CRÔNICA PÓS-MODERNA INFINITIVAMENTE IMPESSOAL PARA UMA
CIDADE QUASE CENTENÁRIA
Bacabal completa hoje 93 anos e eu que já vi e já vivi,
de tanto ouvir sem ver, vivi e por isso posso contar tantas histórias de um
Bacabal que tem por razão, a emoção de negar seus filhos. Se formos falar em
glórias, nada melhor do que ter duas padroeiras, Santa Terezinha e Nossa Senhora
da Conceição, sem falar que temos uma Santa filha da terra, a milagreira
Edite.
Se hoje virei um incômodo ´para
tantos, me acomodo em minha realidade e dou gargalhadas das insanidades
proferidas em nome do “se dar bem”. Atitudes que viraram empregos. Infelizmente
Bacabal se tornou uma cidade frustrante, com muitas pessoas frustradas por não
alcançarem um objetivo e, injustamente, quem não tem nada a ver com isso, é
quem paga o pato e esse pagamento não é reembolsável.
É triste ver nos noticiários
as lambanças, como o apagamento de um incêndio com resíduos fecais, um caminhão
limpa fossa. É triste ver a pistolagem agindo de novo, assassinando e assustando a cidade, as
drogas acabando com a juventude, com as famílias e pessoas morrendo por falta
de atendimento médico. É vergonhoso olhar animais soltos nas ruas, causando
acidentes de gravíssimas proporções. É mais doído ainda, ver os próprios filhos
da terra, denegrirem a imagem dos seus irmãos, enquanto que os forasteiros são
exaltados, bajulados, assediados, endeusados e quando alcançam seus objetivos,
deixam a cidade e nela o famoso rombo.. É de dar dó, o declínio de quem
acreditou no errado e por for força bruta, quer que o seu novo dê certo em tão
pouco tempo, o quanto todos os anos em que jogou fora sua esperança. É mesmo
pra refletir.
Lembrem-se que já exportamos arroz, milho, algodão.
Tínhamos dezenas de usinas, peixes com fartura, nosso comércio era forte,
existiam dezenas de escolas, principalmente de segundo grau. Lembrem-se dos
antigos carnavais, das feiras culturais, dos festivais de música, das
domingueiras na Boate Beira Rio, no Cassino da Urca, no Balneário Verão. Hoje,
Bacabal corre contra a cultura e vende os seus clubes sociais que guardam
escritos em seus títulos amarelados, mofados e carcomidos, a história de uma
sociedade anacrônica que também correu contra o seu tempo e se dividiu em três:
Vanguard, Icaraí e União. Bacabal já dançou ao som de Carlos Miranda Show,
Brito som Seis, Banda América, Banda Shock e The Pop Som. Bacabal já gingou com
o Grupo de Capoeira Zambi, ja protestou com o Grupo Palmares, ja balançou com o
Boi Bacaba, já sacudiu com as festas juninas nas ruas e já vibrou quando foi
campeão intermunicipal e estadual de futebol.
Esse Bacabal de tantos Zés e Marias, milhares de heróis, desde muito tempo travou uma luta consigo mesmo. Se adentrarmos o túnel do tempo e retrocedermos, chegaremos a Lourenço da Silva, Manoel Alves de Abreu, Jorge José de Mendonça, seu Trinta e por ai vai até chegar naqueles que usaram os poderes mais atraentes e convincentes, o poder da grana, da força, do fogo e da persuasão e os verdadeiros donos da terra não herdaram mais que sete palmos.
Esse Bacabal que
agoniza a olhos nus, já foi de Zé Correa, de Tia Onça, de Chica Doida, de
Marechal, de seu Beja, de seu Luis do Banjo, de seu Zé Longar, de seu Assaí, de
seu Mathias, de Seu Maneco, de pedro Seguins, de Tunico Braga, de Luis Mário, de seu Miscena, de dona Leonor, de seu Neco Cutrim, de Véi Toin, de dona Azinha,
de seu João Enfermeiro, de seu Zé dos Santos, de Tamió, de dona Zezé, de dona
Bebé, de Padeirinho, de Chico Foba, de seu Nato, de seu Ivar, de seu Alberto
Trabulsi, de seu Alberto Cardoso, de seu Raimundo Nunes, de seu Nato, de seu Tonico
Eno, de seu Washinton Bringel, de dona
Raimunda Loiola, de Pedro Santos, de seu Renato Nunes, de seu Granjeiro, de Seu Silas, de dona Lourdes, de Zeca Tempero, de Otomil, de seu Fabricio de Moraes, de seu Ruy, de seu
Rubens, de Telê, de Mocim, de Chambrin, de Zé Reis, de Filó, de Cascoré, de seu Waldemi Lago, de seu
Edilson, de Geraldo Cortez, de seu Julião, de Nonatão, de seu Lídio, de Coelhão,
de Juarez professor, de Rennan, de Kebeca, de Totó, de Ferramenta, de Maião, de Ananias, de seu Beti, de dona
Santa, de dona Flora, de dona Anazilde, de vovô Cardoso, de seu Pedro Brito, de
vovó Vinoca.
Esse Bacabal ja foi dos doutores Coelho Dias, Juarez
Almeida, Antônio, Luis Fernando, Otávio Pinho, Júnior de Paula, Chico Dias, Antônio Augusto,
Ribamar, Deusimar, Bete Lago. Esse mesmo Bacabal já foi de Jânio Chaves,
Joãozinho Fotógrafo, João Neto, Evelúcia, Maurília, Júnior Saliquita, George,
Oton, Silvio, Zé Antônio, Carlos Barão, Zé Arnaldo, Terezinha, Teodorinho,
Paixão, Eduardo Leão, Laurindo, Wellington, Atanázio, Nandinho, Luciene, Zezim
Trabulsi, Carlinhos Santos.
Esse Bacabal é dessa safra de doutores Itaguacy,
Paulinho Lemos, Roberto Bringel, Aurea Bringel, Lurdigar Junior, Alex Teixeira,
Cicero Dias, Abel Carvalho, Marcelo Carvalho, fernando Carvalho, Leonardo Carvalho, Guerreiro Júnior, Riba Chaves, Nonato Chaves, Meló, Osvaldino, Dino, Otavio Filho, Gilvan,
Gilson, Edmilson Sena, Reginaldo Sales,
Antônio Carlos Lago, Ramar, EuGênio Solino, Zé Carlos Reis, Eufrazio, Tuneco, Roberto, Eugênio,
Ramar, Jeferson, Cláudio Cavalcante, Meiriane, Manoel Cesário, Gilberto Junior,
Geysa Santos, Jackito, Raimundinho, Paulinho Lago, Macos Vinicius, Renato,
Lereno, Rinaldo Nunes, Fernando, Rogério, Péricles, Henrique Nunes, Fran cruz,
Ademas, Ademar Galvão, Kennedy, Kalil Trabulsi, João Sobrinho, Evandro,
Evandrinho, Evalto, Soares, Pedro Magalhãe, Hidalgo Leda, Auto Cutrim, Toinho
Florêncio, Zé Maria, Augusto Araújo, Bento Vieira, Erivelton Lago, Clemilton Ribeiro, Charles Dias, Fernando Souza,
Francisco Carlos, Nélia, Fernando Costa, Zeziquinho, Léia Costa, Zilda,
Eveline.
Esse Bacabal que hoje completa 93 anos é de Waltinho
Carioca, Arquimedes, Leonardo Lacerda, Castrinho, Neuzinha, Péricles, Ezrael
Nunes, Kim, Pedro Neto, Donatinho, Pascoal,
Hermano, Roberto, Carime, Jackson, Maré, Roberval, Cesar Leite, Rogério. Dionésio,
Edmarley, Amauri, Almiro Filho, Chico Carlos, Jorge Coimbra, Davi Faray,
Hidalguinho, renato Braga, Osmar Noleto, Souza Filho, Zé do Forró, Sergio Mathias, Louremar,
Oswaldo Maia, André, Assis Viola, Rosemary, Zé Lago, Lílio, Boa Fé, Hiudson
Cássio, Manga Rosa, Firmo Filho, Ana Luiza, Janete, Domingos, Mazé Bringel, Flávio
Passarinho, Dalva Lopes, Dalva Lemos, Márcio, Carlinhos. Henrique Aguiar,
Lambal, Helena, Silinha, Fredson, Seu Nona, Walcilena, Mary Guerreiro, Masa, Zé Jardim, Pedro
Gusmão, Guilherme, Gustavo, Bala, Cinda, Manu Lopes, Carmem Lopes, Vitor
Paraíba, Marcus Maranhão, Marcos Boa Fé, Iraide, Perboire Ribeiro, Paul di
Ancka, Emanuel de Jesus, Manuel Baião de Dois, Josa, Chico das Molas, Chico
Lacerda, Dió, Grasiela, Cláudia Castro, Yago, Josidarc, Oliveira Sobrinho,
Wanda, Frahm Almeida, Tchacathá, Tânia
Tomaz, Iremar, Paulo Campos, Zezinho Casanova, Kledi Maciel, Kicil, Chicô, Betico, Anderson, Rachid, Alim.
Amim. Klinger, Kissinger, Lindoraci, Antônio Carlos Lamas, Cleuton, Léa
Waldilena, Lúcide, Sinhá Moça, Mônica, Telma, Lena, Janice, Irismar, Flor,
Assis Melodia.
Quero
parabenizar esse Bacabal de João Mohana, Papete, Carlinhos Florêncio, Jurandir
Lago, Taugi Lago, Jura Filho, João Alberto, Alberto Filho, Simplício Araújo, Zé
Vieira, Zé Alberto e José Clécio, esse Bacabal que também é meu e eu, que
tantos Zés fui, dei todos esses Zés de graça, tudo em nome de uma cidade, que
mais uma vez me desconheceu e fez questão de me expulsar. Mesmo assim,
parabéns.
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