Raimundo Sérgio |
Bacabal está de luto, perde o senhor Raimundo Sérgio. Fomos
noticiado agora há pouco da morte de Raimundo Sérgio. Ele que faz parte da
melhor história de Bacabal era um multifacetado. Artista circense, mágico,
palhaço, sanfoneiro, violonista, trovador, jornalista, compositor, poeta, escritor e foi vereador com
projetos de alta relevância para Bacabal. Participou de vários festivais de
música, eternizou a canção “Bacabal cinqüentenário”, tem musicas gravadas pelo
extinto grupo “Os Canários do Norte”, além de dois livros
editados e publicados e é membro da Academia Bacabalense de Letras. . . Ele deixa
viuva a senhora Dalnivete e órfãos o apresentador de
televisão Salomão Duarte, o Dj e locutor Paulo Sérgio, o seu The Paul,
Silas, Joel, Damaris. Eugenio e vários netos. Raimundo Sérgio nos deixa,
aceitou o convite de Deus,
E ele fez isso de várias formas. Usou a poesia, a música e a literatura.
Aqui agora ficam poucos e com muitas responsabilidades.
Com texto de Abel Carvalho
Seu Raimundo Sérgio merece mais que um
simples registro da sua morte, mesmo que esse registro aconteça na forma de um
belo obituário, embora ele já tenha sido homenageado de algumas maneiras, todas
exaltando um pouco do muito que ele fez.
Lembraram da sua chegada em Bacabal, na
década de 50 do século passado, sob a proteção da lona de um circo onde atuava
como um hilário palhaço.
Mostram que ele, como político, foi
vereador por 3 legislaturas e candidato a vice-prefeito uma vez.
Eu acrescento que ele também foi
corretor de imóveis e com uma preocupação peculiar e incomum entre os seus
poucos colegas à época: a organização urbana da cidade.
E acrescento ainda a sua verve
jornalística pioneira em nosso município, tanto como correspondente de diários
como jornal pequeno, como por inciativa de edição própria com o Correio de
Bacabal.
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Exaltaram deus dotes artísticos como
sanfoneiro, compositor, poeta, trovador, escritor, jornalista e historiador.
Para mim certa vez ele confessou que
gostava de ser trovador.
Eu quero destacar aqui nessa crônica o
seu lado que mais me fascinava: o de amante de Bacabal.
Amante na expressão literal - Pessoa
que ama; namorado; apaixonado.
E ele me revelou também que foi amor à
primeira vista, a ponto de nunca mais ter sentido vontade de voltar a sua terra
natal, da qual também sempre falou muito bem e pela qual demonstrava grande
amor.
O Raimundo Sérgio que eu conheci
formou, ao lado dos também poetas Brasilino Miranda e Fabrício de Morais, o
primeiro trio de pessoas que eu tenho notícias que se preocuparam em levantar,
preservar e contar a bela e, ainda insípida e curta, história da cidade de
Bacabal.
Seu Fabrício não conseguiu registrar
nada em livro, mas deixou muito sobre a história de Bacabal em seu arquivo
pessoal. Seu Brasilino ainda fez dois registros: Bacabal por Dentro e Bacabal
Moderno. Raimundo Sérgio Escreveu Bacabal de Sempre – Histórias de Bacabal.
Mas seu trabalho como historiador
amante de Bacabal não se limitou a um livro. Após se eleger vereador em 1958,
ano em que nasci – apenas 8 anos depois de ter chegado aqui -, sua primeira
preocupação ao entrar na câmara de vereadores foi buscar os registros das
coisas que ali aconteceram antes. E quase nada encontrou.
Começou aí, então seu árduo trabalho de
levantar a história de Bacabal levantando inicialmente a história da câmara
municipal.
Contou-me que foi um resgate difícil
porque quase nada havia sido registrado.
Tratou então, de registrar tudo o que
aconteceu a partir do seu período, o fez com destreza. Hoje a câmara dispõe de
um bom registro de sua história.
Findo esse levantamento veio o trabalho
mais duro, mas segundo o próprio Raimundo Sérgio, mais prazeroso: pesquisar e
registrar a história de Bacabal.
E ele fez isso de várias formas. Usou a poesia, a música e a literatura.
Preservou e difundiu aquilo que lhe foi
possível, dentro das suas próprias possibilidades e, sem questionar em nenhum
momento a falta de apoio.
Hoje a pequena raiz da História de
Bacabal ficou mais podre, menos resistente. Mas Raimundo Sérgio vai se juntar
em outro plano para fazer orações a nosso favor, ao lado de Brasilino e
Fabrício.
Aqui agora ficam poucos e com muitas responsabilidades.
Bacabal perde seu amante maior. Eu
perco um grande amigo sem nunca ter lhe confessado que sou jornalista por sua
causa e inspiração e que aprendi a amar essa terra – não tanto quanto ele –
ouvindo embevecido as suas belas e cativantes histórias sobre as coisas do
Bacabal de Sempre.
A mesma Bacabal que amamos hoje não
chora por ele como ele bem o merece, fato que no futuro se repetirá comigo.
Eu no meu canto choro o meu choro
contido.
Não vou ao seu velório nem ao seu
enterro.
Repito o gesto que comecei com a morte do meu pai e repeti na de minha irmã, do meu irmão e com Teresinha. Prefiro no registro da minha memória a sua imagem em vida, em pé com o inseparável guarda chuva no braço.
Repito o gesto que comecei com a morte do meu pai e repeti na de minha irmã, do meu irmão e com Teresinha. Prefiro no registro da minha memória a sua imagem em vida, em pé com o inseparável guarda chuva no braço.
Com texto de Sergio Mathias
Por volta das 4h30 da manhã dessa
segunda-feira (10) o município de Bacabal perdeu um dos seus mais expressivos
nomes. Vereador por três mandatos, presidente da câmara, poeta e escritor,
foram só alguns dos inúmeros feitos e virtudes de Raimundo Sérgio de Oliveira
que faleceu aos 89 anos vítima de um infarte fulminante.
Raimundo Sérgio, que também era membro
da Academia Bacabalense de Letras, completaria 90 anos no próximo dia 24 de junho.
Ele era casado com dona Ivete Duarte com quem teve 10 filhos, entre eles, o
apresentador de TV Salomão Duarte (TV Nova Esperança).
O velório está acontecendo na rua
Osvaldo Cruz 388, centro. O sepultamento está marcado para ocorrer às 17 horas
de hoje (10), no cemitério do Axixá.
Câmara Municipal de
Bacabal
Gabinete do vereador
Rogério Santos
Nota de Pesar
O Maranhão e a cidade de Bacabal
perderam hoje um grande homem. Como vereador, historiador, compositor, poeta e
trovador Raimundo Sérgio de Oliveira cumpriu sua missão com destreza, denodo e
respeito a todos os seus semelhantes. A sua trajetória foi marcada pela
dedicação em transformar para melhor a vida das pessoas, especialmente as mais
humildes.
Eu perdi hoje um grande amigo e
conselheiro, daqueles das horas boas e más. Raimundo Sérgio era capaz de
recitar poesia, inclusive as próprias, com a força de um grande artista e a
naturalidade de um repentista. Ao mesmo tempo, era capaz de aprimorar uma
discussão com uma lógica irretocável.
Dona Ivete perdeu um companheiro
leal. Salomão, Paulo Sérgio, Silas, Joel, Damaris e Eugenio perderam um pai
amoroso.
Raimundo Sérgio de Oliveira foi um
exemplo de coragem e um exemplo de caráter na vida privada e na sua trajetória
pública.
Ele fará falta, mas seu exemplo nos
guiará.
Bacabal – Ma 10 de
fevereiro de 2014
Carlos Rogério Santos
Silva
Vereador
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