domingo, 31 de agosto de 2014

EXPOABA ENTRA PARA LISTA DO “BACABAL JÁ TEVE”


 
Ê ê ô, vida de gado

Povo marcado

Povo feliz”


Zé Ramalho

E agosto deu o seu último suspiro e baseado no adágio mais que popular, “Quem não é visto, não é lembrado”, é que mais uma tradição de Bacabal cai no esquecimento, a nossa EXPOABA – Exposição Agropecuária de Bacabal.
Fonte de renda, de lazer, de notoriedade, a EXPOABA tem uma história linda, que se confunde com a maioria das histórias lindas de Bacabal, apenas na lembrança, e parafraseando o poeta, compositor, jornalista e blogueiro Abel carvalho, “Bacabal é a terra do já teve”, pois é, já teve até EXPOABA.
Maior motivo de alegria da minha geração, ela era montada no famoso (na época) sítio do Gerônimo, local onde hoje está edificado o prédio da TELMA, depois levado para a BR 316 onde ganhou o nome de Parque Renato Nunes, doado pelo mesmo para a Associação dos Agropecuaristas, depois mudado pelo agropecuarista Zé Vieira para Parque Zé Carvalho e depois pelo mesmo Zé Vieira, comentam, vendido para uma rede de supermercados. Não se sabe como, mas foi vendido sem que a Associação desse pelo menos uma explicação. O certo é que a cidade perdeu mais uma das suas festas tradicionais.
Apesar de Bacabal ser uma potência na criação, comércio de gado e derivados, apesar do prefeito Zé Alberto Veloso ser um dos maiores agropecuaristas do país, assim como o deputado federal Zé Vieira e o deputado estadual Carlinhos Florêncio, apesar de termos um dos maiores matadouros do nordeste, apesar de atrairmos uma gama de empresários do ramo, compradores, vendedores e afins, a festa do gado agora faz parte de um passado, que nenhuma autoridade competente fez, ou faz questão de resgatar.
Bacabal dia a dia vem empobrecendo e a olhos nus vê-se a decadência de uma cidade que já teve dezenas de usinas de beneficiamento de arroz, que já foi a rainha do algodão, que já teve clubes sociais, que já teve times de futebol, que já teve feiras culturais, que já teve festivais de música, que já teve carnavais, que já teve comércio forte, q8ue já teve uma vida noturna atraente, que já teve cabarés, que já teve, que já teve, que já teve, que já teve... até EXPOABA.
A política está bem aí e é hora de darmos uma resposta, é hora de vermos quem realmente tem projetos para a nossa cidade, é hora de protestarmos com o nosso voto de bom senso, é hora de dizermos não ao continuísmo, àqueles que só pensam em si e na família.
Se todos eles estão no poder e a nossa cidade não tem nada, cabe a nós, o direito da mudança.
 
“Porque gado a gente marca

Tange ferra, engorda e mata

Mas com gente é diferente”



Geraldo Vandré

MUSICA DE ZÉ LOPES E ALEX BRASIL GANHA VERSÃO EM INGLÊS E FARÁ PARTE DE CAMPANHA DE ONG LONDRINA


Alex Brasil, Mariah e Zé Lopes

A canção “Patria Amarga”, de autoria de Alex Brasil e Zé Lopes, ganhou asas e tomou vôos muito além das alturas imaginadas pelos autores.

Idealizada por Zé Lopes, “Pátria Amarga” é uma poesia, ou melhor, são várias poesias, que o compositor e fã do poeta Alex Brasil, encaixou em uma melodia com batida rap, gravou com participação do cantor Albert Abrantes, e lançou no CD “Concerto para São Luis”, musical que homenageou os 400 anos da Ilha do Amor.   

Zé Lopes e Fauzy Beydoun
Atrás de canções para o seu mais novo CD, a cantora internacional Mariah, se encantou com hit e pediu autorização dos autores para regravar. Arranjada e executada pelo maestro João Carlos Martins, “Pátria Amarga” ganhou uma roupagem mais clássica, um naipe de cordas e batidas maranhenses em alguns trechos da melodia, e na voz de Mariah e do também mundialmente conhecido Fauzy Beydoun, lider e cantor da banda de reggae Tribo de Jah, foi levada para Londres para divulgação, e logo que lançada, foi feita pela ONG Survival International, uma proposta para que a música fosse traduzida para o inglês e fizesse parte da campanha da organização.
A cantora Mariah fez a tradução e já está sendo enviada para o cantor Fauzy colocar a sua bela voz. “ Quando falei para o maestro João Carlos Martins que a canção ganharia uma versão em ingles, ele ficou muito satisfeito”, diz a cantora que teve que alterar toda a arte da capa do CD.
Para o poeta Alex Brasil, não tem reconhecimento maior do que   ter uma canção arranjada e executada por um dos mais talentosos e requisitados maestros do mundo, gravada por uma artista internacional e ganhar uma versão em inglês, - é a glória, diz Alex.
“ Só em ser parceiro do poeta que eu mais admiro, do poeta que lí na minha juventude, do poeta que sou fã e agora ter com ele uma canção que ultrapassou a ponte do Estreito dos Mosquitos, viajou de avião, conheceu o sul do pais, foi arranjada e executda por João Carlos Martins, foi gravada por Mariah e agora chegou a Londres e ganhou versão em inglês, é um portifólio que qualquer compositor do país quria em seu curriculo” finalizou Zé Lopes.
Maestro João Carlos Martins
 

COLUNA DA DONA JUJU

 
 
 
 


Ana Poly Tiqueira – Dona Juju, a senhora que sabe tudo, conhece todo mundo, poderia me dizer, afinal, quem o Zé Vieira está apoiando para deputado federal, o Simplicio ou o Hilton Viana?

Resposta – Tive com um assessor do deputado Simplicio Araújo e ele me afirmou que o Zé Vieira deu-lhe um chute no trazeiro e resolveu apoiar o Hilton Viana, apesar de circular um cartaz com a foto dos dois e mais a Patricia Vieira. Siga o meu raciocínio: Para apoiar o Simplicio, que já é deputado federal, o Zé Vieira teria que gastar, viajar muito e se desgastar mais, já apoando o Hilton Viana, que não vai a lugar nenhum, não precisa gastar e nem se desgastar. A verdade é que seu Zé trabalha para eleger a sua esposa, a Patriciua Vieira.
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Kim Fu Xiko da Hora – Surpreendente dona Juju, a senhora que é, como todos dizem, a dona da verdade, me diga se é verdade que o deputado Simplicio só tem em Bacabal dois veículos de divulgação de sua campanha?

Resposta – Sendo assim, meu nobre nissei Kim, você é que é o dono da verdade. Falei com um blogueiro amigo que trabalhou para o candidato e ele me disse que o Simplicio em Bacabal só tem uma Kombi velha e o seu irmão Sissi que pede votos para ele montado em sua velha bicicleta. Essa é a verdade.
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Dedê Doduro -  Caliente Dona Juju, rola na internet essa foto que estou mandando para a senhora, do seu Zé Vieira mostrando os dedos num sinal de dois  e com o ar de muita preocupação. A senhora que sabe muito, poderia decifrar essa foto?
Resposta – Na verdade, me disse um blogueiro que trabalha para ele, que essa foto foi batida quando o deputado Simplicio tentou reconquistar o seu apoio. No momento ele estava dizendo: - Eu já estou apoiando o Hilton para federal, dois não dá, Simplício, dois não dá! Só isso.
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Idemy Pagajá  -  Afortunada dona Juju, com a queda do Dr., Lisboa, quem ganha e quem fica no prejuízo.

Resposta - Em termos políticos, quem sai ganhando com tudo isso, se é que realmente ele caiu,  é a própria esposa Jamilly e também a ex-esposa Graciete. Quem perde é o Josimar que era seu aliado e também a Patricia, que passará a ter mais uma adversária direta. Agora, quanto ao prejuízo, quem pegou foi o compositor Zé Lopes, que fez a música da campanha do Dr. Lisboa e no dia que foi entregar só soube da notícia. Deu meia volta.
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Passei uns dias afastada pois estava em Brasilia fechando o meu apoio para alguns candidatos. Recebi propostas milionárias para prestar assessoria, mas quando ví que nenhum pensava no povo, só em sí e em sua família, resolvi continuar com a minha coluna, com o meu trabalho em vários jornais, blogs e emissoras de televisão. Vou agora passar umas horas na minha banheira de hidro massagem e depois vou ler um bom livro ou quem sabe ir a praia.
Um bom domingo a todos.
Dona Juju em sua banheira de Hidro Massagem


 
 

A CARA LISA DOS POLÍTICOS



 
A título do título, pode até parecer metáfora, mas não é, os politicos estão mesmo, literalmente, de cara lisa. Basta sair de casa para se deparar com a poluição visual, um monte de cartazes pregados nos muros, nas paredes das casas, out doors, mini doors, folder’s, panfletos, para se ver o quanto as ferramentas digitais, deformaram,  ou melhor, reformaram a cara dos nossos candidatos.
Sem citar nomes, tenho muitos amigos, muitos conhecidos pleiteando uma vaguinha nessa eleição, vários com a cara que mais parece um maracujá de gaveta,  e ao ver as suas fotos joviais, lisinhas, seus dentes branquinhos, vejo como são mentirosos. Se eles já estão enganando o povo em seus cartazes de apresentação, imagine se eleitos.
Diferente dos cartazes eles, maquiados, aparecem bem na televisão, mas é só olhá-los ao vivo para ver a desgraça e o comparativo é uma graça, é pra dar risadas e aconselhá-los: - Candidatos, em vez dos senhores usarem o fotoshop para lustrarem suas caras, seria melhor que usassem óleo de peroba.

Eles já estão mentindo desde as fotos.

EM VINTE ANOS, UNÍSSONA, NOSSA VOZ SE CALOU



 

          Quando Bacabal vivia a verdadeira cultura, principalmente a musical, anualmente o Lions Club fazia o tão famoso FIC, Festival Intermunicipal da Canção. Com esse frisson, alguns cantores/compositores começaram a mostrar seus trabalhos e liderados pelo jornalista, poeta e compositor Abel Carvalho, seis deles começaram a fazer gravações – totalmente sem qualidade técnica, mas de um enorme valor cultural – e veicular na  recém-instalada Rádio Mirante FM, sob regência do empresário Hidalgo Neto.

 A coisa foi tomando forma e um movimento tomou conta da cidade e nasceu o grupo de pagode “Os Lamas”, presidido por Antônio Carlos e Milton (em memória) e Assis Viola, Perboire  Ribeiro, Zé Lopes, Marco Boa Fé, Marcus Maranhão e Raimundinho, numa roda de “Caninha da Roça” com abacaxi, se dividiram em três duplas e fizeram quatro shows durante um mês, no Skorpions Bar, propriedade de Zé Lago e Rosemary, para angariar dinheiro pra fazer o saudoso “Boi Bacaba”, coordenado por Fran Cruz com direção de Louremar Fernandes. Os shows que aconteciam todas as sextas, deram tão certo que virou febre, superlotando a casa, sempre com fechamento do grupo “Os Lamas”e despertou interesses. Considerado como o principal movimento musical de Bacabal, o “Nossa Voz”  

ganhou asas e com o acentuado vôo, necessitou de uma produção mais apurada, totalmente profissional, foi quando o, na época deputado estadual, Clodomir Filho, com todas as dificuldades, levou para São Luis os artistas  Assis Viola, Perboire Ribeiro, Zé Lopes, Marco Boa Fé, Marcus Maranhão e Raimundinho para a gravação do antológico vinil “Nossa Voz” 

Escreveu Abel Carvalho – Tudo começou com Brasilino Miranda, compondo o que ele mesmo chamava de batucadas, quase sempre em homenagem às musas da época de seu mais fértil destempero poético. As homenageadas eram, invariavelmente Nancy, Dulcinéia, Zenaide, Adelaide e madian, essas três últimas também musas de Vadoca ... Depois disso muitos grandes nomes apareceram , Zé Jardim, Chico das Molas, compositores insofismáveis,  Zeneide e Josa, intérpretes imbatíveis, que, em companhia de outros grandes nomes, realizaram disputas maravilhosas ao longo dos anos em sucessivos Festivais da Música Popular Bacabalense . Mais recentemente novos nomes surgiram, entre eles R. Cavalcante, Beny Carvalho, Galego, o Grupo Regional “Os Lamas”, Otávio Filho, Osvaldino Pinho, Cledy Maciel, Antônio Perboire, Zé Lopes, Raimundinho, Marco Boa Fé, Assis Viola, Marcus Maranhão, Laurindo e muitos outros que proporcionarão novas e maravilhosas disputas nos festivais da MPB sob a regência do mesmo maestro dos anos anteriores, o velho Tchacka.  Isso foi escrito há vinte anos atrás e com o desaparecimento apenas de Laurindo, a música de bacabal continua mesma, nada ou, quase nada, renovou.

Com o sucesso do Vinil “Nossa Voz” e com o poder de organização de Abel Carvalho, o sexteto saiu em busca de novos horizontes e gravou o segundo vinil, o “Nossa Voz II” que conseguiu com que cada um deles, coresse para uma carreira solo. Dois anos mais tarde, com a ausência de Raimundinho, que foi substituído por Davi Faray, o mesmo time  gravou o primeiro CD intitulado de “Nós” e logo em seguida o vinil “Nossa Voz” foi compilado para CD e parou por aí. Várias tentativas de se fazer um novo trabalho com os artistas já foram feitas, mas por vaidade, desconfiança e até por medo de alguns, a voz do “Nossa Voz” silenciou.

O poeta Paulo Campos escreveu: Enquanto existir um só homem, existirá a sua luta, seu sonho, seu ideal. Sentimentos que acrescidos de convicção e garra, tem o poder de tornar realidade., do ilusório ao imaginário. “Nossa Voz” é o primeiro filho nascido da luta de pessoas que acreditam  que lutar é sempre preciso e, romperam as noites, construíram sonhos a procura de um sol maior. Ébrio constante da Mesa de Bar, “Nossa Voz” conta um pouco da história do movimento, da luta incansável, dos momentos de dor e prazer.

Quando anos atrás nos foi dada a árdua tarefa 3e reconstruir o movimento cultural, nós estávamos assumindo um compromisso conosco mesmo e com o nosso povo. Daí então, foram anos e anos de trabalho e dedicação. Superamos os preconceitos, vencemos os desafios e mostramos para aqueles que usam o poder para perseguir e manipular, que ideal se constrói com sonhos, luta. Paixão e vontade.

Que esse disco intitulado “Nossa Voz”, fruto maior do projeto Mesa de Bar, seja um ponto de partida para novas conquistas e que também sirva para uma reflexão mais profunda da nossa própria cultura.

Só que essa reflexão não foi feita e dos sete compositores que viveram aquela época, um morreu e os outros seis, levam a vida misturando música com outros afazeres para a sobrevivência. O certo é que ainda dá para mostrar para todos, que aquele esforço de vinte anos atrás, se não mudou muita coisa a cara da cultura musical bacabalense, pelo menos é lembrada com silêncio.
 
Há um projeto em andamento, encabeçado por Zé Lopes, mas que não teve apoio por parte dos outros componentes, em relançar em CD duplo, os três álbuns.


São vinte anos 

 

 

QAUANDO TUDO É IMPORTANTE



TRABALHANDO INFELIZ

Nesta labuta da vida, nestas andanças sem rumo e sem destino, a gente cresce, estuda, vai se formando e se educando no passar dos tempos e temos de optar por algo muito difícil: vou ser o quê?
O que será o amanhã, como vai se o meu destino? (Que nem aquela música cantada pela Simone).
Ou esta aqui do Raul Seixas: "
Eu devia estar contente, porque eu tenho um emprego, Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeiros por mês, Eu devia agradecer ao Senhor, Por ter tido sucesso na vida
Roceiro-caipira, fazendeiro-pecuarista-agricultor, médico, dentista, engenheiro (em suas múltiplas carreiras), biólogo, astrônomo, psicólogo, farmacêutico e professor (em todos os seus níveis).
O que importaria? O dinheiro ou fazer o que gosta?
Eu perambulei, bati cabeça, sem saber o que queria. Via colegas e amigos de infância ingressando nos cursos pré-vestibulares para estudar medicina, e, se não conseguissem naquela "carreira", veterinária!
Aí, já aparecendo a primeira frustração de quem queria algo mais, onde a veterinária aparecia como segunda opção.
Meus primos, filhos do Tio Ramiro, foram se aventurar no Exército lá no Rio de Janeiro ou Juiz de Fora, outros primos, parentes e conterrâneos, foram estudar no Colégio de Manhuaçu ou no Colégio Evangélico, lá em Presidente Soares.
Saber que existia o Dr. Alberone, filho do Juca Venâncio (não sei se este era o nome dele, mas acho que sim), era um incentivo e tanto! O Juca Venâncio era aquele fazendeirão pelas bandas da Barra Grande, entre Bicuíba e Pirapetinga.
Os pais daquela época não puderam estudar, eram semi ou analfabetos mesmo, sabiam fazer contas e mal assinavam o nome, mas faziam questão de desejar o melhor para seus filhos, não ficar sem futuro nestes rincões esquecidos.Sabiam que com o tempo as coisas iam progredir e não queriam que os filhos tivessem a mesma vida de sacrifícios que tiveram.
Meu sonho, baseado nos amigos de infância e no que os pais queriam para seus filhos, era ser médico, dono do meu topete, sem patrão, sem ninguém superior, dono do meu negócio. Poder, no futuro, e de vez em quando, estar na roça, num sítio, ou como diz naquela música bucólica, ter a minha casinha de sapé!
Mas quis o destino que eu me aventurasse pela vida, que tocasse em frente, buscasse novos horizontes, novos rumos, fosse ou "seja o que Deus quiser"!
Eu não queria estudar, não tinha esta intenção, mas era destacado na escola, primeiro da classe, e meus pais, por iniciativa deles ou aconselhados por alguém, me "obrigaram" a ir para Manhuaçu.
E não fiz feio, era destaque lá também, primeiro lugar em notas gerais, teve um ano que fui o melhor-nota de todo o Colégio.
Fiz o ginásio e no colégio só havia o curso normal ou técnico em contabilidade. No pensamento de meus pais bastava este curso profissional (na época dava boa grana trabalhar como contador). Também era outra coisa que eu não pensava em ser nem em exercer.
Com um colega-amigo de Simonésia, o José Alves Filho (deu sorte - esqueci o apelido de escola dele), colega de sala no Colégio de Manhuaçu, pensei em ser policial militar, cogitei em fazer o teste de esforço, mas não era minha praia, não me realizaria ali, apesar de ver muitos amigos se darem bem na farda militar.
Na Bicuíba, na época de estudante vi o Niltinho (acho que família Epifânio) chegar de um seminário com aquele ar de padre em formação, vindo de um período no Canadá. E a Bicuíba era "pródiga" em exportar talentos mundo afora, o "povo" foi se espalhando para Goiás, Mato Grosso e até no Maranhão e Tocantins.
Para se ter uma ideia, Raul Soares chegou a ter mais de 40.000 habitantes, hoje está com pouco mais de 23.000.
E nestas idas e vindas, depois de formando em Contabilidade, me fiz aportar em Bicuíba e cheguei a dar aulas no Grupo Escolar. Minha mãe arrumou para eu ir para BH, onde meu tio Sebastião Rocha conseguiu um emprego para mim no escritório de uma empresa metalúrgica, a A.E.I. do Brasil, hoje extinta. Ali, tentei melhorar, entrei em cursinho, mas a carga de aulas mais a de trabalho não permitiam ir muito longe e acabei, mais uma vez, desistindo.
Encerrando as atividades desta empresa na cidade industrial de Contagem, perto do Barreiro, voltei pra Raul Soares, onde fui convidado para dar aulas no CERP, colégio estadual de Raul Soares, onde fui professor de Ciências (mereceria um capítulo à parte), Física, Química e Biologia - tive de aprender fazendo, fui professor de mim mesmo para enfrentar o desafio. 4 anos felizes, quando apareceu o PREMEN, um curso de aperfeiçoamento de professores, com bolsa do governo, um ano intenso de aulas, de manhã e de tarde, na Faculdade de Educação no campus da UFMG na Pampulha. Fiquei tão preparado que fiz vestibular para Veterinária na UFMG e passei entre os primeiros 60, na turma do primeiro semestre, e, no embalo, fiz um concurso para a Petrobras, onde só não passei pelo cansaço de estar cursando o PREMEN no mesmo tempo do vestibular para Veterinária  e deste concurso para a Petrobras. Não apresentei o equilíbrio desejável naquela prova de coordenação motora e falei na entrevista final que não queria a vida toda como operador de máquinas, pretendia mais, por estar tentando veterinária. Foi o bastante para ser reprovado, mas não teria muito a ver comigo também.
Na época, peguei o crédito educativo da Caixa e a bolsa-alimentação da Fundação Mendes Pimentel, e, casado, veja que situação!
Insatisfeito, tranquei a matrícula, retornei para Raul Soares, quando um amigo meu do tempo de Manhuaçu, Valadares, colega de sala, soube que eu estava desempregado e mandou me chamar para trabalhar no escritório da Usina Jatiboca. Foram bons 4 anos de serviço. Havia ótimas casas para funcionários, conheci amigos de fé, como Zé Miguel, irmão do Paulo do INPS, e o Antônio Cláudio, irmão do Valadares, Nelson Nunes, Laurinho (filho do Lauro, centroavante de renome no Atlético Mineiro) e outros tantos que fica difícil relacionar um por um. Fui presidente do Jatiboca FC, e consegui, na época, levar o Reinaldo, no auge de sua fama e no seu tempo de seleção brasileira para visitar a Usina.
Não satisfeito na Usina, houve uma mexida e me senti desprestigiado e retomei a Veterinária, indo até o 5º período. Neste meio tempo, o Chafizinho, amigo de carteirinha, me arrumou um emprego no BEMGE, onde fiquei 3 meses, pois havia sido aprovado no concurso do Banco do Brasil (que mereceria mais um capítulo à parte).
Tomando posse no banco lá em Santa Maria do Suaçuí, um dia comentei: o BB é um cemitério de ilusões. E não estava errado: tempos depois chegou uma "leva" de novos funcionários, entre eles médico, advogado, pedagoga, uns 20 funcionários, quase todos com curso superior.
No banco fiquei até me aposentar, mas nunca me senti feliz sendo bancário, aquele negócio de não querer ser empregado, não querer ser chefe, não querer demitir ou punir colegas, tudo aquilo que não combinava comigo.
Às vezes me pergunto: "Me sinto realizado? Faria tudo de novo?" Difícil responder, acho que no fundo ninguém é feliz no que faz, quer sempre mais, e é aí a razão de tudo, nunca estar satisfeito porque somos submetidos toda hora a um desafio novo.
Neste mundo tudo é movido a dinheiro, ninguém quer perder a oportunidade de poder ganhar bem e melhor mesmo que contrarie alguns princípios e alguns ideais. É aquela de que uma porta não se abre duas vezes.
É a explicação que tenho para explicar porque não trabalhar feliz, porque ser profissional autêntico onde a gente se realiza de verdade não é fácil.
Isto tudo aqui foi inspirado em um debate no programa "Encontro com Fátima Bernardes"que assisti dia desses e que me chamou a atenção para o tema.
Comigo foi assim! Eu era feliz e não sabia?!!! Ou sabia e não era feliz!

HISTÓRIA DE BACABAL - DANÇANDO NO VELÓRIO


Seu Lídio Cutrim, já velho e doente, morreu. O corpo foi levado para ser velado no Clube Canecão, que era de sua propriedade. Kalil Trabulsi chegou com alguns músicos, compraram algumas garrafas de cachaça e de conhaque São João da Barra e começaram a beber. Quando o alcool fez efeito e os ânimos se alteraram, Carlinhos fez uma homenagem para Seu Lídio tocando no saxofone a música “Siboney”. Pipira de repente pegou a zabumba, Kalil pegou o pandeiro e Massa Bruta pegou o triangulo começando o maior forrobodó. Nisso já tinham vários casais dançando quando Raimundão, Sobrinho do morto, falou:
 - Gente, isso é um velório, não pode dançar!
Um velho que estava bêbado, rebateu:
- Ora, veja só!!!Seu Lídio não ta reclamando, tu é que vem reclamar!!!
E Raimundão finalizou:
- Já que é assim, então eu vou cobrar na porta.
 -



- Já

FOTOS DO DOMINGO

 
Osvaldino batizando Frank, filho do casal Raimunda e Ribão do Açúcar (em memória)
 
Ribão, Osvaldino, Frank e Raimunda
Osvaldino, Frank e raimunda



FRASE DO DOMINGO



“Droga é como a traição, não é uma condição, é uma escolha”
 
Coronel Marcos Pimentel

sábado, 30 de agosto de 2014

MARINA TIRA DUAS VEZES MAIS DE AÉCIO DO QUE DE DILMA



Marina Silva (PSB) parou de tirar eleitores de Dilma Rousseff (PT), mas continua a sangrar a candidatura de Aécio Neves (PSDB). Nos três últimos levantamentos - MDA, Ibope e Datafolha - a presidente manteve-se estável, com 34% das intenções de voto. Ao mesmo tempo, Marina foi de 28% a 34%.

Ela cresceu às custas, principalmente, do tucano. Antes da morte de Eduardo Campos, Aécio tinha 23%. Agora tem 15%. Perdeu oito pontos diretamente para a candidata do PSB. Além deles, Marina capturou quatro pontos de Dilma, que tinha 38% antes de o jatinho Cessna Citation cair em Santos. O outro ponto veio do Pastor Everaldo (PSC), totalizando 14 pontos a mais para Marina em um intervalo de menos de duas semanas.

Em resumo, Marina fez um buraco duas vezes maior na candidatura de Aécio do que na de Dilma, por enquanto. Mas o estrago é maior do que os pontos perdidos pelo tucano. Ela ameaça inviabilizar a candidatura do PSDB ao mostrar-se uma rival muito mais forte para enfrentar a petista no segundo turno. Aécio está em processo de cristianização.

Nada a ver com referências religiosas, apenas uma reedição do que aconteceu com a candidatura de Cristiano Machado em 1950. O então candidato a presidente do PSD foi abandonado por seu partido no meio da disputa, que passou a apoiar Getúlio Vargas (PTB). Acrescente-se um "B" e a história não é muito diferente. Aécio não perdeu o apoio formal de seu partido, mas está vendo mais de um terço de seu eleitorado virar casaca.

Dilma parece ter batido no seu piso eleitoral: o terço de eleitores formado por uma mistura de petistas históricos e beneficiários de programas federais, principalmente o Bolsa Família. É um núcleo mais duro e difícil de Marina corroer. O problema da presidente é que seu teto está cada vez mais baixo também. Ela pode não perder, mas tem dificuldades para ganhar.

A próxima pesquisa Ibope, que entra em campo neste fim-de-semana, será o tira-teima. Confirmará se Dilma parou de cair e se Marina parou de subir ou se continuará a sangrar Aécio. Se os movimentos de transferência de votos continuarem, a campanha entrará em um novo estágio, com novos cálculos e especulações. A possibilidade de eleição de um turno só voltará à baila, por mais irreal que isso possa parecer.