domingo, 10 de fevereiro de 2019

DIAGNOSE - DICA DE SAÚDE - ERISIPELA



A erisipela é uma infecção da camada superficial da pele que provoca feridas vermelhas, inflamadas e dolorosas, e se desenvolve principalmente nas pernas, rosto ou braços, apesar de poder surgir em qualquer parte do corpo.

Esta doença é mais frequente em pessoas com mais de 50 anos de idade, obesos ou diabéticos e é, geralmente, causada por uma bactéria chamada Streptcoccus pyogenes, que também pode causar uma forma mais grave da doença, chamada de erisipela bolhosa, que provoca feridas com bolhas com líquido transparente, amarelo ou marrom.

A erisipela tem cura quando o tratamento é iniciado rapidamente com antibióticos orientados pelo clínico geral ou dermatologista, como a Penicilina, entretanto, em alguns casos, esta doença pode voltar a surgir ou pode mesmo tornar-se crônica, sendo mais difícil de eliminar.

Principais sintomas

Os sintomas desta doença geralmente aparecem de forma abrupta e podem ser acompanhados de febre superior a 38º e calafrios. Os mais comuns são:

·         Feridas vermelhas na pele, inflamadas e com dor;
·         Sensação de queimação na região afetada;
·         Manchas vermelhas com bordas elevadas e irregulares;
·         Formação de bolhas e escurecimento da região afetada, nos casos mais graves, chamados de erisipela bolhosa. 

Além disso, se a lesão não for tratada rapidamente, é possível que as bactérias causem acúmulo de pus, causem necrose da pele ou atinjam a circulação sanguínea, provocando infecção generalizada e, até, risco de morte. 

Já quando a infecção atinge as camadas mais profundas da pele, a lesão passa a ser chamada de celulite infecciosa.
Fotos da Erisipela
Causas da erisipela

A erisipela não é contagiosa, pois acontece quando bactérias que colonizam o corpo penetram através da pele por alguma entrada, geralmente, uma ferida, picada de inseto, úlcera venosa crônica, manipulação inadequada das unhas ou frieira e pé de atleta, por exemplo, e por estes motivos, é mais comum que a erisipela aconteça nos pés e pernas.

Qualquer pessoa pode desenvolver esta infecção, no entanto, aquelas com o sistema imune enfraquecido, obesas ou com má circulação são as mais suscetíveis. Assim, a melhor forma de evitar o desenvolvimento da doença é tratar corretamente os ferimentos na pele e mantê-los protegidos, para que não possam ser infectados. 

A principal bactéria é a Streptcoccus pyogenes, também conhecida como Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, entretanto, outras bactérias que vivem na pele também podem causar estas lesões, como a Staphylococcus aureus. Estas bactérias atingem camadas da pele e tecidos linfáticos, onde causam ferimentos e inflamações, que dão origem á doença.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da erisipela é feito pelo clínico geral ou dermatologista, através da observação dos sintomas da doença, não havendo, geralmente, a necessidade de realizar outros exames específicos.

Dessa forma, assim que os primeiros sintomas surgem é importante ir ao médico, para que a doença possa começar a ser rapidamente identificada e tratada para evitar complicações como linfedema, elefantíase ou infecção generalizada. 

Como é feito o tratamento 

A erisipela pode ser tratada em casa, com a ingestão de antibióticos, como Penicilina, Amoxicilina ou Ciprofloxacino, que devem ser tomados durante cerca de 10 a 14 dias, de acordo com as indicações dadas pelo médico.

Os antibióticos na veia podem ser realizados em situações de lesões mais extensas ou quando atinge a circulação sanguínea, como acontece na septicemia. Já quando o problema é erisipela bolhosa, além do uso de antibióticos, também pode ser necessária a utilização de cremes para passar na pele afetada e melhorar os sintomas, que geralmente têm ácido fusídico ou sulfadiazina de prata em sua composição.

Nos casos de pessoas que têm a erisipela crônica ou de repetição, pode ser necessário o uso de penicilina benzatina, intramuscular, a cada 21 dias, para proporcionar um combate mais efetivo das bactérias que vivem na região.
Já em casos de lesões graves, como necrose e secreção purulenta, pode ser necessária uma abordagem cirúrgica, removendo e drenando grandes áreas de pele morta e pus.

Opção de tratamento caseiro

Para facilitar a recuperação, além do tratamento com antibióticos, é recomendado repousar e elevar o membro afetado, caso a doença surja nas pernas ou nos braços. Além desse cuidado, para algumas pessoas que apresentam inchaço nas pernas, pode ser indicado o uso de meias elásticas de contenção ou aplicação de compressas frias molhadas em infusão de zimbro sobre as regiões afetadas. 

Por Dr. Otávio Pinho Filho

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