quarta-feira, 17 de abril de 2013



CRÔNICA PÓS-MODERNA INFINITIVAMENTE IMPESSOAL PARA UMA CIDADE QUASE CENTENÁRIA
          Bacabal completa hoje 93 anos e eu que já vi e já vivi, de tanto ouvir sem ver, vivi e por isso posso contar tantas histórias de um Bacabal que tem por razão, a emoção de negar seus filhos. Se formos falar em glórias, nada melhor do que ter duas padroeiras, Santa Terezinha e Nossa Senhora da Conceição, sem falar que temos uma Santa filha da terra, a milagreira Edite.  
Se hoje virei um incômodo ´para tantos, me acomodo em minha realidade e dou gargalhadas das insanidades proferidas em nome do “se dar bem”. Atitudes que viraram empregos. Infelizmente Bacabal se tornou uma cidade frustrante, com muitas pessoas frustradas por não alcançarem um objetivo e, injustamente, quem não tem nada a ver com isso, é quem paga o pato e esse pagamento não é reembolsável. 
É triste ver nos noticiários as lambanças, como o apagamento de um incêndio com resíduos fecais, um caminhão limpa fossa. É triste ver a pistolagem agindo de novo, assassinando e assustando a cidade, as drogas acabando com a juventude, com as famílias e pessoas morrendo por falta de atendimento médico. É vergonhoso olhar animais soltos nas ruas, causando acidentes de gravíssimas proporções. É mais doído ainda, ver os próprios filhos da terra, denegrirem a imagem dos seus irmãos, enquanto que os forasteiros são exaltados, bajulados, assediados, endeusados e quando alcançam seus objetivos, deixam a cidade e nela o famoso rombo.. É de dar dó, o declínio de quem acreditou no errado e por for força bruta, quer que o seu novo dê certo em tão pouco tempo, o quanto todos os anos em que jogou fora sua esperança. É mesmo pra refletir.
Lembrem-se que já exportamos arroz, milho, algodão. Tínhamos dezenas de usinas, peixes com fartura, nosso comércio era forte, existiam dezenas de escolas, principalmente de segundo grau. Lembrem-se dos antigos carnavais, das feiras culturais, dos festivais de música, das domingueiras na Boate Beira Rio, no Cassino da Urca, no Balneário Verão. Hoje, Bacabal corre contra a cultura e vende os seus clubes sociais que guardam escritos em seus títulos amarelados, mofados e carcomidos, a história de uma sociedade anacrônica que também correu contra o seu tempo e se dividiu em três: Vanguard, Icaraí e União. Bacabal já dançou ao som de Carlos Miranda Show, Brito som Seis, Banda América, Banda Shock e The Pop Som. Bacabal já gingou com o Grupo de Capoeira Zambi, ja protestou com o Grupo Palmares, ja balançou com o Boi Bacaba, já sacudiu com as festas juninas nas ruas e já vibrou quando foi campeão intermunicipal e estadual de futebol.    

        Esse Bacabal de tantos Zés e Marias, milhares de heróis, desde muito tempo travou uma luta consigo mesmo. Se adentrarmos o túnel do tempo e retrocedermos, chegaremos a Lourenço da Silva, Manoel Alves de Abreu, Jorge José de Mendonça, seu Trinta e por ai vai até chegar naqueles que usaram os poderes mais atraentes e convincentes, o poder da grana, da força, do fogo e da persuasão e os verdadeiros donos da terra não herdaram mais que sete palmos. 
Esse Bacabal que agoniza a olhos nus, já foi de Zé Correa, de Tia Onça, de Chica Doida, de Marechal, de seu Beja, de seu Luis do Banjo, de seu Zé Longar, de seu Assaí, de seu Mathias, de Seu Maneco, de pedro Seguins, de Tunico Braga, de Luis Mário, de seu Miscena, de dona Leonor, de seu Neco Cutrim, de Véi Toin, de dona Azinha, de seu João Enfermeiro, de seu Zé dos Santos, de Tamió, de dona Zezé, de dona Bebé, de Padeirinho, de Chico Foba, de seu Nato, de seu Ivar, de seu Alberto Trabulsi, de seu Alberto Cardoso, de seu Raimundo Nunes, de seu Nato, de seu Tonico Eno, de seu Washinton Bringel, de dona  Raimunda Loiola, de Pedro Santos, de seu Renato Nunes, de seu Granjeiro, de Seu Silas, de dona Lourdes, de Zeca Tempero, de Otomil, de seu Fabricio de Moraes, de seu Ruy, de seu Rubens, de Telê, de Mocim, de Chambrin, de Zé Reis, de Filó,  de Cascoré, de seu Waldemi Lago, de seu Edilson, de Geraldo Cortez, de seu Julião, de Nonatão, de seu Lídio, de Coelhão, de Juarez professor, de Rennan, de Kebeca, de Totó, de Ferramenta, de Maião, de Ananias, de seu Beti, de dona Santa, de dona Flora, de dona Anazilde, de vovô Cardoso, de seu Pedro Brito, de vovó Vinoca.
Esse Bacabal ja foi dos doutores Coelho Dias, Juarez Almeida, Antônio, Luis Fernando, Otávio Pinho, Júnior de Paula, Chico Dias, Antônio Augusto, Ribamar, Deusimar, Bete Lago. Esse mesmo Bacabal já foi de Jânio Chaves, Joãozinho Fotógrafo, João Neto, Evelúcia, Maurília, Júnior Saliquita, George, Oton, Silvio, Zé Antônio, Carlos Barão, Zé Arnaldo, Terezinha, Teodorinho, Paixão, Eduardo Leão, Laurindo, Wellington, Atanázio, Nandinho, Luciene, Zezim Trabulsi, Carlinhos Santos.
Esse Bacabal é dessa safra de doutores Itaguacy, Paulinho Lemos, Roberto Bringel, Aurea Bringel, Lurdigar Junior, Alex Teixeira, Cicero Dias, Abel Carvalho, Marcelo Carvalho, fernando Carvalho, Leonardo Carvalho, Guerreiro Júnior, Riba Chaves, Nonato Chaves,  Meló, Osvaldino, Dino, Otavio Filho, Gilvan, Gilson, Edmilson Sena, Reginaldo Sales,  Antônio Carlos Lago, Ramar, EuGênio Solino, Zé Carlos Reis, Eufrazio, Tuneco, Roberto, Eugênio, Ramar, Jeferson, Cláudio Cavalcante, Meiriane, Manoel Cesário, Gilberto Junior, Geysa Santos, Jackito, Raimundinho, Paulinho Lago, Macos Vinicius, Renato, Lereno, Rinaldo Nunes, Fernando, Rogério, Péricles, Henrique Nunes, Fran cruz, Ademas, Ademar Galvão, Kennedy, Kalil Trabulsi, João Sobrinho, Evandro, Evandrinho, Evalto, Soares, Pedro Magalhãe, Hidalgo Leda, Auto Cutrim, Toinho Florêncio, Zé Maria, Augusto Araújo, Bento Vieira, Erivelton Lago,  Clemilton Ribeiro, Charles Dias, Fernando Souza, Francisco Carlos, Nélia, Fernando Costa, Zeziquinho, Léia Costa, Zilda, Eveline.
Esse Bacabal que hoje completa 93 anos é de Waltinho Carioca, Arquimedes, Leonardo Lacerda, Castrinho, Neuzinha, Péricles, Ezrael Nunes, Kim, Pedro Neto,  Donatinho, Pascoal, Hermano, Roberto, Carime, Jackson, Maré, Roberval, Cesar Leite, Rogério. Dionésio, Edmarley, Amauri, Almiro Filho, Chico Carlos, Jorge Coimbra, Davi Faray, Hidalguinho, renato Braga, Osmar Noleto, Souza Filho, Zé do Forró, Sergio Mathias, Louremar, Oswaldo Maia, André, Assis Viola, Rosemary, Zé Lago, Lílio, Boa Fé, Hiudson Cássio, Manga Rosa, Firmo Filho, Ana Luiza, Janete, Domingos, Mazé Bringel, Flávio Passarinho, Dalva Lopes, Dalva Lemos, Márcio, Carlinhos. Henrique Aguiar, Lambal, Helena, Silinha, Fredson, Seu Nona, Walcilena, Mary Guerreiro, Masa, Zé Jardim, Pedro Gusmão, Guilherme, Gustavo, Bala, Cinda, Manu Lopes, Carmem Lopes, Vitor Paraíba, Marcus Maranhão, Marcos Boa Fé, Iraide, Perboire Ribeiro, Paul di Ancka, Emanuel de Jesus, Manuel Baião de Dois, Josa, Chico das Molas, Chico Lacerda, Dió, Grasiela, Cláudia Castro, Yago, Josidarc, Oliveira Sobrinho, Wanda, Frahm Almeida, Tchacathá,  Tânia Tomaz, Iremar, Paulo Campos, Zezinho Casanova, Kledi Maciel,  Kicil, Chicô, Betico, Anderson, Rachid, Alim. Amim. Klinger, Kissinger, Lindoraci, Antônio Carlos Lamas, Cleuton, Léa Waldilena, Lúcide, Sinhá Moça, Mônica, Telma, Lena, Janice, Irismar, Flor, Assis Melodia.

Quero parabenizar esse Bacabal de João Mohana, Papete, Carlinhos Florêncio, Jurandir Lago, Taugi Lago, Jura Filho, João Alberto, Alberto Filho, Simplício Araújo, Zé Vieira, Zé Alberto e José Clécio, esse Bacabal que também é meu e eu, que tantos Zés fui, dei todos esses Zés de graça, tudo em nome de uma cidade, que mais uma vez me desconheceu e fez questão de me expulsar. Mesmo assim, parabéns.

Nenhum comentário:

Postar um comentário