sábado, 31 de agosto de 2013
















FAXINEIRA

Minuciosamente tu vasculhas o que escrevo
Na intenção de te encontrares em um verso
Eu me encontro e ao mesmo tempo me disperso
E os meus rabiscos guardam as coisas que almejo.

Vem-me na mente assim como um lampejo
Palavras alheias ao meu vocabulário
Então recorro ao velho dicionário
E monto uma frase diferente à que planejo.

Esforço-me pra escrever o que desejo
Coisas impossíveis, algo que não vejo
E tu esmiuçando o contexto só pra ter.

A certeza de que vais achar
Alguma coisa que te faça lembrar
De tudo que eu quero esquecer.

Do livro "Céu de Estanho" de Zé Lopes














CAIXÃO DE TAXINHA

Chico Fedora, como sempre, fumava já a pontinha do cigarro. Um pastor amigo seu, na intenção de lhe ver parar de fumar, disse:

- Chico Fedora, veja só; cada cigarro que tu fumas, é um prego que tu enfias no teu caixão.
E Chico Fedora muito rápido completou:

- Pastor, então o meu caixão vai ser feito só de taxinha, pois só me dão a última.





Quinta feira, recebi da minha grande amiga, a gatissima talentosa cantora e compositora Flávia Bitencourt o seguinte e-mail.

Zé Lopes, amanhã, dia 30/08, sexta-feira, estarei no programa Som Brasil, é veiculado depois do Jô.

Vamos assistir :)

Beijos


Como estou finalizando um livro de pesquisa sobre as várias faces do repente nordestino para participar do Concurso Literário da Prefeitura de São Luis, resolvi dar uma trabalhada a mais até a hora do programa. Confesso que foi cansativo ficar acordado até tal hora, mas o que vi valeu a pena. Um espetáculo com músicas dos nordestinos Zeca Baleiro, Chico César, Lenine e Chico Science, numa produção digna de nota 10. Até aí tudo bem, mas quem ficaria acordado para ver o Som Brasil? Pois é, se a Globo mostrasse um show daquele em horário nobre, garanto que a nossa música estaria muito mais longe do que uns certos “ ela é amiga da minha irmã” e por aí vai, basta ver o monte de enlatados que se apresentará dublando hoje, e em horário nobre, tudo em nome das crianças carentes. Parabéns a Flavia e torcemos para que o mundo ouça a sua voz. É um acalento para a alma, para o corpo e para os ouvidos.










JUSTIÇA CANCELA SHOW DE “FUNK” DO “BONDE DAS MARAVILHAS” EM SÃO LUIS

O show de funk do grupo “Bonde das Maravilhas” que seria realizado hoje, foi suspenso pelo juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de São Luis, José Américo Abreu Costa. A suspensão atendeu ao pedido da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude.
Os gerentes, proprietários ou diretores dos estabelecimentos onde ocorreria o evento foram notificados. Caso haja descumprimento da ordem judicial, os organizadores dos ventos podem ser presos. O showdo “Bonde das Maravilhas” seria realizado na Associação Atlética do Banco do Estado do Maranhão (AABEM), na Forquilha; na Choperia Fernando, no Anjo da Guarda; no Espaço Caribe, no São Raimundo, e no Espaço do Povão, na Cidade Olímpica.
De acordo com o juiz, o Ministério Público apontou várias irregularidades na apresentação do grupo de funk, tais como ofensas a dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a menoridade civil da maioria das integrantes do grupo, músicas que fazem apologia ao sexo e à violência, danças com forte apelo sensual, “o que vai de encontro aos princípios da proteção e prevenção da criança e do adolescente enquanto sujeito peculiar de pessoa em desenvolvimento”.

Há ainda a constatação que os organizadores do evento já respondem processo junto a 1ª Vara da Infância e Juventude de São Luís por descumprimento de normas do ECA – no que se refere à entrada e permanência de crianças e adolescentes em evento inapropriado. Em maio deste ano, os organizadores trouxeram o mesmo grupo para realizar um show em São Luís e descumpriram ordem judicial, que proibia a entrada e permanência de pessoas menores de 18 anos.

Henrique Alves(esquerda, de costas) durante o discurso de Natan Donadon na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, jamais esquecerá o dia 28 de agosto de 2013. E jamais os brasileiros bem informados deixarão de associar o deputado, que exerce o cargo pelo 11º mandato consecutivo, à data em que a casa legislativa por ele presidida tomou a inédita decisão de absolver um parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 13 anos de prisão, em regime fechado, com sentença transitada em julgado (isto é, sem possibilidade de recurso).
Assim, passamos a ser o estranho caso – talvez único – de país em que um presidiário é deputado federal, embora seja impedido legalmente de sê-lo. Pior. Mal a Câmara decidiu manter o mandato de Natan Donadon (sem partido-RO), Henrique Alves anunciou aquilo que vários parlamentares gostariam que ele tivesse feito muito antes. Declarou formalmente a impossibilidade de Donadon exercer o mandato, colocando-o em licença forçada e convocando o suplente, Amir Lando (PMDB-RO), para assumir o seu lugar.
Fez, portanto, exatamente o contrário do que os deputados haviam acabado de decidir. Na prática, cassou Donadon, que não poderá reassumir a cadeira na Câmara enquanto estiver preso. Como a sentença de prisão não pode mais ser modificada, ele é um deputado que só manterá esse título e os símbolos que lhe são próprios: o famoso botton, que abre portas em Brasília mas inspira revolta pelo país afora, o passaporte diplomático, de pouco uso para quem está na cadeia etc.

Henrique ainda arcará com o desgaste de ter protagonizado um raro espetáculo de desmoralização da política e do Congresso, mesmo para uma instituição habituada à prática da autodesmoralização. Foi o inusitado desfecho de um capítulo em tudo peculiar da história política brasileira.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013



Por Sérgio Mathias
O número alarmante e crescente de usuários de drogas e álcool em Bacabal tem contribuído para o aumento da violência e levado inúmeros jovens, e até crianças, a praticar roubos e furtos para sustentar o vício.
Como sempre, a família é a que mais sofre, pois sem dispor de condições financeiras para custear um tratamento nas clínicas particulares, acabam muitas das vezes desistindo de tentar salvar o ente querido da humilhação e sofrimento que os dependentes químicos passam.
O serviço público de saúde do município ainda não oferece as condições necessárias para contribuir nessa causa, e essa tem sido uma das maiores preocupações do vereador Rogério Santos (PPS).
Através de sua indicação ele solicitou do executivo municipal empenho no sentindo de elaborar um projeto que possa fazer com que o Governo Federal implante aqui uma unidade do CAPS AD.
É um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. Seu público específico são os adultos, mas também podem atender crianças e adolescentes, desde que observadas as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Deve funcionar durante as 24 (vinte e quatro) horas do dia, em todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados. Oferece hospitalidade noturna a pacientes em situação de risco psicossocial que necessitem de cuidados mais intensivos.
Nas unidades existentes em outros municípios brasileiros são oferecidas atividades recreativas, educativas e profissionalizantes, como aulas de artesanato, mosaico, pintura em tela e tecido e produção de bijuterias. Além disso, realizam-se caminhadas e atividades na piscina, proporcionando mudança de comportamento e, consequente, melhora na qualidade de vida dos pacientes. Ainda, são realizadas palestras educativas pela equipe de enfermagem, psicoterapias de grupo e quando necessário, sessões de psicoterapia individual.
As chances dessa iniciativa do vereador se concretizar, pelo menos por enquanto, são remotas. De acordo com o que estabelece o Ministério da Saúde, apenas cidades com população a partir de 200.000 habitantes reúnem as condições para aderir ao serviço.

De qualquer forma outras vias podem ser utilizadas para evitar o sofrimento e a morte precoce de muitos cidadãos bacabalenses dependentes químicos. 














PÃO DE ONTEM
          Carlinhos Badauê, passando em frente a panificadora de seu
Elias Fahd, perguntou aos berros:

- Seu Elias, tem pão de ontem?

E seu Elias com toda calma respondeu que sim e Badauê concluiu:


- Bem feito, quem mandou fazer demais!!!

















POBREZA

E se nada te dei
É porque eu nada tinha
Tão pobre esta vida minha
Não te serviu, eu bem sei.

Até que de mim cuidei
Pra me mostrar melhorado
E cercado de cuidado
Tudo de ti eu guardei.

Guardei tua imagem em mim
Teu olhar, teu pensar. Enfim
Tudo que tu fizestes.

E a tristeza em mim doeu
Quando tudo que era teu

Eu quis te dar, tu não quisestes.

Do livro "Céu de Estanho" de Zé Lopes

Ao centro, o Senhor João Buchudo

Marcelo Carvalho, Antônio Paiva, Erasmo Dibel, Zé Lopes, Nenén Bragança e Luis Carlos Dias