sábado, 15 de outubro de 2022

COLUNA DO ZÉ LOPES - QUE LIÇÕES DEVEMOS TOMAR DESSAS ELEIÇÕES


Bacabal vive um momento histórico dentro da sua política, a cidade nunca foi tão importante para o Estado e para si própria, mas, paralelo a isso, amarga dissabores e rumina o descaso, a covardia e a traição da sua própria gente, dos seus próprios filhos que declaram amor, mas que mostram outro sentimento.

Essa última eleição, a cidade se superou para cima e também para baixo, mostrando a sua grande força ao eleger três deputados estaduais, Davi Brandão, Florêncio Neto e Roberto Costa, mas em contrapartida, não conseguiu reeleger o mais atuante dos deputados federais de toda a sua história, o nosso João Marcelo, e os outros que se diziam representantes e até mesmo os filhos, tiveram uma votação longe, mas muito longe mesmo do que era esperado. 

Diante desses fatos, olhando com os olhos da razão, há muitas deduções, decepções, desabafos, contradições, lições e exemplos a serem e também a não serem seguidos.

A catarse na alma política de Bacabal foi feita, embora que o novo, de alguma forma,  represente continuação, e até uma boa continuação, o que poderia corroborar e colaborar ainda mais com esse prêmio,  é entender que a política mudou, apesar de não renovar muito em pessoas, houve uma alteração em estratégia, e muitas atitudes são lições flagrantes, só não aprende quem não quer.

A lição de número um é: Se não tiver dinheiro, não entre, se tiver, gaste, invista na sua campanha. 

Não se faz política com um exército de um homem. só, é preciso equipe, uma boa equipe com harmonia e engajamento, honestidade e sinceridade.

A política não permite mais esculhambação, principalmente de apresentadores de TV, que usam desse artifício para se locupletarem, esse tempo já passou e todos que usaram dessa prerrogativa deram com os burros n'água. 

Não se deve confiar em ninguém, o que vimos aqui, foi muita traição, principalmente de quem mais se beneficiou, principalmente com emendas do deputado federal João Marcelo. 

Aos que votaram por dinheiro em André Fufuca, Kleber Verde, Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Junior Lourenço, Pastor Gil, Fabio Macedo, Juscelino Filho, Márcio Jerry, Amanda Gentil, Aluizio Mendes, afinal, todos os eleitos foram bem votados aqui e todos tinham bases e cabos eitorais com muito dinheiro. Não cobrem e nem esperem que eles tragam nada para Bacabal, virão novamente daqui a quatro anos, porque o compromisso deles é com pessoas e não com a cidade.

A nível de "lideranças" que trouxeram candidatos a peso de muito dinheiro, ficam as seguintes lições: 

Dr. Lisboa que foi vice- prefeito por oito anos e prefeito por mais oito, não tem mais votos. Não chegou a conquistar 500 para os seus candidatos, tendo o Junior Cascaria, a peso de muita grana, apenas 437 votos. 

José Alberto Veloso, Alberto Filho e Veloso Sobrinho foram um pouco melhores, chegaram a exatos 1.797 votos para André Fufuca. Para um ex- prefeito; um ex-deputado federal de dois mandatos e um atual vereador, muito pequena a votação para o dinheiro recebido.

O ex-prefeito de Bom Lugar, o empresário Marcos Miranda que todos diziam ser a mais nova liderança da cidade, deu para seus deputados, algo em torno de 1700 votos. Muito pouco pra quem pretende voos mais altos, como ser prefeito de Bacabal.



Com um orçamento milionário, César Brito e Serafim Reis conseguiram 3.700 votos pra Josimar do Maranhãozinho, pouco para o investimento, sem falar que parte desse montante foi para pagar fiança e advogados.

O vereador Venâncio do Peixe, que trouxe para Bacabal o deputado federal Kleber Verde, proporcionalmente, foi o melhor que se saiu. Apesar de receber quantia vultosa, trabalhou sozinho e conseguiu para seu candidato 879 votos, mais do que teve na sua eleição para vereador.

Com concentração em Bacabal aprendemos que:

O prefeito Edvan Brandão é um grande líder, apesar de ser atacado, xingado, caluniado, nunca revidou uma ofensa, sempre divulgando seu trabalho, nunca respondeu para quem lhe atingiu. Elegeu seu filho Davi Brandão a deputado estadual como o terceiro mais votado do Maranhão. Edvan já tem um grupo muito forte e já trabalha nomes para sua sucessão.

Mesmo não conseguindo a sua reeleição, o deputado federal João Marcelo teve uma votação expressiva, e apesar das traições, dos muitos candidatos que derramaram milhões para comprar votos, ele conseguiu 10.082 votos, o dobro do segundo colocado, o que lhe torna forte na campanha para prefeito.

O MDB está mais vivo do que nunca. A nível de cidade tem a vice-prefeita Graciete Trabulsi, o deputado estadual Roberto Costa, o presidente da Câmara Municipal Melquiades Neto, além de João Marcelo, que não se reelegeu, mas que pode assumir, e o ex senador João Alberto que terá força no governo estadual e, no federal, caso o Lula se eleja.

O Coronel Egídio que foi vereador e  candidato a vice-prefeitao de Expedito Junior na eleição passada, continuou com sua votação, tem um eleitorado fiel, conseguiu 5.426 votos, superando a votação do próprio Expedito Junior que fez uma campanha estruturada com muito dinheiro e só obteve 5.070 votos, dando para um dos seus patrocinadores, o derrotado candidato a deputado estadual Wendel Lages, apenas 497 votos. Um fiasco.

Uma lição óbvia, que eu sempre discuto, é o voto de oposição de Bacabal, que gira em torno de 20 mil. Esses votos vêm desde as homéricas campanhas para prefeito de Bete Lago, e todo  segundo colocado tem votações similares. Se achar que esses votos são seus, acabam se decepcionando.

Em relação ao Expedito Junior, é bom que trabalhe o nome da sua mãe, a conhecida senhora Dos Reis, a grande política da família para uma vaga na Câmara Municipal. Lembro aqui de uma frase que Expedito falou em relação a Antônio de Gramixó. "Tem pessoas que a gente não perde, a gente se livra". Pois é, livre-se de mais algumas pessoas, trabalhe agora o nome de dona Dos Reis e virá a vitória.

Com 7.835 votos, em Bacabal, o eleito Florêncio Neto substituiu o seu pai, o deputado estadual Carlinhos Florêncio que tem pretensão em ser prefeito de Lago Verde, mas podemos esperar uma composição para a eleição municipal de Bacabal. 

A candidata a deputada federal Leinha, mesmo sem estrutura, sem muito apoio, com pouco tempo de campanha, continuou com seu fiel eleitorado, obteve a marca de 1.211 votos, se mantendo como a terceira força na política local. 

Estelmo da Alfaville, Baiano do Cuxá e Jansem Penha, tiveram desempenhos parecidos para deputado federal, e juntos chegaram a um pouco mais de 700 votos. É mais trabalho do que recompensa. O advogado Dr. Estefânio que foi candidato a deputado estadual, teve na cidade 188 votos e almeja ser prefeito de Bacabal, tem que se mostrar e se fazer conhecido pelos conterrâneos.

Por fim, a cidade elegeu três deputados estaduais e todos os federais eleitos foram bem votados em Bacabal.  Se houver união, podemos esperar boas novas, mas se politizarem as vitórias e o orgulho ficar acima do que poderá ser feito pelo nosso povo, as águas correrão nos rios dos bastidores e irão desaguar na próxima campanha para o executivo e Legislativo municipal, até porquê é como diz o Dr. Almir Rosa Júnior: "A política é  como ela é, e não como nós gostaríamos que ela fosse"..

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- E quem saiu ganhando nessa eleição em Bacabal?

- Eu sei, mas isso é assunto para outro artigo. 


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