Por Joaquim
Haickel
Gostaria
de inicialmente deixar claro que não simpatizo com a forma do candidato Jair
Bolsonaro se expressar, nem com algumas de suas posições perante a vida e a
sociedade. Ele é desprovido do verniz necessário para uma boa convivência, no
entanto, vejo em alguns outros posicionamentos seus, lato sensu, coerência e
objetividade. Jamais cogitaria votar nele se houvesse boas alternativas, que,
garantidamente, impedissem a vitória de um candidato de esquerda à Presidência
da República. Anteriormente, eu havia declarado que votaria no candidato que
fosse o menos pior, uma vez que não via entre os postulantes quem se
classificasse na categoria de bom. Na época, disse que o candidato de minha
escolha seria o Geraldo Alckmin, que infelizmente não se viabilizou
eleitoralmente.
O voto
ideológico é aquele que o eleitor dá, baseado nas propostas defendidas pelo
candidato que mais se identifica com o seu jeito de pensar. Há, no entanto,
outro tipo de voto ideológico, um que se contrapõe diametralmente a este citado
anteriormente. É aquele que eu chamo de voto anti-ideológico, praticado por um
eleitor que deseja que não se eleja um candidato de uma determinada ideologia
da qual ele discorda e não quer vê-la predominando na política de seu país,
sendo aplicada pelo gestor de seu Estado, de forma que regule as relações da
sociedade. É este o tipo de voto que eu exercerei e é ele que eu defendo para
este momento em que o Brasil se encontra, tão fragilizado, há tanto tempo torto
e capenga para o lado esquerdo.
Tenho
recebido, através de conversas presenciais, ligações telefônicas, mensagens de
WhatsApp, comentários nas diversas redes sociais, apelos e manifestações para
que eu não vote em Bolsonaro. Pessoas amigas chegam a me dizer que alguém
inteligente como eu, um homem de bem e do bem, não pode votar num sujeito como
esse. Eu tenho dito a todas essas pessoas que eu não votarei nele! #EleNão!
Votarei contra o candidato do partido que defende a ideologia que instalou em
nosso país o aparelhamento do Estado, transformando-o em mera ferramenta
partidária, patrocinadora de ações que até parecem ter um conteúdo saudável e
justo, revestidas de uma capa de correção e honestidade, mas que no seu âmago é
só desfaçatez, só desvio de conduta, mentira, corrupção, posicionamentos não
republicanos e completamente antidemocráticos.
Recebi um
vídeo que mostra uma moça tentando impedir a passagem de um rapaz em um
corredor de uma universidade só porque ele vestia uma camisa que o identificava
como eleitor do Bolsonaro. Aquela cena, para mim, exemplifica
incontestavelmente o que está ocorrendo em nosso país, uso-a como exemplo para
não usar aquela outra, da moça que teve seu carro destruído por ter nele uma
propaganda do Bolsonaro.
Estamos
vivendo tempos tenebrosos, onde a noção de direito de alguns extrapola a sua
própria razão de ser, pois não respeita nem o direito de outros, nem obedece à
regra básica que prevê que para ter direito, o indivíduo se obriga a se
responsabilizar por ele e assumir as obrigações que lhe dão causa e garante a
eficácia de seu efeito. Somos hoje uma sociedade cheia de direitos, mas sem a
contrapartida referente aos deveres que deles proveem.
Não
votarei em Bolsonaro! Votarei num candidato que tenha condição de impedir que a
esquerda continue destruindo nosso país e suas instituições.
Façamos o
seguinte!… Não votarei em Bolsonaro se conseguirem me provar que os governos do
PT não perpetraram o Mensalão; não destruíram a Petrobras, com o Petrolão; não
fizeram com que o BNDES, nosso banco de desenvolvimento, injetasse dinheiro que
deveria financiar o progresso do Brasil, em alguns países só por causa da
ideologia esquerdista vigente neles; que não aparelharam o Estado e disseminaram
as ideias gramschistas, que preveem que para dominar a sociedade, é necessário
que destruam suas mais importantes instituições, como a família, a igreja, a
escola, a academia, desvirtuando-as…
Li um
texto que diz como são incoerentes as pessoas que se indignam com as
boçalidades que diz o Bolsonaro e não demonstram nenhuma indignação com as
atrocidades, com os desvios, com o roubo e a corrupção, cometidos pelo PT e
pela esquerda, durante os últimos 24 anos. Resumindo: É mais fácil combater e
nos livrarmos de um presidente boçal, do que de um que tenha por trás de si uma
gangue de corruptos e aparelhadores safados!
Em que
pese o fato de tudo que temos vivido, por tudo aquilo pelo qual nosso país tem
passado, tenho uma certeza: vivemos em uma sólida e verdadeira democracia, caso
contrário o panorama já teria mudado. O mundo não vive os anos da Guerra Fria,
não sofremos uma insuportável pressão geopolítica, somos senhores de nosso
destino e no que diz respeito a mim, não quero um destino que passe pela
esquerda, quero um destino liberal.
Como
disse recentemente o ministro Barroso, quem ganhar essa eleição, vai levá-la;
quem a levar, se obrigará a respeitar as regras e os direitos de todos,
resguardados pela Constituição. Eu defendo total e ferrenhamente essa ideia e
desde já me oponho a quem quer que pense ou aja em sentido contrário.
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