OS DOIS CAVALOS
Dois cavalos transportavam duas cargas de farinha. O cavalo da frente ia bem, caminhava sem resmungar pela insatisfação do trabalho árduo. O cavalo da trás ficava parando em toda moita de capim para fazer um lanche rápido e em todo riacho queria beber um gole d’água, era muito preguiçoso. Vendo que a viagem estava atrasando, o dono dos cavalos começou a colocar a carga do cavalo de trás nas costas do cavalo da frente. Depois de transferir toda a carga de farinha para o cavalo da frente, o cavalo de trás disse para o da frente: trabalha, põe suor para fora, quanto mais você trabalhar, mais você vai sofrer. O cavalo da frente nada respondeu. Assumiu a carga sozinho sem reclamações. Quando o homem chegou em casa com a carga de farinha, ele falou o seguinte: para que vou alimentar os dois cavalos se transportei a carga nas costas de um só? É melhor dar toda a comida ao que trouxe a carga e cortar a garganta do outro. Assim, pelo menos, aproveito o couro desse outro que é inútil para o trabalho. E assim fez, o homem matou o cavalo preguiçoso e aproveitou o seu couro. Conclusão: para você manter a sua independência, deve ser sempre necessário e querido. Quanto mais dependerem de você, mais liberdade você terá. Faça com que as pessoas dependam de você para serem felizes e prósperas, e você não terá nada a temer ou perder. Só tenha o cuidado de não lhes ensinar o bastante a ponto de poderem se virar sem você. Fábulas, Leon Tolstoi.
A palavra “independência” pode ser substituida pela palavra “dependência” ou pela palavra “escravidão”. Cada um sabe a carga que suporta quando excede. O cavalo de trás não foi parceiro do cavalo da frente, mas teve sua “liberdade” garantida pela navalha. Será que há um Valhöll dos equinos?
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