O ano de 2013 tem sido sangrento para
as polícias Civil e Militar do Maranhão. Nada menos que 11 membros das duas
forças de segurança pública foram assassinados este ano, a maioria em confronto
com assaltantes e, principalmente, com traficantes. Outubro tem sido o mês mais
violento, com cinco mortes, até ontem. Seis policiais morreram na Região
Metropolitana de São Luís. Outros dois foram executados em Vitorino Freire, a
327 km da capital. Os demais morreram em Balsas, Timbiras e Barra do Corda.
As vítimas mais recentes foram os PMs
Ednaldo Bastos Diniz, de 25 anos, e Joerbeth Barros Damasceno, de 41 anos,
ambos da Companhia de Policiamento de Turismo (CPTur ind). O primeiro
morreu na madrugada de segunda-feira (21), em um tiroteio no Choperia Marujo,
no Aterro do Bacanga, onde fazia “bico” como segurança. O segundo foi atingido
com um tiro no peito, anteontem à noite, por um traficante, na porta de casa,
no Residencial Novo Horizonte, área da Vila Cafeteira, em Paço do Lumiar. De
acordo com testemunhas, Joerbeth foi assassinado ao tentar defender o filho, de
18 anos, que teria envolvimento com o crime.
Primeira morte - Em 3 de janeiro, a
morte do soldado PM Condismom Pereira da Silva, de 34 anos, em Balsas, a 790 km
de São Luís, inaugurou as estatísticas de assassinatos de policiais no Maranhão
este ano. A vítima integrava a Força Tática e era lotada no 4º Batalhão da PM,
em Fortaleza dos Nogueiras, a 700 km da capital. Ele foi alvejado por três
tiros disparados por um homem que estava na garupa de uma moto. Condismom ainda
teve sua pistola roubada pelos executores. As investigações apontaram para
vingança, já que dois meses antes um bandido fora morto em confronto com
policiais no município. Um possível latrocínio também não foi descartado, tendo
em vista o roubo da arma.
Apenas 12 dias depois foi assassinado,
no Jardim Tropical, em São José de Ribamar, o sargento PM Gilmar Pestana Cruz
de Azevedo, de 48 anos, lotado no 1º Batalhão, na capital. Ele voltava para
casa em um ônibus quando foi atingido por um tiro no rosto, disparado em
direção a uma janela do coletivo por um bandido que estava em uma moto, na
companhia de um cúmplice. Após a morte do militar, homens do Serviço de
Inteligência da PM deram início a uma perseguição e localizaram Paulo Henrique
Rabelo Frazão, o Pé de Bola, morto a tiros ao reagir ao cerco policial.
Já no dia 24 de abril, o policial civil
Nilson Fonseca de Santana, de 52 anos, lotado no 6º Distrito Policial, na
Cohab, foi vítima de latrocínio em um bar próximo à feira do conjunto. Dois
homens teriam tentado assaltar o estabelecimento e Nilson, que estava de folga
e bebia no balcão, reagiu. O policial, em atividade havia 29 anos, foi atingido
com um tiro na cabeça. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Djalma Marques
(Socorrão I), mas não resistiu ao ferimento e morreu ao dar entrada na unidade
de saúde. Um dos assaltantes também foi baleado e internado no Hospital
Clementino Moura, o Socorrão II. O outro criminoso, que seria o autor do
disparo que matou o policial, conseguiu fugir.
Em 4 de junho, em Timbiras, município
da Região dos Cocais a 318 km de São Luís, a vítima foi o cabo da Polícia
Militar Manoel Domingos Moreira, 38 anos, alvejado por dois tiros disparados
por um homem acusado de ser traficante. Segundo informações colhidas em sites
da região, por volta das 23h, uma guarnição da PM saiu em perseguição a um
bando suspeito de explorar o tráfico de drogas que acabara de chegar a
Timbiras. À altura da Ponte José Sarney, que dá acesso ao bairro São Sebastião,
os criminosos foram interceptados e reagiram à bala. Além do cabo Moreira,
atingido mortalmente no rosto e no tórax, um traficante morreu no tiroteio.
Vitorino Freire - O primeiro dos dois
policiais mortos em Vitorino Freire foi o civil João Elvídio Silva Filho, de 36
anos, baleado na cabeça durante uma operação de combate ao tráfico de drogas no
município, em 15 de agosto. No dia 4 deste mês, o segundo policial morreu no
município. A vítima foi o PM Osvaldo Viana Vale Filho, de 45 anos, baleado na
cabeça em confronto com quatro bandidos que ocupavam uma Hilux ao tentar
impedir que eles assaltassem a agência dos Correios da cidade.
Em 17 de setembro, o PM reformado
Acrísio da Paixão Caldas, 52 anos, foi morto por bandidos durante um assalto a
uma farmácia no Jardim América, na área da Cidade Operária.
No dia 2 deste mês, no povoado Barro
Branco, em Barra do Corda, o policial civil Deodoro Rundacof, de 42 anos,
morreu ao ser atingido com um golpe de facão no pescoço ao tentar imobilizar um
doente mental que vinha ameaçando populares na localidade. Seis dias depois,
foi assassinado o cabo reformado da PM Leônidas Rabelo Silva, conhecido como
Cabo Silva. O militar foi executado a tiros a mando de traficantes, na Rua do
Fio, no bairro Cohabiano, vizinho ao Cohatrac, mas pertencente a São José de
Ribamar. Presos, os matadores alegaram que Silva havia feito fotos em uma boca
de fumo controlada por eles naquela área.
Depois de mais de uma dezena de mortes,
o clima é de tensão entre policiais militares e civis. Uma entidade que
representa a PM já solicitou uma reunião com a cúpula da Secretaria de
Segurança Pública para discutir medidas de segurança para a tropa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário