Seis testemunhas
depuseram no 3° dia da fase de instrução.
Gláucio Alencar cumprimentou a imprensa e se declarou inocente.
Gláucio Alencar cumprimentou a imprensa e se declarou inocente.
Seis testemunhas de acusação foram ouvidas nesta
quarta-feira (8), no terceiro dia de audiências da fase de instrução do
assassinato do jornalista Décio Sá. Ao todo, 55 pessoas foram arroladas pelo
Ministério Público do Maranhão (MP-MA) para prestar depoimento nesta
etapa do processo, que ocorre entre os dias 6 e 24 de maio, no Fórum
Desembargador Sarney Costa, em São Luís. Até o momento, 18 depoentes já
falaram em juízo.
Das 10
testemunhas relacionadas, seis compareceram. Uma testemunha passou mal e outras
três foram dispensadas pelo MP-MA. O juiz que responde pela 1ª Vara do Tribunal
do Júri de São Luís, Márcio Castro Brandão, deu início aos trabalhos por volta
de 9h40. Ele permitiu que jornalistas acompanhassem a audiência. "Vou
pedir ao Conselho Nacional de Justiça que esse processo seja incluído no
programa Justiça Plena. Meu trabalho é transparente e acho que vem sendo bem
compreendido e bem aceito. O interesse é de que o caso tenha a maior
transparência possível", anunciou.
O primeiro a
prestar depoimento foi um comerciante supostamente envolvido com agiotagem no
interior do Maranhão, que teria sido alvo de um post
no blog de Décio Sá. Ele negou qualquer relação com o jornalista e falou sobre
os acusados. As outras testemunhas eram vizinhos e parentes dos acusados.
Algumas delas disseram desconhecer trechos dos depoimentos que constam no
inquérito policial e identificaram alguns dos suspeitos. Duas testemunhas eram
parentes de um dos acusados. Depois de argüidas pelo promotor Luís Carlos
Duarte, elas foram dispensadas pela defesa. Uma outra identificou alguns
envolvidos como freqüentadores da residência onde trabalhava para um dos
acusados.
Por volta de
12h00, após o depoimento de cinco pessoas, o juiz Márcio Castro Brandão
determinou pausa para o almoço e o retorno dos trabalhos para às 13h, já que
foi requisitada a presença de Júnior "Bolinha" para o depoimento da
última testemunha. Muita nervosa, a testemunha pediu para usar a balaclava, uma
espécie de capuz para proteger o rosto. Ela afirmou
A advogada de
Júnior "Bolinha", Sâmara Braúna, explicou a presença do cliente, que
compareceu pela primeira vez às oitivas nesta quarta. "O Bolinha não quis
participar das últimas audiências, mas hoje teve um fator preponderante porque
uma testemunha disse que o reconheceu em um determinado local. Então, a gente
achou importante ela fazer esse reconhecimento hoje aqui", explicou.
Promotor Luís Carlos Duarte e assessores
(Foto: Clarissa Carramilo/G1)
(Foto: Clarissa Carramilo/G1)
Hoje, 10 dos 12
acusados estavam presentes. Foram eles Glaucio Alencar e José Miranda,
apontados no inquérito policial como mandantes do crime e líderes do esquema de
agiotagem; Jhonathan Silva, assassino confesso de Décio Sá; Marcos Bruno,
acusado de pilotar a motocicleta que deu fuga a Jhonathan; José Raimundo
Charles, o Júnior Bolinha, acusado de contratar Jhonathan; Fábio Aurélio Lago,
o Bochecha, acusado de fornecer estadia ao assassino em uma casa no Parque dos
Nobres; Fábio Aurélio Silva, o Fábio Capital, militar acusado de fornecer a
arma do crime; Elker Veloso, o Diego, acusado de integrar a quadrilha; Alcides
da Silva e Joel Medeiros, policiais civis que teriam ligação com os possíveis
mandantes.
Em alguns
momentos da audiência, os acusados conversaram entre si, demonstrando certo
entrosamento. Não compareceram Shirliano de Oliveira, o Balão, que ainda está
foragido, e o advogado Ronaldo Ribeiro, que está solto, teve o processo
desmembrado.
Ao final dos
trabalho, o promotor Luís Carlos Duarte comemorou o resultado do terceiro dia
de audiência. "Esse dia foi muito positivo. Para alegria do Ministério
Público, o processo está andando. O que está em jogo é todo o conjunto
probatório e nós estamos trabalhando para que ele demonstre que a linha de raciocínio
é a responsabilização desses acusados", declarou.
Gláucio Alencar e José Miranda
Acusado
cumprimenta imprensa e se diz inocente
Antes do início dos depoimentos, o acusado Gláucio Alencar cumprimentou os representantes da imprensa e disse ser inocente. "Eu quero dizer pra vocês que eu sou inocente e que, no final, a pessoa que está por trás disso vai cair. Eu tenho fé em Deus nisso", declarou, dizendo também, em seguida, que era amigo de Décio Sá.
Antes do início dos depoimentos, o acusado Gláucio Alencar cumprimentou os representantes da imprensa e disse ser inocente. "Eu quero dizer pra vocês que eu sou inocente e que, no final, a pessoa que está por trás disso vai cair. Eu tenho fé em Deus nisso", declarou, dizendo também, em seguida, que era amigo de Décio Sá.
O advogado
Adriano Cunha revelou que um perito foi contratado para dar novo parecer
técnico sobre as escutas telefônicas constantes no processo. "Nós já
requeremos a uma perícia privada, do Dr. Ricardo Molina, um renomado perito da
Unicamp", revelou.
saiba mais
Segundo dia
Na terça-feira (7), foram ouvidas seis das 10 testemunhas listadas. Uma delas não compareceu à audiência e outras três foram dispensadas pelo MP-MA. Depuseram jornalistas e blogueiros conhecidos de Décio Sá, além de um vereador de São Luís.
Na terça-feira (7), foram ouvidas seis das 10 testemunhas listadas. Uma delas não compareceu à audiência e outras três foram dispensadas pelo MP-MA. Depuseram jornalistas e blogueiros conhecidos de Décio Sá, além de um vereador de São Luís.
Primeiro dia
Na segunda-feira (6), somente seis das 10 testemunhas arroladas foram ouvidas.
Uma delas foi dispensada pelo MP-MA e outras três não foram localizadas. O
advogado de Ronaldo Ribeiro, Aldenor Rebouças Júnior, pediu o adiamento das
audiências e apresentou habeas corpus concedido pela 2ª Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), assinado pelo desembargador Raimundo
Nonato de Souza. O juiz que responde pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de São
Luís, Márcio Castro Brandão, não aceitou os argumentos da defesa e decidiu
desmembrá-lo do processo para evitar que os depoimentos de todas as testemunhas
fossem adiados.
Fase de
instrução
Até sexta-feira (10), serão ouvidas testemunhas de acusação. A segunda semana de audiências será reservada às testemunhas de defesa e, na terceira, os acusados do processo devem ser interrogados. Terminada a fase de instrução, o MP-MA terá que apresentar alegações finais sobre cada um dos acusados. Feito isto, o juiz vai determinar se eles vão a júri popular. Caso contrário, os acusados serão podem ser absolvidos.
Até sexta-feira (10), serão ouvidas testemunhas de acusação. A segunda semana de audiências será reservada às testemunhas de defesa e, na terceira, os acusados do processo devem ser interrogados. Terminada a fase de instrução, o MP-MA terá que apresentar alegações finais sobre cada um dos acusados. Feito isto, o juiz vai determinar se eles vão a júri popular. Caso contrário, os acusados serão podem ser absolvidos.
Entenda
Décio Sá foi atingido por cinco tiros quando estava em um bar na Av. Litorânea, em São Luís, por volta das 23h do dia 23 de abril do ano passado. O jornalista, que trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão e era responsável pelo Blog do Décio, morreu na hora.
Décio Sá foi atingido por cinco tiros quando estava em um bar na Av. Litorânea, em São Luís, por volta das 23h do dia 23 de abril do ano passado. O jornalista, que trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão e era responsável pelo Blog do Décio, morreu na hora.
De acordo com a
polícia, Décio foi morto porque teria publicado em seu blog informações sobre o
assassinato do empresário Fábio Brasil, envolvido em uma trama de pistolagem
com os integrantes de uma quadrilha supostamente encabeçada por Glaucio Alencar
e José Miranda, suspeitos também de praticar agiotagem junto a mais de 40
prefeituras no Estado.