Líder
da disputa eleitoral, a presidente Dilma Rousseff foi o principal alvo do
debate entre os presidenciáveis realizado pela TV Record na noite de domingo,
ao mesmo tempo que o candidato do PSDB, Aécio Neves, poupou a candidata do PSB,
Marina Silva.
Sob a mira
constante dos adversários, Dilma, candidata à reeleição pelo PT, pediu por
quatro vezes direito de resposta, sendo atendida em somente um deles.
As
denúncias de corrupção na Petrobras foram o tema preferencial dos ataques à
petista, mas ela também foi criticado em outras áreas como segurança pública,
política externa e energia.
“Ao
longo da minha vida, eu tenho tido tolerância zero com a corrupção”, disse
Dilma em uma de suas respostas sobre as acusações de irregularidades na
Petrobras.
A
presidente disse ter sido “a única” candidata a apresentar propostas de combate
à corrupção, como a criminalização do caixa dois eleitoral.
Mas a
presidente não gastou seu tempo só para se defender. Ela também criticou seus
dois principais rivais em um debate que teve uma série de duelos diretos entre
ela, Marina e Aécio.
Contra
Marina, a presidente cobrou coerência e acusou a rival de mudar de posição com
frequência. Contra Aécio, Dilma rebateu as críticas sobre a economia e disse
que o governo do PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “quebrou o
país por três vezes”.
Já
Aécio concentrou sua artilharia muito mais em Dilma do que em Marina, num
movimento que foi comentado após o debate pelo coordenador da campanha
marineira, Walter Feldman.
“Eu
acredito que foi mais leve em relação aos outros debates, mas principalmente
nos programas de televisão, a Marinha vinha sendo muito atacada pelo PSDB, o
que não é correto do ponto de vista das mudanças que o Brasil precisa fazer
que, neste momento, é tirando Dilma”, comentou.
Apesar
de ter poupado a candidata do PSB, Aécio usou suas considerações finais para
afirmar que Dilma e Marina brigam entre si, embora ele próprio tenha criticado
por diversas vezes a presidente.
“Eu me
preparei para brigar do seu lado”, afirmou o tucano, dirigindo-se ao
telespectador.
PRIVATIZAÇÃO
Dilma,
que chegou a olhar algumas vezes para anotações durante suas considerações
finais, tentou usar a velha estratégia petista de que o PSDB é favorável à
privatização da Petrobras, mas acabou dando a Aécio a chance de atacá-la por
conta das denúncias de corrupção na empresa.
“As
denúncias não cessam”, disparou o tucano, lembrando que Dilma foi presidente do
Conselho de Administração da estatal quando era ministra do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
“Há um
sentimento de indignação”, completou.
Outros
candidatos também foram para cima de Dilma por conta das denúncias envolvendo a
Petrobras, como Levy Fidelix (PRTB) e pastor Everaldo (PSC).
Marina
voltou a criticar o que chamou de “boatos e mentiras” que estariam sendo
divulgadas a seu respeito pelos rivais e afirmou que a política de Dilma para o
setor de etanol foi um “fracasso”.
Sobre
as afirmações de que ela acabaria com o Bolsa Família, ela afirmou que, em seu
governo, quem decidirá sobre a manutenção do programa será “a sociedade”, mas
prometeu que manterá as conquistas alcançadas em outros governos.
Aécio
não perdeu a oportunidade para se mostrar mais firme que a candidata do PSB, ao
dizer num governo seu, “ serei eu que vou decidir” e garantiu que não somente
vai manter o Bolsa Família como vai aprimoro.