domingo, 5 de maio de 2013
sábado, 4 de maio de 2013
AUTODIDATA
Sou autodidata por conveniência
Tudo o que jogaram, segurei
Valho-me de tudo que ainda não sei
E o que sei é causa e também consequência.
Mórbida, cansada a minha aparència
Deixa aos outros olhos um aspecto de pena
Como um faquir, a minha dor é plena
E o sono encena um sonho roxo em tortura.
O que conspiro vem cercado de ciência
Por isso aborto um plano que na iminência
De acontecer parece iluminado.
É tesouro, é ouro há muito enterrado
Quadro de Monet a sete chaves trancado
É o cadeado aberto da minha consciência.
Do livro de sonetos “A Dor e Eu” de Zé Lopes.
CABEÇA
DE PEIXE
Sotero saiu bem cedinho com uma gaiola na mão para
pegar passarinhos. Duas horas da tarde, já chegando, notou um movimento
estranho na porta de sua casa, Apressou o passo e ao entrar, viu sua avó morta
no meio da sala. Ele passou pelo corpo e foi direto para a cozinha e minutos
depois ouviu-se um choro aterrorizador. Todos correram para consolar Sotero e
um amigo falou:
-
Não chora Sotero, Deus sabe o que faz!
E ele aos prantos e soluços finaçlizou:
-
Eu num tô chorando né porque ela morreu, não, eu tô chorando é porque só
deixaram uma cabeçade peixe pra mim.
INSTITUTO
GILMAR PEREIRA
A criação do Instituto tem como objetivo preservar e manter viva na
memória as raízes culturais de Penalva. Gilmar avisa que os políticos não terão
destaque nessa página eletrônica, com exceção daqueles do passado que
contribuíram para o desenvolvimento de sua cidade. A intenção é valorizar as
pessoas que fizeram e fazem a história de Penalva.Não deixa de ser uma
forma de homenagear a sua gente, como as figuras folclóricas, os artistas,
homens e mulheres inteligentes. Este projeto está na fase inicial e ele espera
receber sugestões, críticas e informações dos penalvenses para que a iniciativa
atinja o seu objetivo. Gilmar confessa que a realização deste projeto só
se tornou viável devido à contribuição de dois ilustres penalvenses, Carlos
Alberto de Sá Barros (Cabeh), já falecido e Raimundo Balby, que publicaram os
livros “Elementos para a Reconstituiç ão Histórica de Penalva (1985), Cantingas
de Bem-Querer (1994), A Cultura Neolítica de Penalva (Estearias-1985), Nos
Tempos do Cine Trianon (2000), Pequena História do Carnaval Penalvense (2005).
Os dois primeiros de autoria de Carlos Alberto de Sá Barros (Cabeh) e os três
últimos de Raimundo Balby, ambos são apaixonados por música e pela cidade onde
nasceram. Os dois são pesquisadores brilhantes que muito contribuíram para
resgatar a história de Penalva nos livros acima mencionados.
História
A data de fundação da cidade de
Penalva ocorreu em 10 de agosto de 1915 no governo de Herculano Parga (1915). A
história sentimental da cidade e o espírito religioso de sua gente registram
que os primitivos habitantes encontraram, no início da colonização, uma imagem
de Santo (São José), conduzindo a figura de uma “pena alva”. A fusão dos dois
termos teria dado origem à formação de um terceiro: PENALVA. Deixando de lado a
lenda, sabe-se, no entanto, que as Freguesias então criadas tinham nomes de
santos por influência religiosa dos colonizadores. É provável que a denominação
“Penalva” tenha alguma ligação com uma cidade homônima localizada em terras
portuguesas. (Texto extraído do livro “Elementos para Reconstituição Histórica
de Penalva” (1985) de Carlos Alberto de Sá Barros (Cabeh).
gilmarpereirasantosmilla@bol.com.br
Contato:
8854-3445 e 3228-1628
sexta-feira, 3 de maio de 2013
NOITE ADULTA
Dorme mulher que a noite é adulta
Um fado canta um fado e acorda as fadas
As bruxas cortam o céu em altas gargalhadas
O prazer por bel prazer o meu prazer oculta.
Dorme mulher, que o sono é simetria
É a composição exata de um sonho
É um foco de luz que eu suponho
Ser a luz do teu derradeiro dia.
Dorme mulher que a estrela guia
Segurou uma outra estrela que caía
E tirou as datas do teu calendário.
Dorme mulher que é chegado o fim da orgia
E o poema que outrora eu te fazia
Excluiu todas as palavras do meu dicionário.
Do livro de sonetos “A Dor e Eu” de Zé Lopes.
O
BOATO
Surgiu um boato em Bacabal, que o senhor Raimundo
Rato, carroceiro muito querido, havia ganhado na loteria esportiva. Dona
maria,mulher muito curiosa, dirigiu-se até a casa de seu Raimundo Rato e
perguntou para sua esposa:
-
Dona Dalva, é verdade que seu Raimundo rato lavou a burra na esportiva?
E dona Dalva olhando para o quintal onde seu
Raimundo Rato banhava seu animal, respondeu:
-
Dona Maria, ele já tá é pra perder a esportiva de tanto lavar a burra!!!
Osvaldo Martins Furtado de Souza **A Lei nº 6.607, de 07 de dezembro de 1978, declara o
pau-brasil como Árvore Nacional e o dia 03 de maio como o Dia do pau-brasil. Os
botânicos deram-lhe o nome de Caesalpinia echinata, Lam, sendo o gênero
Caesalpinia dedicado a Andréas Caesalpino (1519-1603), botânico italiano,
filósofo, médico do papa Clemente III e professor de medicina em Pisa; echinata
significando ouriço, lembrando os abundantes acúleos localizados no tronco e
galhos adultos; e Lam., abreviatura do botânico francês Jean Baptiste Antoine
Pierre Monnet Lamark (1744-1829), quem conferiu a denominação botânica. Os
indígenas o chamavam de ibiripitanga, sendo ibyri = pau, madeira, e pytã =
vermelho, portanto pau-vermelho, em alusão à cor vermelha apresentada pelo
cerne (miolo).
À época da colônia, era abundante na Mata Atlântica, no trecho compreendido
entre Cabo Frio, Rio de Janeiro, e Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte,
encontrando-se raros remanescentes ao sul da Bahia e no Engenho São Bento, no
município de São Lourenço da Mata, sede da tradicional Escola de Agricultura
dos monges beneditinos, em Pernambuco.Afirma Gilberto Freire (Nordeste) que,
para levantar e reparar seus conventos, suas igrejas, seus palácios, toda a
arquitetura voluptuosa para construir os barcos e seus navios, o pau-brasil,
forma um capítulo da história da exploração econômica do Brasil pela Metrópole,
na sua fase já parasitária, que um dia precisa ser reescrito com vagar e
minúcia. Quase não há edifício nobre em Portugal que não tenha um pedaço de
mata virgem do Brasil resistindo com dureza de ferro à decadência que roeu a
velha civilização portuguesa de conventos e palácios de reis. No meio desta
riqueza de "madeiras de lei" - conclui Gilberto Freire ? estavam,
além do pau-brasil, o louro, o pau-d'arco, a sucupira, o jacarandá, o
pau-violeta, transformados em vigas, linhas e portais.
A madeira do seu cerne, no ínício, de coloração alaranjada, tornando-se depois
vermelho-clara, foi usada para extração de um corante para tingir tecido, para
construção naval e civil, e atualmente para a confecção de arcos de violino,
viola, violoncelo e contra-baixo, graças ao seu peso e ao seu poder de
curvatura. Conta Cussy de Almeida, regente da nossa Orquestra Armorial, que foi
o arqueiro francês François Turte (1747-1835), o descobridor do pau-brasil como
arco de violino, hoje utilizado pelas melhores orquestras do mundo. Afirma
ainda o regente, que a madeira que mais se prestava para o acessório do
violino, que pesa de 58 a 62 gramas, era proveniente de São Lourenço da Mata,
devido certamente as condições climáticas e constituição do solo.
Pernambuco foi o primeiro Estado - e talvez o único - que resgatou a dívida que
tínhamos com o pau-brasil, quando em 1967, a Universidade Federal Rural de Pernambuco
enviou mudas para todas as capitais brasileiras. Plantou em 1973 cerca de
cinqüenta mil mudas no contorno da bacia hidráulica do Sistema de Barragens do
Rio Tapacurá, e foi beneficiado em 1988 com a criação da Fundação Nacional do
Pau-brasil, tendo como presidente o professor Roldão de Siqueira Fontes,
considerado o maior propagador da ibiripitanga no Brasil.
**Engenheiro Agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura
de Pernambuco - ESAP, em 1946. É Professor aposentado da UFRPE, onde exerceu
várias funções, destacando-se a Direção da Escola Agrotécnica no período de
1958 a 1968. Idealizou juntamente com o Professor Roldão Siqueira Fontes e o
Professor Vasconcellos Sobrinho, todos do Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas,
em São Lourenço da Mata, a campanha nacional em prol da preservação do
Pau-brasil. Autor de diversos trabalhos publicados é Membro titular da Academia
Pernambucana de Ciência Agronômica. Um dos baluartes da causa agronômica no
Estado de Pernambuco destaca-se especialmente, pela sua luta e ações em prol da
preservação do Pau-brasil, do Baobá, das Mangas da Ilha de Itamaracá e da
Gameleira do Espinheiro. Com este texto, dá continuidade a Série ÁRVORES
PERNAMBUCANAS EM EXTINÇÃO.
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