Por Carlos Brandão
A cada dia fico mais convencido de que não podemos pensar em desenvolvimento sem que haja segurança alimentar garantida. Como governante, me vejo na obrigação de enfrentar a cruel realidade com a qual ainda convivemos. No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas passam fome; e a quantidade de brasileiros com algum grau de insegurança alimentar é superior a 125 milhões. É assustador pensar que, no século 21, ainda existam pessoas que sofram privações devido à falta de acesso à alimentação adequada. A fome não é apenas um problema de escassez de comida, mas também um problema de desigualdade e injustiça social.
Desde 2015, eu e o então governador Flávio Dino encaramos a promoção do Direito à Alimentação Adequada (DHAA) como uma luta diária. Os Restaurantes Populares nasceram exatamente para oferecer refeições nutricionalmente elaboradas para a população de baixa renda, por um preço acessível. Hoje, já são 170 unidades em cerca de 150 cidades de todas as regiões do Maranhão. E em breve serão mais. Somos o estado com a maior rede de equipamentos de segurança alimentar e nutricional do Brasil.
E o que pouca gente sabe é que 30% do que é servido nos Restaurantes Populares vem de nossa agricultura familiar. O que significa, também, renda para o pequeno produtor rural, movimentando as economias locais. Combater a escassez de alimentos na mesa do maranhense é tão urgente e necessário que fizemos questão de destacar essa luta como um dos quatro pilares que alicerçam o nosso governo.
A insegurança alimentar precisa ser combatida com políticas públicas eficientes e integradas, que gerem oportunidades, que fortaleçam programas sociais e signifiquem a retomada do emprego. Só assim mudaremos essa triste e dura realidade. E nosso governo está muito focado nisso. Um bom exemplo se deu esta semana, em Brasília, quando estivemos apresentando ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes e ao embaixador da Alemanha, Heiko Thoms – além de várias lideranças da União Europeia – projetos estruturantes para o Maranhão, que representam a geração de milhares de empregos diretos e indiretos nos próximos anos. Nosso secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe), José Reinaldo Tavares, nos acompanhou nesse encontro, mostrando a realidade que se desenha com a implantação do novo Terminal Portuário de Alcântara (TPA); da Estrada de Ferro do Maranhão – ligando Açailândia a Alcântara e do nosso Hub de Energia Verde. São grandes oportunidades de negócio, com possibilidade de mudar realidades.
E é para isso que trabalhamos: mudar realidades. Mas, para chegarmos lá, precisamos de que todos os maranhenses tenham segurança alimentar e nutricional. Não podemos mais conviver com desigualdades extremas no Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do planeta. No Maranhão, ampliaremos a nossa luta, com o claro objetivo de fazer com que a nossa gente se sinta tratada com mais dignidade e acredite que possa ocupar espaços que lhe garanta melhoria na qualidade de vida.
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