E MESMO QUE O MUNDO NÃO QUEIRA
“O MATUTÊS FALA POR NÓIS”
Uma vez um poeta apaixonado
Procurando por flores nos
jardins
Encontrou onze horas e
jasmins
E com elas enfeitou o seu
legado
Um poema que nunca declamado
De repente ganhou vida e voz
Fez calar o bicho rude mais
feroz
E deu cores a ave cantadeira
E mesmo que o mundo não queira
“O matutês fala por nóis”
Escreveu lindos versos pra
amada
Disse tudo pra ela o que é o
amor
Transformou doces beijos em
calor
Fez nascer um novo sol na
madrugada
Encontrou a porção mais
desejada
E abraçou sem temor o seu
algoz
Fez o vento correr bem mais
veloz
E levar a saudade matadeira
E mesmo que o mundo não queira
“O matutês fala por nóis”
Pinta as páginas do livro com
seus versos
Engrandece a alma sertaneja
Glorifica a arte da peleja
Elimina as mazelas do
universo
Penaliza os poetas mais
dispersos
E os manda falar sempre após
Grita frases inteiras em
retrós
E descreve a gente brasileira
E mesmo que o mundo não queira
“O matutês fala por nóis”
Livre e belo é o livro e o
seu tema
Entre outros, as histórias
corriqueiras
Nada impede que as coisas
costumeiras
Engrandeçam e enriqueçam seu
poema
Pela tela marcada do cinema
A andante expressão e sua foz
Um caboclo entre embiras e
cipós
Lê a vida na lida rotineira
E mesmo que o mundo não queira
“O matutês fala por nóis”
Perambula por entre
sertanejos
Argumenta em frases matutadas
Utiliza do ermo das estradas
Lava o chão com a água dos
desejos
Lustra o céu quando brilha de
lampejos
E chuvisca na seca mais atroz
Nutre em versos o olhar de
todos nós
Equilibra e na dor passa
rasteira
E mesmo que o mundo não queira
“O matutês fala por nóis”
Ninguem canta mais Pedreiras do que ele, nem mesmo João do Vale, já que ele canta o novo, o antigo, o moderno, o tradicional, o povo e até o próprio João do Vale. Hoje a musica e a poesia estão juntas para comemorar o aniversário do pedreirense Paul Getty. Maior poeta dessa nova geração ele é diferente na forma de escrever, além de não ter estilo e não cumprir as tais regras, a sua poesia viaja por ceus desconhecidos e pousa nos ouvidos com a mesma sutileza de um beija-flor ao
beijar a flor. paul getty é um poeta completo
Tão cantado e chamado de pião
Foi um dia moeda de mercado
Hoje anda tão desvalorizado
Mas pra uns inda é o
ganha-pão
Carregando água, lenha e
carvão
Ele indica o caminho como
seta
Relegado o coitado é um
pateta
Mas seu coice desfaz qualquer
prisão
O jumento esse artista do sertão
Se curvou diante da motocicleta
Rimador por natureza, ele conhece as linhas do repente e o matutês está presente em muitos dos seus textos e o seu primeiro livro "POES"RIA" COM PAUL GETTY", onde ele contou causos, estórias, histórias, foi romântico, áspero e humorista, lhe rendeu monções, menções e emoções com tanto sucesso.
Letrista centrado nas novidades, ele já assinou mais de duzentas canções, a maioria em parceria com Zé Lopes e outras com Paulo Piratta, Tutuca, Albert Abrantes, Tom Cleber, Manu Lopes, Nosly, Netto do Cavaco, Marquinhos Bill, Damião, Ruan, Manu Lopes, Edvaldo santos, Moisés Abilio, Samuel Barreto, Nonato Matos, com esse último e com Zé Lopes ele compôs "Linha Imaginária", música que virou hino de Pedreiras e que hojé é a música mais gravada de compositores vivos.
Titular do "Blog do Paul Getty", ele tem gravado com os seus intérpretes avoritos os CDs "Parcerias e canções", "Cabôco Filiz", "Marchinhas do PG", "Um Bloco que é só meu", "Hexamos Brasil" e produziu o CD 90 anos de Pedreiras.
Eu como seu parceiro de tantas canções, tantas discussões, tantos erros e muitos acertos, que lhe desejar nesse dia todo especial, um feliz aniversário, com muita paz, harmonia, alegria, poesia, música e tudo mais que for de bom. Se faltar alguma coisa, ele é capaz de inventar com uma rima terminada em "ade" assim como a nossa amizade.
Já que João do Vale é o Maranhense do Século, Paul Getty é o pedreirense da hora. Muita luz no teu caminho