DOCUMENTOS REVELAM QUE O CANADÁ ESPIONOU O MINISTÉRIO DE LOBÃO
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai
reforçar os sistemas de proteção de dados da pasta após a denúncia de atos de
espionagem do Canadá, por meio da Agência de Segurança e Comunicação (CSEC, na
sigla em inglês). A informação está em nota divulgada na manhã desta
segunda-feira (7).
“Embora o Ministério de Minas e Energia
tenha sistemas de proteção de dados considerados entre os mais seguros, e a
maioria de suas informações seja de domínio público, estou determinando
rigorosa avaliação e reforço desses sistemas e a análise do que possa ter sido
objeto de espionagem”, declarou o ministro em nota oficial.
A invasão foi revelada por documentos
repassados ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald por Edward Snowden –
ex-funcionário de uma prestadora de serviço da Agência Nacional de Segurança
(NSA) dos Estados Unidos que revelou as ações de inteligência e hoje está
asilado na Rússia. As informações foram divulgadas pelo “Fantástico” neste
domingo (6).
O monitoramento tinha como alvo telefones,
e-mails e internet do ministério, que foram mapeados em detalhes. Os documentos
não mostram se houve acesso aos conteúdos nem especifica o período em que as
interceptações teriam sido feitas, mas trazem os contatos feitos pela pasta
para órgãos dentre e fora do Brasil.
A denúncia se soma a outros dois casos em
que documentos de Snowden apontaram espionagem do governo americano em
território brasileiro: o da estatal Petrobras e o da própria presidente Dilma
Rousseff. Segundo o ex-presidente da Eletrobras Pinguelli Rosa, as informações
podem servir a empresas que concorrem a leilões e podem dar vantagem
competitiva a quem espiona.
As denúncias de espionagem da NSA levaram
os Estados Unidos e o Brasil a um impasse diplomático. O Brasil exigiu um
pedido formal de desculpas e Dilma cancelou sua visita aos EUA, a única
oferecida pelo governo dos EUA a um líder estrangeiro, em outubro deste ano.
Dilma também fez um discurso duro ao abrir o debate da 68ª Assembleia Geral da
ONU.
Após chamar o episódio de “grave violação dos
direitos humanos e das liberdades civis” e uma “afronta aos princípios que
devem guiar as relações entre os países”, a presidente anunciou que o Brasil
apresentará propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral
para a governança e uso da internet para assegurar a efetiva proteção dos dados
que navegam pela internet. Neste domingo, Dilma usou o Twitter para fazer novas
críticas à espionagem e cobrar explicações.
O ministro Edison Lobão afirmou que a
espionagem é “um fato grave que merece repúdio, o que já foi amplamente feito
por Dilma na ONU”.
Confira a nota do ministro na íntegra:
A
Presidenta Dilma Rousseff já manifestou, com clareza, a indignação do seu
governo e de todo o povo brasileiro com a espionagem praticada contra o Brasil.
Trata-se, como afirmou em discurso na assembleia da Organização das Nações
Unidas, no dia 24 de setembro, de “uma prática que fere o direito internacional
e afronta os princípios que devem reger as relações entre os países”.
A invasão dos sistemas de
comunicação e de armazenamento de dados do Ministério de Minas e Energia,
denunciada pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo, é grave, na medida em que
sugere a tentativa de obtenção de informações estratégicas relacionadas com as
áreas de atribuição da pasta, e merece o nosso repúdio.
Embora
o Ministério de Minas e Energia tenha sistemas de proteção de dados
considerados entre os mais seguros, e a maioria de suas informações seja de
domínio público, estou determinando rigorosa avaliação e reforço desses
sistemas e a análise do que possa ter sido objeto de espionagem.
Brasília, 06 de outubro de 2013
Brasília, 06 de outubro de 2013
EDISON
LOBÃO
Ministro de Minas e Energia
Ministro de Minas e Energia
Nenhum comentário:
Postar um comentário