a campanha vencedora naquele pleito;
1-
Sobre a questão do Senado e apoio do PT à chapa definida pelo governador Flavio
Dino: aqui estaria, digamos assim, o xis da questão do debate sobre chapa
majoritária, já que ela inclui a deputada Eliziane Gama, muitas vezes referida
nas falas como “a golpista”, com os argumentos por todos nós já sabido. Ocorre,
a meu juízo, que o debate central não foi enfrentado ainda. Qual é o limite da
participação e apoio do PT a chapa com a deputada do PPS? Sim, porque não
existe equação em que ela esteja na chapa e o PT não a apoie sem que não seja o
PT tendo seu (a) próprio (a) candidato (a) ao senado. A menos que por algum
motivo, até aqui ainda não exposto, o outro nome indicado seja substituído por
alguém do PT. Na outra hipótese, a indicação de vice nos coubesse (isto
acolheria a resolução do nosso Congresso Estadual). Mas estou tratando da chapa
tal qual o governador apresentou. Ora, não basta dizer que “eu não voto na
golpista” para isso representar o NÃO APOIO do PT. Voto é um ato de preferência
unilateral. O instrumento que legaliza o registro de candidaturas é a ata da
convenção partidária. E a ata da convenção do PT irá para o TRE dizendo que “a
golpista” É SIM A NOSSA CANDIDATA. Não existe outra forma a não ser pelas
hipóteses que aqui já mencionei. Portanto, uma coisa é o meu ato pessoal de não
votar em A ou em B, outra coisa é o que vai dizendo o instrumento legal que
determina o apoio e tudo que dele deriva, como uso do nosso tempo de TV e até
mesmo o direito dela usar, se assim o quiser, imagens do Lula e da Dilma. Esse
é o fato!;
2-
Sobre a questão do Senado e nossas pré-candidaturas: ao que parece, restam dois
nomes colocados; o meu e o da Adriana Oliveira que mais recentemente foi
apresentado. Não posso deixar de fazer considerações de reconhecimento a uma
mulher lutadora que tanto dignifica a luta das mulheres maranhenses. De modo
muito particular aquelas que têm suas vidas marcadas por superação de grandes
obstáculos para vencer. Enfrentando toda sorte de discriminação e preconceito.
Fazer parte de uma discussão ao lado da Adriana só pode honrar e engrandecer a
qualquer um. E assim me sinto: “honrado e engrandecido.” A apresentação do seu
nome, ainda que com atraso, como frisou o presidente Augusto Lobato, ajudou a
consolidar nossa posição sobre um nome petista para o senado. Lembro que
estimulado por muitos companheiros a entrar na disputa pelo Senado e depois de
ter conversado com o Presidente Lula e senadora Gleisi sobre o assunto, a
primeira entidade que procurei foi a CUT, onde estive em visita a Adriana,
ainda no ano passado, para tratar sobre essa postulação.
Como
sempre disse: não estava para fazer nenhum tipo de barganha, não era balão de
ensaio pra depois virar candidato a federal ou estadual. Não sou pré-candidato
mirando suplência de A ou B na chapa governista. Não sou pré–candidato pra ser
contraponto a ninguém do PT, não!
Estou
para enfrentar as candidaturas de caráter golpista e neoliberais. Quero
representar o partido em que milito antes de ter título de eleitor, que ao
conhecê-lo e fazer opção por filiar mudou o significado da minha vida, quando
era apenas um adolescente, filho de uma família de 10 irmãos de pai e mãe que trabalhavam
no campo. Quero defender esse meu partido e tudo que ele representa pra mim e
que se materializa nos legados dos governos Lula/Dilma. Defender o 13 para
reforçar o voto na legenda e ajudar na eleição de nossa bancada federal e
estadual. Não entrei no PT pra ser candidato e não estou agora participando de
eventos do PT porque sou pré-candidato. Todos sabem do meu profundo vínculo
orgânico com o partido; da minha participação nas lutas sociais e causas
democráticas do nosso estado; que sempre tive lado e lutei por aquilo em que
acreditei ser necessário para fazer um Brasil e um Maranhão mais justos, como
nas campanhas de Flávio Dino ao governo em 2010 e 2014. E acredito,
sinceramente, que a melhor estratégia para continuidade do projeto político do
governador Flavio Dino é com PT na sua chapa.
Tenho
muita admiração, respeito e consideração pelo governador. Sei ser grato e por
ele tenho gratidão. Quando fui convidado a continuar no governo fiz opção por
voltar para sala de aula para ficar mais a vontade e defender livremente minhas
ideias e estratégias para o PT que podiam não ser coincidentes com a estratégia
eleitoral do governo. Não poderia lhe causar este tipo de constrangimento. O
bom amigo e aliado político é aquele que não coloca o outro em “bola dividida”.
Sei da dificuldade em fazer vencer minhas teses. Por motivos óbvios ao fato do
PT participar do governo e o que isso envolve em hábitos tão comuns a nossa
cultura política. Candidatura é uma escolha dos de dentro (o partido) para ser
julgada pelos de fora (o povo). Não quero e não farei luta interna apenas pelo
vício de fazê-la, por revanchismos, ressentimentos ou qualquer outra motivação
desprovida de grandeza humana. Eleição se ganha primeiro acreditando que é
possível vencer e buscar dialogar e conquistar o eleitor no debate público. E
se perde no nascedouro não acreditando ser possível vencer e se diminuindo no
internismo pelo internismo. Portanto, deixo o meu nome à disposição de cada
petista maranhense. E, se assim entenderem, que foi ele quem mais acumulou na
questão do Senado e reúne, no atual momento, as melhores condições para
eventualmente representá-los, estou a disposição do presidente Lula e da nossa
presidenta Gleisi para fazer a disputa. E a farei com toda coragem, garra, e
petismo na veia que tem minha história de vida e militância.
Qualquer
que seja o resultado, sinto-me satisfeito por ter o reconhecimento de todos
quanto a relevância de ter colocado o debate da participação do PT na disputa
majoritária de forma altiva e ativa.
Mesmo
quem não o diz publicamente, reconhece em caráter privado que estou combatendo
de forma acertada o bom combate. Guardei a minha fé e o meu PT. Agradeço a
todos que tem ajudado na construção desse caminho e que são os verdadeiros
responsáveis por termos trazido essa nossa luta até aqui.
Saudações
a quem tem coragem.
Com
fé na vida e força na luta.
MÁRCIO
BATALHA JARDIM – Pré-candidato a Senador e membro do Diretório Nacional do PT
Lembrando
que no dia 28 de julho, o governador Flávio Dino quer anunciar, em convenção
coletiva, oficialmente a sua chapa para as eleições 2018. Entretanto, o
comunista vai precisar aparar algumas arestas e esta, inegavelmente, é uma
delas.